“ISRAEL JÁ FEZ JUSTIÇA QUANTO
AO CASO DOS ATENTADOS CONTRA JUDEUS NA ARGENTINA, MANDANDO QUASE TODOS ELES
PRESTAREM CONTAS COM O DIABO NO INFERNO”.
Francisco Vianna
![]() |
Yitzhak Aviran, embaixador de
Israel na Argentina entre 1993 e 2000, foto: Agência France Presse.
|
Na ocasião, Aviran foi perguntado sobre a
impunidade dos autores dos atentados à bomba, perpetrados em março de 1992
contra a embaixada de Israel, com 29 mortos e 200 feridos, e em julho de 1994
contra a sede da Associação Mutuária AMIA, uma entidade judaica de Buenos
Aires, que matou 85 pessoas e deixou feridas outras 300.
"A entrevista na qual foi feita essa
revelação inédita aconteceu em espanhol e por telefone em ligação direta de
Israel", explicou o diretor da AJN à AFP.
Esta não seria a primeira vez que Israel elimina
responsáveis por ataques contra cidadãos judeus ou entidades judaicas, tendo em
conta o que ocorreu com os assassinatos cometidos pelos serviços secretos
israelenses dos responsáveis pelo massacre de atletas judeus nos Jogos
Olímpicos de Munique em 1972.
Aviran, colocado no cargo em Buenos Aires de 1993
a 2000, questionou ainda assim o chanceler argentino Héctor Timerman pelo
acordo firmado com o Irã, pelo qual Teerã se comprometeu a 'colaborar com a
justiça argentina', que acusa esse país de ser o mentor e autor intelectual do
atentado à AMIA.
“Timerman tem uma história bastante problemática
com relação a Israel; antes dele, seu pai (Jacob), a quem os judeus salvaram
(da última ditadura argentina) e, em troca, só receberam injúrias, e depois o
filho, Héctor, que age como se fora anti-israelense e antijudeu”, disse.
O pai do chanceler, proveniente de uma família
judaica da Ucrânia, foi um reconhecido jornalista, fundador dentre outros meios
gráficos do jornal diário 'La Opinión',
e foi sequestrado e torturado durante a ditadura militar (1976/83).
O ex-diplomata israelense lembrou na entrevista
que no dia do atentado à AMIA tinha previsto se reunir com outros dirigentes da
comunidade na sede da associação mutuária e que, na última hora, mudaram a
reunião de local, para outro que ficava a poucas centenas de metros distantes
do local onde houve o crime terrorista. "Todavia, necessitamos de uma
resposta de tudo o que ocorreu”, disse Aviran e acrescentou que tal resposta os
argentinos não haviam conseguido, nem durante os governos de Carlos Menem
(1989/99) e nem de Fernando de la Rúa (1999/2001).
A justiça argentina atribuiu a autoria do letal
atentado à AMIA a oito iranianos, entre eles o ex-ministro da Defesa, Ahmad
Vahidi, o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-assessor cultural do
Irã na Argentina, Moshen Rabbani.
Título e Texto: Francisco Vianna, 03-01-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-