sábado, 17 de março de 2012

As sondagens do “realismo”

Alberto de Freitas
Tomando como certas as sondagens sobre intenções de voto e nível de popularidade dos políticos e partidos, só posso concluir que a população se consciencializou da gravidade da situação. Ninguém gosta do que tem que ser feito, mas a maioria reconhece que alguém tem de o fazer. E não é a morte da política, mas a necessária libertação das “amarras” (compromissos clientelares, lóbis, etc) partidárias.
O governo “cai” sempre que mostra fraqueza e se vislumbram sinais dos interesses há muito instalados. E esses interesses têm sempre uma ligação “umbilical” com os partidos. Em muitos casos: “irmãos” separados à nascença. E daí que os apelos à insubordinação civil, por parte da esquerda marxista, não encontrem recetividade por parte da população. Esses apelos têm motivações e interesses partidários – uma procura de aproveitamento da crise – e não objetivos para quaisquer soluções.
Pelo exemplo italiano, falta-nos um “Gaspar” para primeiro-ministro, ou um Passos “político-despartidarizado”. A situação exige decisões, mais que participações sinónimo de conflitualidade. E exige política. Política da verdade, dolorosa, anti-popular, mas com capacidade de refutar a demagogia. E essa capacidade é “unipessoal”. Daí os ataques ao “Álvaro-elo-mais-fraco” por, de certeza, faltar aos “almoços”.
E as capelinhas partidário-clientelares, são abrangentes ao espetro político. Não há inocentes. A grande luta de oposição (mesmo no interno dos partidos da maioria), não é para propor caminhos alternativos, mas para manter as posições de influência. O “combate” pela manutenção das Juntas de Freguesia é a demonstração da “entrega” partidária à adaptada “máxima” de Antoine Lavoisier: nada se “pode” perder. No máximo: transformar.
Mesmo a Cavaco não se perdoa que nos faça “perder” tempo a anunciar o que já sabíamos. Que permita o nascer de quezílias de interesse exclusivo dos “quezilentos”. Porque a desconfiança nos políticos é tal, que todos os partidos são necessários, ao estilo: equilíbrio do terror. E veja-se que mesmo a auto-crítica, tão do agrado dos marxistas, não é chamada ao terreiro. Porque no fundo, todos estão ligados, todos têm características e origens semelhantes. Só muda a conversa e, disso, todos estamos a ficar fartos.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 17-03-2012
Relacionado:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-