sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Peça teatral: Acenos & Promessas... O drama do Aerus


Jonathas Filho
Baseado em fatos reais, isso mais parece um ensaio rocambolesco no qual os atores e atrizes de uma Opereta são enganados pelo Dono do Teatro, Produtores, Equipe Técnica e Diretores.

Fora do roteiro, pergunta uma atriz, com o olhar lânguido para um Diretor que lhe prometera um papel de destaque:
- Acena ou há cena?
O Diretor, constrangido com a pergunta feita perante os demais atores e figurantes, exige que todos se comportem conforme suas participações, sem estrelismos. Cartaz aqui, só o da porta do teatro. Todos são iguais, bradou.

Quem sabe ele  tenha feito alguma confidência à   bela atriz, afirmando  que atores e atrizes, em determinadas cenas de “promessas de um mundo melhor”, devem exibir um semblante que traduza o esquecimento total e a interrupção de  uma luta  pelos Direitos esquecidos e não atendidos dos milhares de trabalhadores, homens e mulheres, cuja quase totalidade é de “artistas” septuagenários que converteram durante décadas (o que foi retirado  dos seus proventos mensais), grandes valores pecuniários para protagonizarem o futuro de suas existências  na peça  “O Fim Digno de Suas Vidas com Aerus”.

A organização de uma peça teatral é elaborada por atos e cenas. Um ato significa um momento da obra a ser exposta, contendo uma ou mais cenas que podem variar de acordo com cenários e iluminação ou mesmo por entradas  e saídas de outros participantes numa cena.
Esta peça “Aerus, a agonia”  está sendo ensaiada exaustivamente há mais de 7 anos seguidos, sendo  que dela  já saíram, por óbito, mais de 850 “artistas”, cujas lástimas  levam-nos  às lágrimas verdadeiras... não teatrais.  Foram-se precocemente os protagonistas e coadjuvantes de várias peças ao longo dos nossos trabalhos, nos palcos aéreos e terrestres, nacionais e internacionais.
Sim, o Diretor Teatral quer um semblante doce, angelical... como se todos tivessem atingido suas expectativas; como se todos tivessem alcançado a miragem de um futuro melhor... afinal, a “terra prometida”.

Será essa a cena marcante desta peça, ou será mais uma peça a ser pregada a esse contingente de idosos, que aguarda respostas concretas para se desfazer tal “imbróglio”.
Houve num  ato anterior, uma cena bastante aplaudida, representada e acompanhada de um toque de alvíssaras  denominado  “A Tutela Antecipada”, em que todos os participantes voltaram a ter brilho nos olhos e a renovada motivação de participar posteriormente em um outro  espetáculo intitulado  “VIDA DIGNA”. 
Ledo engano.
No ato seguinte, ao descerrar as cortinas, surge no palco o personagem Carrasco, numa interpretação odiosa da cena “Exposição do Embargo”, cujo desfecho foi desumano e trágico,  deixando perplexos todos os participantes da peça.  Sentiram que o script tinha sido alterado na última hora, para provocar uma imensa insatisfação e comoção da plateia que empalideceu sem aplausos.
Desce o pano!

Não se pode garantir que não há possibilidades dessa peça ter um  outro Diretor: uma espécie de eminência parda que age nos bastidores, especialista em “Entremezes” (representações jocosas de curta duração que servem de entreatos da peça principal). Para esses entremezes, um subalterno figurinista confeccionará um sem número de vestimentas com colarinhos largos, calças coloridas balofas e frouxas além de um inusitado adereço arredondado de coloração vermelha, para ser posicionado nos narizes dos “astros e estrelas”.

Intermezzo: Ária: Siamo stanchi di bla bla bla  (trad: Estamos cansados de blá-blá-blá)

Suspendam-se então todos os ensaios, pois urge que se façam modificações no texto, no roteiro e nos cenários dessa tragicômica peça pois, em algum momento,  pode a “eminência parda”,   inserir maquiavelicamente  um tipo de seriado sem fim, em que os atores se revezam no coro e no choro,  aguardando ad infinitum um desfecho utópico do drama do Aerus.
Título e Texto: Jonathas Filho, Comissário de Bordo aposentado Varig-Aerus, 28-8-2013

“Nessun Dorma” de Turandot.
Interpretado por Jose Carreras, Placido Domingo & Luciano Pavarotti.
Maestro: Zubin Mehta.

 

5 comentários:

  1. Sobre as reuniões em Brasília com participação da Graziela

    L I X O, L I X O, L I X O.

    Que suruba é esta, que só eu entro com o rabo?

