segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Um feriado de introspecção e preocupação

Francisco Vianna
Em Israel, o primeiro-ministro Netanyahu adverte para um possível “terremoto regional” afirmando que, “ações, e não palavras, constituem a melhor conduta com relação à Síria e ao Irã. Por sua vez, Shimon Peres, diz que “a Síria está pagando um alto preço por haver se recusado a fazer a paz com Israel”.

Shimon Peres pendura uma guirlanda pelos soldados mortos na Guerra do Yom Kipur há quarenta anos neste domingo. Foto: Kobi Gideon/GPO/Flash90
O acordo firmado entre a Síria, a Rússia e os EUA, em princípio, para entregar o arsenal de armas químicas ao controle irrestrito da ONU, caso seja realmente cumprido, vai reverberar no Irã como uma importante derrota da política do regime islamofascista de Teerã para a região. Pelo menos, é essa a opinião unânime dos líderes israelenses, que comemoram hoje, domingo, o mais solene e sagrado de seus feriados, o Yom Kippur (dia do arrependimento silencioso) e também o 40º aniversário da guerra de agressão árabe perpetrada pela coalizão Egito, Síria e Jordânia, em 1973, de surpresa, sem declaração formal, numa tentativa de destruir o Estado de Israel.

Netanyahu fez questão de expressar um otimismo cauteloso sobre o acordo russo-americano, que começará a ser posto em execução com os relatórios sírios sobre seu estoque de armas químicas até o final da semana. Todavia, o primeiro-ministro também ressaltou a necessidade de tal compromisso ser apoiado por ações concretas não apenas com relação à Síria, mas também com relação ao Irã.  

Em referência à destruição completa das armas químicas em poder dos sírios, e que deve ocorrer até meados de 2014, Netanyahu disse que "espera que o acordo comece a dar frutos e que a sua eficácia será julgada pelos seus resultados e que tais resultados também se aplicam aos esforços da comunidade internacional para parar ou impedir a produção de armamentos nucleares por parte do Irã, ou seja, não palavras, mas ações serão os fatores decisivos". Acrescentou, ainda, que, mais do que nunca, país judaico tem a maior necessidade de poder se defender de suas ameaças regionais.

O primeiro-ministro israelense disse também que "hoje está falando numa época diferente, em meio a um ‘terremoto regional’ sem precedentes desde a criação do Estado. Estamos diante de novas ameaças: mísseis e armas cibernéticas de destruição em massa e Israel terá de estar pronto para se defender, por si só, contra todas essas ameaças... Tal capacidade é mais importante hoje do que nunca, mas Israel é mais forte hoje do que nunca, também".
Tanto o presidente Shimon Peres quanto o ministro Netanyahu, falando durante uma comemoração do 40º aniversário da Guerra do Yom Kippur, foram coincidentes na opiniçao de que "um acordo de desarmamento apoiado pela ameaça militar deve servir de lição para os líderes iranianos".

O presidente disse que “a Síria, que perpetrara um ataque surpresa contra Israel com o auxílio do Egito, aproveitando-se do recolhimento durante o dia mais sagrado do judaísmo, em 1973, se recusou a se tornar um parceiro na paz, do pós-guerra, e, por isso, ainda está a pagar um elevado preço pelo ódio infundado nos dias de hoje”.
Explicou ainda que o presidente sírio, Bashar Assad, "não teve escolha" senão submeter seu estoque de armas químicas ao controle internacional e a devida erradicação e adiantou que os EUA estão prontos para uma operação militar caso a Síria deixe de cumprir o atual acordo e caso a diplomacia falhe em conseguir tal objetivo.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 15-9-2013

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