Rivadávia Rosa
Assim opera a projeção
do mal por parte da esquerda:
- em nível socio-político
psicológico busca identificar os inimigos, sobretudo do “povo” – pueblo
e aí encontrar os rostos que absorvam a ideia de Mal;
- engendra-se uma belicosidade
categorial contra o “mal”;
- apoiado numa ideologia,
identifica um “rosto” e projeta o mal nesse rosto, ou seja, uma vez metabolizado
a ideia de Mal nos outros, busca se localizá-lo numa instância concreta,
na qual projeta a desdita geral, que é explorada politicamente à exaustão,
mediante a construção de inimigos engendrada por uma permanente linha
divisória da sociedade, na qual cria as categorias amigos/aliados e os
demais passam a ser inimigos, constituindo-se o gérmen potencial da
violência que leva a não consideração do outro como semelhante;
- o outro pensado como
imerso numa categoria abstrata e identificado como digno de ódio
é uma das técnicas que permite sua destituição/eliminação como ser humano,
uma vez que permite dirigir o mal efetivo contra ele. Cada pessoa subsumida sob
o rosto do Mal perde seu próprio rosto, sendo fácil, por sua abstração,
considerar supérfluo quem está demonizado sob tal categoria.
Com efeito, os seguidores
do marxismo-leninismo e outras variantes afins da mesma gênese criminosa
pensam e identificam a “burguesia”, como uma categoria, numa classe, não como seres
humanos e, ademais ainda erigem outras categorias como “direitista”,
“elites” (“zelites”), empresários capitalistas, e, até a sofrida classe
média, como fez a novíssima pensadora do petismo-lulismo, sob os
aplausos orgiásticos do seu chefe e militantes.
Nesse contexto se sobressai
a irresponsabilidade da pirotecnia verbal, apontando e identificando os
“inimigos”, acusados de “nazistas”, “fascistas”, “direitista” com incitação ao
castigo, estímulo dos instintos sinistros de (des) humanidade e a partir daí
toda e qualquer atrocidade é “auto justificada”.
Essa ‘lógica’ perversa e
criminosa pode levar uma pessoa medíocre a se converter não só em
“assassino de reputações”, mas também e até num genocida, posto que a certa
altura torna-se incapaz de distinguir o bem, do mal… mas o “mal” já foi
identificado no “outro” erigido a “inimigo”.
Por fim, insidiosa e
criminosamente forja-se um plano programático e sistemático de
aniquilação comandado pelo governo já visível pelos sinais explícitos não
só da violência política macro, mas também da violência social micro, cujo
sucesso ocorre na medida em que as pessoas são convencidas que ele só existe
nos outros, não nos que praticam o mal. Assim operou na extinta União
Soviética, na China de Mao, e prossegue descaradamente em seu desiderato
criminoso em Cuba da ditadura Castro, avança na Venezuela e nos demais
satélites do bolivarianismo. Título e Texto: Rivadávia Rosa, 16-2-2015
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