Gonzalo Guimaraens – Destaque Internacional (*)
1 — Nos resultados das recentes eleições gerais na Espanha, ficou
claro um sobressalto centrista diante da instabilidade política, e uma
preocupação com a perspectiva de que tal instabilidade possa comprometer
algumas boas notícias, as primeiras em muitos anos, provenientes da área
econômica.
2 — Sinceramente, não conseguimos avaliar em profundidade em que
medida as preocupações ideológicas antissocialistas ainda estão vivas nas
cabeças dos espanhóis, submetidos a sucessivas anestesias desideologizantes, e
de que maneira elas podem ter influenciado no resultado eleitoral. Este é um
tema de extrema relevância, que deixamos registrado para eventuais futuras
avaliações.
3 — O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) perdeu votos,
deputados e até províncias; e outras organizações políticas quase chegaram a
desaparecer eleitoralmente. O partido “Podemos” perdeu uma parte considerável
de seu eleitorado, coincidindo com notícias vinculando-o financeiramente ao
regime pró-castrista venezuelano. Este é um dos poucos indícios de preocupações
ideológicas do eleitorado centrista espanhol.
4 — Tampouco conseguimos discernir no momento se o reforço do
centro político espanhol, com o consequente declínio das esquerdas nesse país,
terá alguma relação com os respectivos avanços centristas na América Latina e o
consequente desprestígio de partidos de esquerda no continente, enlameados na
corrupção.
5 — De qualquer maneira, relacionados ou não, o giro para o centro
na Espanha e na América Latina são processos que configuram uma interessante
tendência.
6 — A grande pergunta que já levantamos em outras oportunidades, e
que hoje reiteramos, é se esse retrocesso ao centro será suficientemente forte
e consistente para deter ou neutralizar, na Espanha e na América Latina, as
velhas raposas socialistas, mestres na metamorfose e na dissimulação. Basta
considerar que atualmente no Brasil, segundo certas pesquisas, Lula, o
ex-presidente esquerdista do PT, lidera as preferências para as próximas
eleições presidenciais de 2018…
(*) Notas de “Destaque
Internacional” — uma visão “politicamente incorreta” feita a partir da América
do Sul. Documento de trabalho (30 de junho de 2016). Este texto, traduzido do
original espanhol por Paulo Roberto
Campos, pode ser divulgado livremente. ABIM,
5-7-2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-