Haroldo P. Barboza
A notícia do transporte de
drogas por um militar dentro de um avião da FAB que servia à Presidência da República
em junho de 2019, revela apenas uma ponta do iceberg que a população conhece
desde quando as mordomias de transporte do primeiro escalão da sociedade foram
editadas através de legisladores que deram partida à prática da corrupção
governamental protegida pelas “leis” escritas por estes mesmos que montaram as
primeiras quadrilhas rotuladas de “partidos políticos”. Poucos se renderam a
esta prática e por isto jamais atingiram o estágio de “destaque” nas câmaras.
Vejamos como o tal iceberg
funciona contra a população que vota e paga impostos para alimentar os salários
dos “escritores” (alguns ganharam cadeiras na ABL. Que mico!).
Reza alguma norma que alguns
privilegiados (governantes, legisladores, chefes de autarquias e amigos
patrocinadores destes todos) que retornam ao país por avião ou navio, não
precisam passar pelos canais normais da alfândega para checagem de peso e
conteúdo das enormes malas que os espertos trazem do exterior. Podem usar uma
porta alternativa onde os veículos das comitivas trafegam sem serem aborrecidas
por fiscais inoportunos.
Conhecendo este mero detalhe e
sabendo que chefes de quadrilhas armadas não conseguem viajar para trazerem
armamentos e drogas, adivinhe por onde entram 40% (só?) destes materiais
danosos à sociedade ordeira.
Para que um único pilantra não
chame atenção trazendo mais de três malotes, montam comitivas com oito, doze ou
quinze integrantes para uma visita a um país europeu que vai exibir uma nova
caneta que informa a previsão de glicose quando sua extremidade mais fina é
apontada pelo paciente para o polo Norte. Com quinze pessoas chegando, terão quarenta
e cinco malas abastecidas passando longe da fiscalização do terminal de
desembarque.
Neste momento “corrompem” os
cães farejadores com lauta refeição (longe da porta alternativa) para evitar
“saia justa”.
E meses depois encomendam cinco
milhões de canetas (com bússolas defeituosas) pelo triplo do valor para
distribuírem nas UPAs (sem gaze) do país.
Título e Texto: Haroldo P.
Barboza, 5-7-2019
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