terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Portugal: “Somos livres, não precisamos de viagens e de explicações.”

Rudolfo Rebelo

O Siryza (não essa admirável Grecia) já claudicou. Não durou uma semana. Varoufaquis, o ministro das finanças helenico, deixa cair o perdão da dívida (Tsipras, onde está?), admite a queda de promessas do Siryza ao eleitorado grego, pede empréstimo de 1,9 mil milhões (para as primeiras necessidades) e ajuda ao BCE para estancar hemorragia dos bancos gregos e promete um orçamento com sustentação do saldo primário positivo (receitas superam as despesas sem os encargos com os juros anuais da dívida).

Merkel diz que não está para ouvir o PM grego (um gesto humilhante...) este voa para todo o lado à espera que o oiçam...

Franceses e ingleses já o apanharam na armadilha da dívida: a Grécia renuncia ao FMI (um disparate pegado, Lagarde agradece) e jamais voltará aos mercados, fica dependente dos humores de Paris e Londres e cada "empréstimo ponte" (nova expressao do Siryza para esmolas na Europa) será precedido de viagens a Hollande.

Alemanha dá sinais de grande relutância em participar em futuros empréstimos a Atenas.

Merkel iniciou época de humilhação a Tsipras (ele terá de pedir, bem alto, dinheiro) e fica com espaço para captar simpatias ao eleitorado alemão, prevenindo extremismos.

Enquanto isto, Lisboa bate o pé ao FMI, levanta dinheiro quando quer e tem fundos para sobreviver durante meses. Somos livres, não precisamos de viagens e de explicações. Somos iguais, estamos diferentes.
Título e Texto: Rudolfo Rebelo, 3-2-2015 
Grifos: JP

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