Raphael Fernandes
Mesmo diante da ampliação
constante no número de mortes e casos confirmados de Coronavírus no Rio
de Janeiro, o retorno dos atletas dos clubes cariocas aos
treinos parece ser possível. Para isso acontecer, entretanto, alguns métodos
sugeridos no documento intitulado ”Jogo Seguro”, um conjunto de procedimentos
de saúde estabelecidos após reuniões de uma comissão formada por médicos de
equipes que disputam o Campeonato Carioca, deverão ser seguidos à risca.
No momento, os clubes esperam
a liberação por parte do Poder Público para que os atletas, a princípio de
maneira individualizada e, depois, separados em pequenos grupos, sejam
liberados a retornar às atividades de preparação.
Roberto Medronho,
epidemiologista, é um dos especialistas que acredita ser plausível a liberação
da volta aos treinos. Ele tem participado de reuniões com o Governo do RJ, no
Palácio Guanabara, a respeito da pandemia do Coronavírus no estado. Foi deve,
inclusive, um dos votos contrários à liberação para que o comércio de rua
shoppings centers sejam reabertos, medida essa cogitada pelo governador Wilson
Witzel.
”Nunca é possível fazer uma
‘bolha’, ter segurança de 100%. Mas, para treinar, ainda é possível mitigar
riscos, reduzir contatos e criar um protocolo. Mas o jogo é essencialmente de
contato”, diz Medronho, ressaltando que, mesmo que os treinos voltem, para
retornar com as partidas oficiais ainda é cedo.
Para se autorizar a volta aos
treinos, as medidas incluem, por exemplo, testagens de sorologia para Covid-19,
que seriam realizadas 10 dias antes do retorno aos treinamentos e repetidas 72
horas antes da 1ª atividade no clube – e novamente em caso de voltarem os
jogos.
Além dos jogadores e toda a
comissão técnica, receberiam o teste também seus respectivos familiares que
moram na mesma casa.
Já outras medidas, como o
aumento de material higiênico disponível para os atletas e a realização de
atividades somente em área externas – isso impediria, por exemplo, a utilização
de academias -, também são importantes.
Além disso, os vestiários
também não seriam utilizados, devendo os jogadores, com isso, irem para os
treinos já arrumados de casa.
Outras medidas incluem
ampliação do material higiênico à disposição dos jogadores e atividades apenas
em áreas externas, o que impediria, por ora, o uso de academias. Vestiários
também não seriam usados e os jogadores, além de irem para os treinos vestidos
para a atividade, lavariam as roupas em suas casas. Todos usariam, ainda, seus
carros para se dirigirem ao local de trabalho.
”Ainda assim é arriscado.
Mas com um grupo pequeno, ao ar livre e poucas pessoas envolvidas, é possível
fazer”, diz o infectologista Alberto Chebabo.
Se em relação aos 4 grandes
clubes do Rio a situação é otimista, o mesmo não se pode dizer sobre as equipes
de menor investimento.
Não há certeza de que elas
conseguirão se enquadrar aos altos padrões de testagem e se seguirão à risca,
tanto os próprios jogadores quanto a comissão técnica e os familiares, as
recomendações.
Título e Texto: Raphael
Fernandes, Diário do Rio, 27-4-2020
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