Rodrigo Constantino
Qual a premissa por trás de
tanta regulação estatal no mercado de trabalho brasileiro? Por que tanta gente
aplaude quando o governo cria benefícios, impõe um salário mínimo elevado,
obriga o empregador a conceder férias remuneradas, limitar a quantidade de hora
trabalhada, etc? O que motivou o governo a criar a nova Lei das Domésticas, que
nem pegou ainda, pois falta um monte de definição?
O que explica toda essa
parafernália burocrática em nosso país é a visão predominante de que o patrão é
invariavelmente um explorador, e que cabe ao governo proteger os pobres
trabalhadores, pois se deixar o mercado livre funcionar, acabarão como escravos
ou algo parecido. Ou seja, é a ideologia marxista que está por trás de nossas
engessadas leis trabalhistas, que supostamente protegem os trabalhadores. Mas
protegem mesmo?
Bom, seria o caso de perguntar
quantas americanas tentam ir de qualquer jeito para o Brasil gozar dessas
regalias todas, e comparar com a quantidade de brasileiras que tentam a vida
melhor nos States, sem essas vantagens legais todas. Que tal fazer isso? E que
tal ver como vivem as brasileiras nos Estados Unidos, aquelas que trabalham
como domésticas ou diaristas? Quem fizer esse simples exercício nunca mais vai
defender o modelo brasileiro, que confunde leis no papel com a realidade do
mercado.
Dou aqui meu próprio exemplo.
Hoje recebi a faxineira que fará a limpeza geral e pesada antes de eu
efetivamente me mudar para a casa. Ela foi ver o local para fazer um orçamento
do trabalho. O valor acertado ficou em US$ 250, e para serviço fixo semanal ela
cobra entre US$ 120 e US$ 140 (por dia). Ou seja, se ela tiver dois clientes
por dia, e trabalhar cinco dias por semana, ela ganhará algo como US$ 1.300 por
semana, ou mais de US$ 5 mil mensais. Eis o carro que ela chegou dirigindo:
Trata-se de um Nissan X-Terra,
um carro que não sai por menos de R$ 40 mil no Brasil, usado. Alguém acha
estranho ela dispensar as vantagens todas que o estado brasileiro impõe ao
empregador e vir tentar a vida na Flórida, sem qualquer regalia ou sem
sindicatos “lutando” por seus interesses e direitos? Será que ela é louca por
abrir mão de tanta “conquista trabalhista” assim?
Pobres faxineiras oprimidas e
desamparadas nos Estados Unidos. Que bom que aquelas no Brasil podem contar com
nosso governo e nossos sindicatos para cuidarem bem delas…
Título, Imagens e Texto:
Rodrigo Constantino, veja,
4-5-2015
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