Almir Papalardo
Um procedimento injustificável
que ninguém por razões óbvias consegue explicar, evidencia uma lamentável
mediocridade na atuação dos poderes Executivo e Legislativo, há muito
destruindo de forma desastrosa a honradez do nosso sistema previdenciário. E
quem paga o pato? É sempre o pobre aposentado, que por suas maiores
contribuições mensais ao INSS, conquistou uma aposentadoria maior do que o
salário mínimo vigente!
Justamente, para infelicidade
do cidadão brasileiro, este absurdo comportamento antiaposentado, contradiz a
benemérita Previdência Social, outrora sustentáculo da sociedade por manter o
trabalhador protegido, garantindo-lhe a manutenção da saúde e do suprimento das
suas necessidades financeiras quando se aposenta.
Há muito perdeu essa condição
de guardiã do povo, pela estapafúrdia política adotada contra o trabalhador
brasileiro. Este, ao se aposentar, perde um grande percentual do que deveria
receber, arcando ainda com os prejuízos anuais que lhes são infringidos, por
ocasião dos reajustes salariais que achata cada vez mais a sua aposentadoria,
até limitá-la a um salário mínimo.
Então, é este o absurdo que de
modo absurdo lidera entre todos os outros absurdos que germinam neste país de
justiça social falha e comprometida. É muito absurdo junto, tornando o fardo do
trabalhador, principalmente do aposentado, absurdamente pesado e desumano.
E que argumentos usam para
justificar tamanha incompetência e deslealdade ao trabalhador? Para explicar
este problema originado pela falta de criatividade dos governantes, alegam
déficits existentes na Previdência, o que lhes obrigam a prejudicar 1/3 de
aposentados que ganham acima do mínimo, em detrimento dos outros 2/3 que
recebem o mínimo! Chocou-os? Daqui a pouco todos estarão ganhando o mesmo piso
pago pela Previdência(!?). Chamam a isto melhor distribuição de renda e
equilíbrio financeiro daquela Instituição, enquanto o bom senso, justiça e
coerência, indicam um criminoso preconceito e uma discriminação causadora de
infartos e derrames ao velho e angustiado aposentado. Isto não está legal, é
crime!! O Capeta os está esperando, com as portas do Inferno abertas!
Ante as afirmações da equipe
econômica do governo de que a Previdência é deficitária e as do senador Paulo
Paim, de que ela e superavitária, ratificada pela CPI da Previdência ainda em
andamento, fico com as afirmações do senador Paim, que mesmo sendo do PT, tem
se mostrado mais sensível às justiças sociais aos menos favorecidos, do que
certos líderes partidários confusos, insanos e indignos de votarem no plenário
do Congresso.
Além do mais, mesmo que a
Previdência fosse realmente deficitária, o governo não tinha o direito de
prejudicar o idoso aposentado, diminuindo o seu provento, porque recebe acima
do salário mínimo. Não poderia quebrar um contrato assinado pelo trabalhador, o
empregador e a Previdência Social, ignorando um direito adquirido e
desrespeitando um artigo da nossa Carta Magna, ratificado pelo Estatuto do
Idoso! Tinha que arrumar recursos de outras fontes para honrar os direitos de
aposentados e pensionistas. Realmente, está tudo errado!! Por que não mexem
também com os direitos dos todo-poderosos?
Torçamos para que a Câmara dos
Deputados recupere o seu tino, sendo um pouco mais leal aos aposentados. Que os
deputados, independentemente de interesses partidários, voltem um pouco mais
sua atenção para essa infeliz categoria, sem dúvida a mais prejudicada entre
todos os outros segmentos da sociedade, colocando os projetos de aposentados em
votação. Se o Senado votou, por que a Câmara não quer votar?
A Câmara dos Deputados está
com um enorme débito perante os aposentados por ter permitido que manobras
sorrateiras impedissem a votação daqueles projetos. Todos estão sensibilizados
e apiedados com o drama dos previdenciários, que há muito esperam que seus
projetos sejam analisados e votados. É o anseio do povo.
Câmara dos Deputados: Volte a
ser a verdadeira Casa do Povo! Faça valer a nossa Constituição Federal. Todos
os Projetos de Lei ou Emendas à Constituição, devem e merecem ter a
oportunidade de ver seus destinos traçados através das cotidianas votações
plenárias...
Título e Texto: Almir Papalardo, 7-10-2017
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