Fantasia natalina favorece imaginação, empatia e vínculos afetivos, aponta psicóloga
Diário do Rio
A figura do Papai Noel vai além do encanto das festas de fim de ano e contribui para o desenvolvimento infantil. A psicóloga Nathalia Jereissati, do Grupo Prontobaby, explica que o imaginário natalino estimula processos essenciais da infância.
“Ao se envolver com a figura
do Papai Noel, ela exercita a capacidade de criar e sustentar mentalmente
personagens, narrativas e cenas que não estão presentes no mundo real de forma
direta. Esse processo favorece o desenvolvimento do pensamento simbólico,
expansão da imaginação e do faz-de-conta, integração de emoções e vínculos
sociais e a construção gradual entre fantasia e realidade”, comenta.
Segundo a especialista, a
crença também favorece a empatia. Ao imaginar o que “agrada” ou “desagrada” ao
bom velhinho, a criança treina a habilidade de considerar o ponto de vista do
outro e identificar emoções. Atitudes valorizadas, como ajudar, dividir e ser
gentil, reforçam esse aprendizado.
Rituais de Natal, como decorar
a casa, participar de atividades coletivas e escrever cartas, também fortalecem
vínculos e estimulam a expressão emocional.
“Escrever uma carta para o
Papai Noel é muito mais do que uma tradição natalina. Para as crianças, esse
gesto simples se transforma em uma ferramenta importante de desenvolvimento
emocional”, afirma Jereissati.
O esforço para “ser boazinha”
ao longo do ano pode ajudar para a autorregulação emocional.
“Quando a criança se esforça por causa da história do Papai Noel, ela passa por um processo emocional importante: começa a prestar mais atenção no próprio comportamento, pensar antes de agir e considerar como suas atitudes afetam os outros.” Esse processo, diz a psicóloga, deve ocorrer sem pressão ou medo.
A troca de presentes também se
torna uma oportunidade de ensinar generosidade.
“Ao participar da escolha de
um presente, a criança é convidada a pensar no que deixaria o outro feliz, que
é um exercício valioso de colocar-se no lugar do outro”, pontua.
Quando surgem dúvidas sobre a
existência do Papai Noel, a psicóloga recomenda acolhimento.
“À medida que crescem, é
natural que as crianças comecem a perceber que o Papai Noel pode não ser real
da forma como imaginaram. É possível incluir a criança em novos papéis na
celebração, assim, ela passa de receptora da fantasia a criadora de encantamento”,
explica.
A recomendação final é
aproveitar o simbolismo da data como ferramenta educativa.
“Uma primeira orientação é
valorizar o simbolismo do Papai Noel, destacando o que ele representa:
generosidade, solidariedade, esperança e cuidado. A magia natalina deve
fortalecer vínculos e atitudes empáticas. Assim, deixa de ser apenas sobre
ganhar presentes e passa a ser uma oportunidade de aprendizado afetivo que
acompanha a criança pela vida toda”, finaliza.
Título, Imagem e Texto: Redação, Diário do Rio, 18-12-2025

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