    Reunião para acordo onde só existem sindicalistas do outro lado? Não temos nenhum representante digno e capaz, de, em condições legais exercer validamente os direitos de nosso grupo, e como 1ª ação substituir a Graziela?
    Estão nos fazendo de trouxas mais uma vez, palermas é o que todos nós somos. Só temos uma coisa a fazer, é tirar estes ladrões do poder, .................pelo voto e aguardar a nossa última viagem que será espacial, com pernoite eterno em algum lugar, onde não haverá mais doenças, cemitérios (credo!), bandidos, advogados, ladrões, políticos ladrões, hospitais, bancos, planos de saúde, dívidas, farmácias, juízes, tribunais, poluição, AGU e PT. Um lindo e incomparável pernoite.
    Os cangaceiros safados estão rindo de nossas faces engelhadas.

    Sérgio Martelli

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  2. PREZADOS POR FAVOR ASSISTAM AO VIDEO E FORMEM SUAS CONCLUSÕES,SOU A FAVOR DAQUELES QUE QUEREM RESOLVER SENDO OU NÃO SINDICALIZADO POIS,NÃO TEMOS MAIS TEMPO COMO FOI DITO, MAIS DE 860 JÁ SE FORAM E MUITOS MAIS IRÃO.O QUE APREGOU É A UNIÃO NO SENTIDO DE UM PACTO ENTRE TODOS OS ENVOLVIDOS DEIXANDO DE LADO A VAIDADE DISTO OU DAQUILO.COMO DISSE ANTERIORMENTE NÃO TEMOS TEMPO DE VER O PANO DESCENDO E SIM AS CORDAS BAIXANDO NOSSOS CAIXÕERS.PAPAI ESTÁ COM 90 ANOS EMINHA MÃE COM 86 JÁ NÃO PODEMOS ESPERAR O PANO CAIR...http://www.youtube.com/watch?v=Y5h4q84Uryc
    PAZ EM SEUS CORAÇÕES UM GRANDE ABRAÇO A TODOS CARLOS AUGUSTO

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  3. Concordo com o Sergio Martelli. Cheguei numa idade, que sinto pena das crianças abandonadas muitas vezes tendo pai e mãe e pobre daquelas que vivem num orfanato... (isso é purgatório)dos jovens desorientados, dos idosos esquecidos. Alguns sem si quer ter alguém para lhes fazer uma visita se quer.
    Mundo muito difícil, estamos vivendo. O que será das atuais e futuras gerações?
    Tenho um processo desde 1988 que era de meu marido, ele faleceu e não viu a cor do dinheiro. è do Sindicato dos Aeronautas Um processo em grupo. E até hoje ninguém me responde nada , anão ser está na mesa do Juiz.
    Meu marido me deixou bem, com uma pensão de ex combatente, Em 97, ganhava oito mil, depois o INSS passou para cinco mil e finalmente em 2000 me enviaram uma carta cancelando a pensão. Não acreditei, fui ao banco no dia do pagamento e lá estava depositado Mil e quarenta reais!!! Recorri, mas nada adiantou.
    Apesar de ter me tornado evangélica. Admiro a codificação de Allan Kardec. Temos ali, grandes respostas, como também encontro na Bíblia.

    Abraços de uma Paneriana cansada e pagando seu carma

    JAnda


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  4. A peça é bem escrita. Parabéns Jonathas Filho, você tem muito talento!
    Infelizmente é assim mesmo, os atores e atrizes são - como foram os comissários - orientados e comandados pelos diretores. Ficando na área do teatro, também mandam os produtores, o dono do teatro e a equipe técnica! Os atores e atrizes entram com a arte, sem a qual não haveria encenação... No fim da peça, cada um se despe do figurino, desfaz a maquiagem e cai na real.
    No teatro como na vida, nem sempre o retorno (sucesso de bilheteria) chega... Muitas vezes ele chega, mas o diretor e o produtor, podem ser trambiqueiros e embolsar tudo, alegar que tiveram muitos gastos e etc. e tal. Como na vida real!
    Quando vamos ao teatro assistir uma peça, queremos um final melhor... mas nem sempre é assim. Geralmente o autor da peça tem outras ideias, quer satisfazer seu próprio ego. Atores, atrizes e também a plateia são vítimas de suas próprias expectativas, de suas ilusões, da dependência que vivem em relação ao Sistema onde autores, diretores, produtores, donos de teatro têm a palavra final. O teatro é a encenação do real, mas não é o real.
    Não vou terminar este comentário repetindo o final infeliz da peça acima. Não! Eu acredito em algo superior ao Sistema! Tem muitas verdades ocultas no caminho da existência e eu ainda espero por justiça, porque acredito em Deus, acredito no bem maior que inspira a humanidade a lutar por um mundo melhor!

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  5. Esta peça teatral, é um tremendo dramalhão!!!!!
    Será que algum dia sairemos das promessas ou estaremos para sempre fora do roteiro?????
    Ilca Eras

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