sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Crônica de Shangri-La: Os escândalos gêmeos

José Manuel
Fato por demais conhecido, o World Trade Center em Nova Iorque é um caso clássico de que nada, absolutamente nada e por mais forte que seja, resiste a golpes fortíssimos perpetrados contra suas estruturas, sejam físicas, comerciais, industriais ou mesmo nações e seus escândalos políticos-financeiros.


O WTC era um complexo de prédios empresariais construídos no coração financeiro e localizado no Lower Manhattan, sendo à época de sua inauguração, em 1973, a torre sul e a torre norte, com cento e dez andares cada, considerados os prédios mais altos do planeta.

Praticamente desconhecido, no entanto, é o de que as torres foram construídas, bem como os enormes arranha-céus de Nova Iorque, tendo como base de sustentação o solo de Manhattan que contém em sua estrutura geológica uma das mais duras rochas conhecidas, o que facilita em muito as suas mega-construções.

Porém, além do solo, aliado a uma estrutura fantástica, esse somatório de tecnologia e natureza não foi suficiente para resistir a uma série de ataques que essas formidáveis torres de quatrocentas mil toneladas, cada uma, sofreram desde o primeiro ataque em 26 de fevereiro de 1993 com 682 Kg de dinamite em sua garagem, e aos ataques sequenciais com os dois aviões, no dia 11 de setembro de 2001.

O que se viu pouco depois do segundo ataque, foi o colapso de suas estruturas e visualizadas em tempo realque até hoje nos traz lembranças tão desagradáveis.

Pois é, Pindorama com a sua riqueza formidável, cantada e decantada como o celeiro do mundo, o pré-sal das arábias que colocaria  de rastros a Opep, onde tudo é maior e melhor do mundo, assim como as torres gêmeas vem sofrendo ataques muito fortes à sua estrutura básica como nação, sem que possamos aquilatar o quanto tempo levará para que um colapso temido e de grandes proporções possa vir a acontecer.

Em Nova Iorque, por exemplo, como eram prédios, aconteceu em horas, mas aqui como é um país com as potencialidades e complexidades inerentes a uma nação, com certeza não será tão rápido, a não ser que continuem os ataques devastadores que vem sofrendo, e talvez não demore tanto assim, nos arrastando para o limbo do atraso, o desemprego e a fome.

Até 2002 vínhamos em franca expansão de negócios, da indústria, do comércio exterior, uma moeda finalmente valorizada pelo plano Real que colocou novamente nos trilhos a nação que até então vinha cambaleante e mal da pernas, mas andando pelo menos de cabeça erguida.

Feita a faxina tão necessária, a partir de 27 de fevereiro de 1994 nascia o Real e assim estavam concretizadas as metas que iriam alavancar o país ao futuro. As torres auriverdes hipotéticas estavam inauguradas e o que se descortinava dos seus mirantes no horizonte sem fim do planalto agora, era sem dúvida uma imagem de progresso e prosperidade nunca dantes vista, tanto que o economista e jornalista Joelmir Beting assim se referiu ao passado:

“Aqui jaz a moeda que acumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma inflação de 1,1 quatrilhão por cento. Sim inflação de 16 dígitos em três décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%. Dá para decorar?
Perdemos a noção disso porque realizamos quatro reformas monetárias no período e em cada uma delas deletamos três dígitos da moeda nacional.
Um descarte de 12 dígitos no período, caso único no mundo, desde a hiperinflação alemã dos anos 1920"
Joelmir Beting

De 2003 até aos dias de hoje, ou seja, na era PT, foram registrados 102 escândalos político-financeiros que, na comparação hipotética, seriam como o primeiro ataque com dinamite na garagem de uma das torres.

No decorrer desses doze anos de corrupção generalizada aconteceu além dos primeiros o mais conhecido e duro golpe sequencial não desta vez com aviões, mas tão ou mais potentes quanto os primeiros, pois o "mensalão" e o "petrolão", estão sendo devastadores política e economicamente ao presente e futuro deste país.

O cálculo da energia positiva e destrutiva gerada pelo impacto dos aviões contra as torres é perfeitamente mensurável por um bom físico de plantão, mas o cálculo da energia destrutiva e negativa contra a nação, pelos mensalão e petrolão, é dificílimo de ser mensurado, pelas características próprias das apropriações indébitas de ativos do país e o sucesso negativo da sua imediata contrapartida social.

Os dois escândalos estão tão intrinsecamente ligados, que a Petrobras nos desvios bilionários que sofreu, pagava as contas e as multas dos diretamente envolvidos no mensalão.

Um absurdo inimaginável, até que tudo começou a vir à tona e hoje começamos a tomar conhecimento através dos operadores do crime lesa-pátria e suas delações premiadas, de como e cada vez mais o mensalão se aproxima do petrolão e a sua ponte imaginária protagonizada pelos mesmos criminosos começa a ser desvendada.

A proximidade, poderíamos dizer de "alcova",  é tão grande que se as torres fossem em Pindorama, os nomes WTC 1 e WTC 2, com certeza  teriam a denominação de "BOB" e "MOSH", em homenagem a um ex-Ministro e um tesoureiro frequentadores das páginas policialescas dos dois escândalos.

Estamos a  pouco tempo para a tomada de conhecimento dos nomes políticos envolvidos nos desdobramentos deste escândalo e esse certamente será mais um ataque que a nação sofrerá.
O que apenas visualizamos no momento é que a estrutura social do pais já está comprometida com o seu parque industrial em declínio, o seu comércio, grande gerador de postos de trabalho sendo cada vez mais penalizado, a inflação com saudade pré-plano Real, e a sua moeda retrocedendo no poder de compra a eras inesquecíveis dos Cruzado e Cruzeiro.

Deixar a sua maior empresa como a Petrobras, uma das maiores petroleiras do planeta, ser substituída em valor comercial por uma cervejeira, é implodir o pilar que faltava para uma ruína iminente.

Pindorama necessita com urgência reavaliar  as suas políticas públicas, processar criminalmente todos os envolvidos nos escândalos, inclusive os que estiveram à frente das administrações de empresas consideradas estratégicas ou de segurança nacional.

Não pode ser permitindo que as pessoas responsáveis por esses descalabros contra a nação, simplesmente sejam demitidas e se aposentem com salários ultrajantes ao cenário nacional, para que possamos conseguir consertar o que fizeram durante longos períodos irresponsavelmente.
Isso é lei, tem o nº 8.429 de 2 de junho de 1992, tem nome e chama-se improbidade administrativa.

Portanto, conhecidos os nomes é só aplicar as sanções previstas, antes que a ruína se faça presente e para que não precisemos ter o desprazer de rever cenas tão tristemente acontecidas em setembro de 2001 quando morreram quase três mil pessoas.

Em nosso caso aqui em Pindorama, ao contrário, as ruas poderão vir a  ser ocupadas por milhares de indigentes, fato este provocado pelo colapso da economia e da instabilidade política.

Ou reagimos a esse ataque feroz de uma vez por todas, ou seremos condenados a assistir sentados no sofá, ao evento parecido com setembro de 2001, porém, desta vez à porta de nossa casa.

Nota: a descritiva nas crônicas por mim publicadas, é o resultado de pesquisa em notícias veiculadas em mídia nacional idônea, apenas compondo um pensamento lastreado em liberdade de expressão e ancorado no Artigo 5, inciso IX, da Constituição Federal de 1988.
Título e Texto: José Manuel, em alerta laranja, 13-2-2015

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