sábado, 14 de maio de 2011

Igreja de Santa Engrácia – Panteão Nacional

Foto: Jim Pereira

A Igreja de Santa Engrácia
Fundada por desejo da infanta D. Maria (1521-1577), filha do rei D. Manuel e uma das mais ilustres mecenas do século XVI, a primitiva Igreja de Santa Engrácia destinava-se a servir a nova paróquia criada por Breve do Papa Pio V, em 1568. As obras desse templo tiveram início em 1570, seguindo, provavelmente, um desenho do arquiteto Jerónimo de Ruão.
(…)
Em 1630 foi a igreja cenário de um episódio funesto. Profanado o sacrário, do sacrilégio foi acusado, injustamente, um cristão-novo, Simão Solis, que na noite do delito apenas requestava uma freira do vizinho Convento de Santa Clara. Queimado no ano seguinte, o castigo não pareceu suficiente e, em 1632, a Mesa da Confraria dos Escravos do Santíssimo Sacramento, composta maioritariamente por fidalgos, decidiu proceder à construção de uma nova capela-mor, seguramente como expiação do desacato.
Escolhido o arquitecto Mateus do Couto (-1664) para a direção da obra, que começou de imediato, decorreram os trabalhos morosamente, por força de dificuldades financeiras várias e pela eclosão da Guerra da Restauração, que se arrastaria até 1668.
No dia 19 de fevereiro de 1681 a capela-mor, que não estava ainda acabada, ruiu completamente, arrastando, no desastre, parte do corpo da igreja.
Um novo projeto foi, então, pedido ao mestre pedreiro João Antunes, um artífice relativamente desconhecido mas que se viria a revelar o maior arquiteto português da sua época. Aprendiz da Aula instituída no Paço da Ribeira, onde aprendeu os rudimentos do projeto arquitectónico, João Antunes viria a ocupar cargos de grande destaque, nomeadamente o de Arquiteto Régio, para o qual foi nomeado em 1699. Não restam hoje dúvidas de que foi graças ao seu brilhante plano para a Igreja de Santa Engrácia que João Antunes alcançou tamanha notoriedade. Não só pelas suas inabituais proporções mas, sobretudo, pelo seu desenho inovador, a Igreja de Santa Engrácia é um monumento único na arquitetura do Barroco português.

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A história posterior de Santa Engrácia não foi feliz. Após a morte de João Antunes, em 1712, puseram-se dúvidas quanto à capacidade da estrutura para suportar o peso da cúpula, resolvidas entretanto pelo cônsul francês em Lisboa, Antoine Duverger, diplomata de grande valimento junto do rei. Mas o destino da igreja estava irremediavelmente traçado e as obras não mais seriam retomadas, pese embora as diversas tentativas feitas ao longo dos últimos séculos.
Na segunda metade do século XX, o Ministério das Obras Públicas, através da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, propôs a finalização do edifício, que se tornara já, no imaginário de Lisboa, sinônimo de obra de improvável conclusão.
(…)
Classificada como Monumento Nacional por decreto de 16 de junho de 1910, a Igreja de Santa Engrácia foi, por decreto de 29 de abril de 1916, escolhida para Panteão Nacional. Presentemente, recolhem-se aqui os túmulos de Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona, presidentes da República, dos escritores João de Deus, Almeida Garrett e Guerra Junqueiro, e do Marechal Humberto Delgado. Na igreja encontram-se também, em singela homenagem a alguns dos vultos maiores da História de Portugal, os cenotáfios de Luís de Camões, Nuno Álvares Pereira, Afonso de Albuquerque, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, o Infante D. Henrique e Amália Rodrigues.
Fonte: Guia vendido à entrada da Igreja
Digitação: JP

A designação de Panteão Nacional em Portugal é partilhada por dois monumentos: a Igreja de Santa Engrácia e o Mosteiro de Santa Cruz.
A Igreja de Santa Engrácia localiza-se na freguesia de São Vicente de Fora, em Lisboa, Portugal. Passou a ter a função de Panteão Nacional a partir de 1916. O estatuto de Panteão Nacional foi reconhecido ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra em Agosto de 2003.
A primeira pedra do actual edifício, o primeiro em estilo barroco no país, foi lançada em 1682. As obras perduraram tanto tempo que deram azo à expressão popular "obras de Santa Engrácia" para designar algo que nunca mais acaba. A igreja só foi concluída em 1966, 284 após o seu início.
Fonte: Wikipédia

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