ISRAELENSES PRONTOS PARA
SOLENEMENTE GUARDAREM OS DIAS DO PERDÃO E DA EXPIAÇÃO SILENCIOSA
Francisco Vianna
O Estado judeu se prepara para
uma parada de sua vibrante economia em respeito ao Yom Kippur, e empresas, emissoras de TV, aeroportos, e rodovias vão
encerrar suas atividades até sábado à noite.
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Milhares de judeus se reúnem para orações no Muro das Lamentações na Cidade Velha de Jerusalém na véspera do Yom Kippur, o Dia do Perdão judaico. Foto: Dror Garti/Flash90 |
Os israelenses estão
preparados para reverenciar o dia mais sagrado do calendário judaico hoje,
sexta-feira, quando quase todo o país se contrita e paralisa suas atividades em
reverência ao Yom Kippur, o dia da
expiação do judaísmo no próximo domingo. Amanhã, sábado, é o dia nacional do
perdão. Os judeus tradicionalmente passam o dia em solene jejum e a pedir
perdão a Deus em orações intensas em sinagogas. O fim de semana religioso
encerra um período de 10 dias de introspecção, que começou com o Rosh Hashaná, o feriado do ano novo
judaico.
Em Israel, praticamente todo
país fecha para o Yom Kippur.
Empresas, lojas, restaurantes, escritórios, escolas, emissoras de TV e estações
de rádio entram em recolhimento e ficam em silêncio. Aeroportos, estações de
trem e de ônibus cessam suas atividades. As estradas tornam-se desertas de
veículos.
O Yom Kippur é um feriado único em Israel porque toca quase todo o
país. A elevada parcela da população secular observa o jejum – e mesmo aqueles
que não o fazem, rapidamente procuram se abster de comer em público, e ficam em
casa quietos a assistir TV ou a descansar. Muitos seculares israelenses, a
maioria de jovens, passeia de bicicletas e skates pelas estradas vazias em
algumas áreas. Os cruzamentos militares israelenses com a Cisjordânia são
fechados para os feriados de sábado e domingo, a partir de hoje, sob alegações
de "segurança"...
Israel tem imposto o fechamento das passagens com a Cisjordânia durante a maioria das festas judaicas nos últimos anos devido à preocupação de que militantes terroristas palestinos possam aproveitar a ocasião para realizar ataques dentro de Israel.
Este ano, o feriado marca os
40 anos da guerra árabe-israelense de 1973, que os israelenses chamam de
“Guerra do Yom Kippur”, pelo fato de
o conflito ter começado com um ataque de surpresa perpetrado pela coalizão dos
exércitos do Egito e da Síria contra Israel naquele ano.
A guerra está profundamente
gravada na memória e no psiquismo coletivo do povo judeu devido às pesadas
baixas sofridas em combate e por causa da falta de preparo do país para uma
agressão assimétrica e não declarada como ocorreu. Para os israelenses, foi um
dos eventos mais traumáticos de sua história e narrativas pessoais de
israelenses que participaram dessa guerra enchem as páginas dos jornais e os
programas de entrevistas de TV nos dias que antecedem esses feriados.
O feriado também, este ano,
ocorre em meio à crise internacional discutida pelas principais potências do
mundo oriunda do uso de armas químicas na guerra civil da vizinha Síria.
Para os judeus devotos, o Yom
Kippur é o dia mais solene do calendário, onde segundo a tradição, Deus pesa
ações das pessoas e decide o seu destino para o próximo ano.
É com preocupação e cautela
que Israel está a observar como a comunidade internacional vai decidir
responder ao uso dessas armas genocidas contra populações civis nos bairros da
periferia de Damasco no mês passado e que matou algo em torno de 1.600 pessoas,
a maioria de idosos, mulheres e crianças. Washington e seus aliados dizem que o
regime sírio do presidente Bashar Assad disparou ogivas em 21 de agosto
contendo um agente neurotóxico letal, provavelmente o SARIN.
Israel parece pouco disposto a
se envolver tanto no assunto quanto na guerra civil que é travada na Síria, mas
também advertiu que não tolerará armas químicas sendo empregadas por facções
violentas que juraram a destruição do Estado judeu, como o grupo Hezbollah do
sul do Líbano, que é apoiado pelo Irã, e as filiais da Al-Qaeda no combate
contra o regime sírio da dinastia alauíta dos Assad.
Na quinta-feira à noite,
milhares de judeus participaram das orações do “pré-Yom Kippur” orações em Jerusalém no Muro das Lamentações, um
remanescente do composto templo judaico bíblico e o local mais sagrado para os
judeus rezarem.
Embora não sejam obrigatórias,
aqueles que cumprem as recomendações religiosas dos feriados abstêm-se de
comida e bebida – até água -, concordam em paralisar seus trabalhos e
atividades diárias, interrompem o uso da eletricidade, e deixam de usar
qualquer tipo de máquina.
A proibição de beber é
especialmente difícil em Israel, onde os meteorologistas previram que o feriado
deste ano será o mais quente e seco em décadas. Os médicos estão em alerta em
todo o país para lidar com emergências.
Título e Texto: Francisco Vianna, 13-9-2013
Como Jesus dizia: Israel precisará de muito jejum para que o messias possa vir.
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