Alberto Komatsu
A Gol deverá acumular, até o
fim do primeiro semestre, pelo menos 1.200 demissões, resultado de um processo
de cortes iniciado em janeiro. Isso porque a companhia anuncia, até o fim deste
mês, a demissão de cerca de 500 funcionários, a maioria de aeroviários
(funcionários de serviços em terra).
A medida integra a readequação
de tamanho da Gol, em linha com a redução de cerca de 10% na malha de voos,
após o segundo maior prejuízo de sua história, de R$ 751 milhões, em 2011. A
Gol demitiu 1.200 trabalhadores de janeiro a abril, mas contratou 700 pessoas
no mesmo período, restando um saldo de 500 cortes.
Como de janeiro a março foram
dispensados 200 tripulantes, são 700 cortes até o momento. Com as 500 demissões
a serem anunciadas perto do fim de maio, chega-se ao total de 1.200 dispensas
até junho. A empresa está reduzindo a quantidade de comissários no avião
737-700, de quatro para três, que deverá resultar em mais cortes.
Segundo fontes que acompanham
a reestruturação da segunda maior companhia aérea brasileira, novas demissões
poderão ser anunciadas entre junho e julho, mas em uma escala menor das que têm
sido anunciadas até agora. A Gol não comenta o assunto. No encerramento do
primeiro trimestre, tinha 18,8 mil funcionários.
"O que está acontecendo é
que o processo de adequação do quadro de funcionários ainda não acabou. É um
ajuste do número de voos, que foram reduzidos, com o número de
empregados", afirma um fonte do setor aéreo.
Entre março e abril, a Gol
reduziu 100 voos de sua malha aérea, que era composta por até 1.150 voos por
dia, incluindo a Webjet, comprada em julho de 2011.
Com menos voos e menos
funcionários, a Gol vai reduzir o uso diário de seus aviões. Em 2011, cada
avião da companhia registrou uma média de utilização diária de 13 horas. Neste
ano, o objetivo da Gol é recuar para 12 horas.
A Gol vai reduzir, ainda, até
2% de sua oferta neste ano. Em recente entrevista, o presidente da Gol,
Constantino de Oliveira Junior, disse que abre mão de participação de mercado
para ganhar rentabilidade. Prefere permanecer no mesmo patamar ao longo de
2012. Atualmente a Gol responde por 34% da demanda doméstica.
A companhia também está num
processo de redução de frota. Encerrou 2011 com 150 aviões. Em 2012, terá 138
aeronaves, ou uma redução líquida de 12 unidades. Em vez de incorporar novos
aviões em sua frota, eles serão remanejados para a Webjet.
O maior corte líquido de
aviões, porém, acontecerá em 2013, quando a Gol terá 136 aeronaves, recuo de 14
unidades em relação à frota do ano passado. A empresa só retoma o crescimento a
partir de 2014, quando planeja ter 140 aviões.
No dia 4 de maio, quando
anunciou prejuízo de R$ 41,4 milhões no primeiro trimestre, revertendo lucro de
R$ 69,4 milhões de igual período de 2011, as ações da Gol mostraram a maior
alta do pregão, de 5,18%. Para o mercado, a companhia começa a colher frutos na
redução de custos.
Além das demissões, a Gol faz
um amplo estudo de redução de peso na aeronave para queimar menos combustível.
Até mesmo a quantidade de gelo a bordo está sendo estudada.
Título e Texto: Alberto Komatsu, jornal Valor
Econômico, 17-04-2012
Via AeroClipping do Sindicato Nacional dos Aeronautas
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