Raramente vivemos uma jornada
tão interessante em tão pouco tempo como nesta quarta-feira. O dia raiou com a
notícia da prisão de Caio Silva de Souza, que, em companhia de Fábio Raposo,
matou o cinegrafista Santiago Andrade. Passava um pouco das oito da manhã
quando, em entrevista ao vivo, concedida à rádio Jovem Pan — eu estava entre os
entrevistadores — o advogado Jonas Tadeu Nunes revelou que grupos e partidos
políticos financiam alguns desses que estão nas ruas promovendo a desordem;
financiam, em suma, o que ele chamou de “terrorismo social”.
Poucas horas depois,
militantes do MST promoveram um badernaço em Brasília; tentaram invadir o
Supremo Tribunal Federal, que teve de suspender a sessão; derrubaram grades de
proteção em frente ao Palácio do Planalto; entraram em confronto com policiais
militares do Distrito Federal com uma violência até então desconhecida em
manifestações assim e feriram 30 policiais, oito deles com gravidade.
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Dilma diz querer combater os
black blocs, mas vai levar os red blocs para o Palácio. Foto: Pedro
Ladeira/Folhapress
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A íntegra do texto está aqui.
A proposta pune com até 30 anos de cadeia quem infunde terror na população ou
ameaça a segurança coletiva, atentando contra serviços essências, como
transporte público ou obras de infraestrutura. Como já lembrei aqui, por que o
país não tem até hoje uma lei como essa, vigente nas melhores e mais tolerantes
democracias do mundo?
Porque as esquerdas, e o PT em
particular, nunca permitiram. Sempre temeram que uma lei com essas
características acabasse tolhendo o arbítrio e a truculência de aliados seus,
como o MST por exemplo. E não deu outra: os petistas não querem aprovar o texto
como está; eles exigem que os ditos movimentos sociais sejam excluídos do risco
de punição. Vocês entenderam direito: os companheiros aceitam, sim, ter uma lei
antiterror, mas só se ela não alcançar os que se chamam a si mesmos de
“movimentos sociais”.
Ora, um desses grupos ligados
ao PT é justamente o MST, o dito Movimento dos Sem-Terra, que invadiu Brasília
nesta quarta-feira. Por onde passaram, os ditos sem-terra promoveram o caos, a
desordem. Argumentaram com paus, pedras, porretes. O sangue correu na Praça dos
Três Poderes, especialmente o dos policiais militares.
E o que fez o ministro
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e homem encarregado de
conversar com os movimentos sociais? Desceu para dialogar com os baderneiros.
Pior: a presidente Dilma Rousseff prometeu receber as lideranças nesta
quinta-feira.
Atenção, leitores! Três dias
depois da morte de Santiago Andrade em razão da ação violenta de supostos
manifestantes, a presidente decide levar para o Palácio interlocutores que não
recorrem a substantivos, mas a paus; que não empregam adjetivos, mas pedras;
que não formulam frases, mas usam porretes.
É verdade! Se o país tivesse
uma lei antiterror, é bem possível que a ação do MST desta quarta pudesse ser
assim caracterizada. Mas pensemos um pouco: se os movimentos sociais ficam
livres para ameaçar a segurança coletiva, como, então, punir estes que se dizem
black blocs? É patético: um dia depois de o governo federal prometer combater
com severidade a violência nas ruas, Dilma aceita receber baderneiros em
palácio, que se impõem na base da porrada. Se o governo aplaude o “Red blocs”,
os terroristas de vermelho do MST, como é que vai combater os black blocs, os
terroristas de preto?
Ao fazê-lo, Dilma leva o
terrorismo para dentro do Palácio.
Para encerrar
Já começou a gritaria dos
“amigos do povo” contra a lei que pune o terrorismo. Por alguma razão, acham
que ela pode tolher a liberdade. É mesmo? Eu queria saber o que há de
libertário na ação de vagabundos que incendeiam ônibus, que depredam prédios
públicos ou que põem em risco a segurança de milhares de pessoas infundindo
terror em áreas públicas, como estações de metrô, por exemplo.
É grande o risco de a lei
antiterror no Brasil valer para quem, por exemplo, se armar para defender a sua
propriedade, mas não para quem se armar para invadi-la. Fiquem atentos.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 13-02-2014
Mas a bovina, que disse, em ago/13 que receberia os representantes dos aposentados pelo AERUS, mentiu descaradamente e até hoje nem pensa em cumprir com o que prometeu.fdp.......
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