terça-feira, 23 de dezembro de 2025

[Aparecido rasga o verbo] Fosso intransponível

Aparecido Raimundo de Souza

AS SENHORAS E OS SENHORES já ouviram falar, (ainda por mero ouvir dizer), que existe uma palavrinha linda, macia e charmosa, conhecida entre nós como uma coisa impecavelmente “INUSITADA”? Vamos tentar explicar. Inusitada, é uma coisinha fofa que lembra muito a Gretchen, (para quem não sabe, Gretchen é aquela cantora que acha que consegue atingir corações num mesmo patamar de emoções quando, na verdade, não faz outra coisa senão vomitar umas letras infames que só o capeta consegue conciliar quando quer se divertir diretamente dos cafundós do seu quadrado-inferno. Assim como a Gretchen, também existe uma enorme diferença entre ela e a Maria Bethânia, como igualmente uma elasticidade imensa e insondável entre um ser afamado como Deus e um deus cagalhão conhecido como Mula.

Querem exemplos? Aqui vão alguns. O Deus verdadeiro, é aquele Deus soberano, portentoso, enérgico e Senhor do Universo, sem mencionar o fato de ser o “Criador de Todas As Coisas Boas que existem em nossas vidas”. Já o deus Mula é um deus borra-botas, uma coisa “pirateada”, um ser escroto, tipo um traseiro enlameado de bosta, um filho de cruz credo de mentira, um maldito enganador, um trambiqueiro de mão cheia, além de larápio, safado e golpista. Deus é luz Divina, Mula é treva sem fim. Deus é um ser perfeito, Mula um maquiavélico astucioso e maligno. Esta doença incurável tem parte com o cramunhão e vive chafurdando num amontoado de dejetos sujos advindos de todas as decepções humanas. Deus é misericordioso. Fula seria capaz de vender a própria mãe e até as calcinhas da Canja, ou trocar seu filho Lulinha (tão em evidência em dias atuais), por Maduro, somente para estar acima de todas as falcatruas e aberrações.

Por termos um “presidenfudente” assim, ou dito de forma mais clara, um presidiáriodente paspalhão, um energúmeno de má reputação, um sujeito quadrúpede, mais sujo que os moradores da extinta cracolândia. Ei, calma lá: extinta? Kikikikikikikikikikikiki... “menas, menas”. Talvez seja por essa razão, cada dia que passa, o brasileiro otário boçal de carteirinha e sindicado, ou alcunhado diferentemente como aquele abestalhado “boca-aberta” tido como um letrado acima de qualquer suspeita, se veja aprisionado em suas próprias garras, teias e amarras. A “INUSITADA” pois, sem mais delongas, tem a fuça, ou a cara do que conhecemos como governo federal, ou desgoverno fedemal. Se não fosse um descalabro calamitoso, seria risível. Mas não é. Por conta, se transformou num desencontro tão espetaculoso que se vê protagonizado por ministros e assessores que, num bater de cabeças e bundas frontais e laterais sem fim, mais parece um festival circense.

O “Presipente da Repúbica”, por sua vez, nem está aí. Aliás, nem lá, nem cá. Segue em frente porque o teatro petista não pode parar. A derrocada dos poderes do “super ministro” o ilustríssimo “caneta azul”, seu alter ego, também parece não ter desanimado o Mula, que, renovado nas motivações promesseiras, dita as regras que acha da melhor qualidade. Nesses cinquenta ou mais tons de cinza, as antigas promessas, agora morro abaixo em face das enxurradas são substituídas por novas, mais mirabolantes, e assim, a trancos e barrancos, vai se governando o país cada vez mais para o fundo em direção a inevitável bancarrota. Salientar enumerando essa ou aquela tolice anunciada com estardalhaço a golpes de “pau duro” por ele e pelas capas pretas do STF, (seus asseclas), em verdade a coisa toda, bem sabemos, virou lugar-comum na administração sem gerência e diretriz.

Não será surpresa o anúncio do governo, a qualquer momento, da oficialização da “caça aos idosos” em operação maciça, já que as “granas e os dinheiros do INSS” debandaram para a casa do caralho, ou viraram uma nova caixinha surpresa para gastos estratosféricos com viagens internacionais. Quem nunca fez uma fezinha, que dê a primeira porrada. Seria uma medida, convenhamos, que no quadro que vemos atualmente, não é desvestida da lógica petista. Causaria estupefação em algumas “artoridades” do judiciário e até da santa e promissora igreja do Salas Mafeia, mas isso, bem sabemos, é o de menos. O certo é que mataria dois caolhos com uma única cajadada. Empregaria uma graninha de milhões prometidas por Mula, ainda que no calor da pose presidencial, reacendendo o direito de sonhar às camadas baixas da população, além de ser mais uma fonte de receita para o regalo das bocas vorazes e obviamente das gargantas gulosas do Estado.

O sucesso, claro, dependeria do volume arrecadatório e sua divisão. Dinheiro, senhoras e senhores, compra tudo, inclusive o silêncio dos inocentes e dos moralistas vagabundos sedentos de riquezas, como ficou provado através daquele personagem famoso de Arsène Lupin, o “Ladrão de casaca”. A história da carrocinha – perdão, da carochinha ou o momento político do país é a mesma coisa. As reformas estruturais em discussão permanente no Congresso prenunciam que as que ainda vão entrar em pauta terão o mesmo destino. Ou seja, uma pantomina à brasileira com alegoria momesca evoluindo na passarela dos interesses corporativos dos poderes. Uma questão salta aos olhos: como acreditar, nessa altura do campeonato que o brazzzil de baixo entre nos trilhos, quando o brazzzil de cima está descarrilhado? Tudo isso é um espanto e esparrama uma terrível sensação de disfunção institucional.

Aquele estado de espírito nacional em que a esperança desaparece na distância do caminho e se perde de vista. O dilema hamletiano de ser ou não ser se encaixa na inobjetividade das mudanças que poderiam unir a sociedade em torno dos temas. Sim, senhoras e senhores, poderiam se tivessem consistência na abrangência social e econômica de que se ressente o país. Rodopiar feito um piru bêbado nas mudanças necessárias e urgentes das quais toda a nação não pode prescindir é o que encerra o Congresso de almofadinhas ilustres diante de um Estado derreado, fodido voraz e perdulário. Com este quadro, as mudanças jogadas para escanteio, o andar de cima se regala, enquanto o de baixo, asfixiado, continua pasmo, assombrando, sobressaltado, aparvalhado, certamente esperando as refeições diárias com piranha – perdão, com picanha e muitas doses de mais pura das cachaças existentes prometidas pelo Fula. Essa bebida, direto das fazendas dele, enquanto os trabalhadores tomam no olho do cu e se fodem de verde e amarelo para que as suas famílias não passem fome.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 23-12-2025 

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