A instrumentalização política
dos professores por parte dos sindicatos comunistas e grupos de extrema-esquerda
segue o seu caminho. O ambiente que se vive nas escolas assemelha-se aos tempos
do PREC. Os neopides fazem o cerco aos colegas que não fazem greve. Intimidam.
Vigiam. Marcam os não grevistas. O ambiente que se vive nas escolas não deixa
espaço para a serenidade, tranquilidade, tolerância e respeito. Os piquetes,
formados por neopides, sindicalistas e militantes da extrema-esquerda, ajustam
contas. O ambiente é de cortar à faca. Há medo. As escolas estão
temporariamente nas mãos de grupos totalitários que, se não forem travados a
tempo, são capazes de intimidarem e perseguirem quem se lhes opõe.
Não foi por acaso que o PCP e a CGTP marcaram uma greve geral para o dia 27 de junho. É o dia com mais exames. Estão marcados os exames de matemática dos 6º e 9º anos. O objetivo é impedir que as escolas abram portas com a justificação da falta de segurança. Basta que meia dúzia de contínuos faça greve para que o espantalho da insegurança seja levantado pelos sindicatos que, neste particular, têm o apoio de uma parte dos diretores socialistas e comunistas. Já vimos esse filme muitas vezes. Dessa forma, poderão mascarar a fraca adesão à greve geral. Os comunistas e a extrema-esquerda preparam uma enorme mistificação para o dia 27 de junho e contam com a instrumentalização política dos professores. Com as escolas fechadas e exames de matemática dos 6º e 9º anos por realizar, a abertura dos telejornais será centrada nas escolas e nos transportes públicos, ignorando o fracasso da greve geral no resto do país.
A greve aos exames tem como
objetivo tapar o fracasso da greve geral. Os alunos, feitos reféns dos
professores, são as principais vítimas. Os comunistas e os grupos de extrema-esquerda
estão como peixe na água no meio da dramatização e da confusão. Têm séculos de
experiência nessa matéria.
O Governo capitaliza apoio
popular com estas greves. Se for firme, se não ceder à chantagem, a ação do
Governo será vista com simpatia pelos portugueses que olharão para o Governo
como o garante do direito das crianças e jovens a ser avaliados e a realizar os
exames. Os professores sairão delas enfraquecidos, desrespeitados e sem autoridade.
O Governo não deve descartar
nenhuma opção, incluindo a requisição civil. Ceder à chantagem seria visto como
fraqueza. Para o Governo merecer o respeito dos portugueses tem de enfrentar
estas greves com a firmeza de quem tem por missão defender o interesse público.
A firmeza do Governo face às
greves aos exames deve ser acompanhada de um sinal forte de que está empenhado
em pôr fim ao monopólio estatal sobre as escolas. O poder de chantagem dos
sindicatos é resultado do monopólio estatal sobre as escolas, da
hiper-regulamentação e da centralização. Acabe-se com o monopólio e com a
hiper-regulamentação e o poder dos sindicatos cai como fruta seca. A altura é
boa para a privatização das escolas da Parque Escolar e para a concessão a
privados da gestão das escolas estatais que se mostrem incapazes de ultrapassar
os resultados medíocres.
A liberdade de escolha das
escolas pelas famílias tem inúmeras vantagens: enfraquece o poder de chantagem
dos sindicatos, permite reduzir o poder dos burocratas sobre as escolas,
diminui o poder dos comunistas e da extrema-esquerda na educação, introduz
competição no sistema e elimina as escolas medíocres.
Título e Texto: Ramiro Marques, 11-06-2013, no blogue “ProfBlog. De vez em quando, uma história nova”
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