“O Brasil ‘B’ virou pós-moderno,
dos delegados e de vários outros sem uma efetiva formação, um assassinato ao
que restava da aristocracia genuína no País. O Brasil do neopentecostalismo,
dos ignorantes e milionários técnicos de futebol, dos atletas alcoólatras senão
drogados, da música sertaneja de baixa qualidade, da falta de educação, do
neo-ateísmo, da predominância de castrantes megeras calejadas sobre moçoilas
românticas, da promiscuidade sensual e do pit bull.”
Nicolau Ginefra
Waldo Luís Viana
Ninguém mais aguenta o
molusco. Nem ele está gostando de si próprio. Sem laringe e poder, vai mofando,
extinguindo-se pouco a pouco, até fazer cocô no pijama.
Como é enfadonho enumerar suas
gafes e platitudes. Quando no governo, ficávamos à mercê das imbecilidades,
batatadas e erros de português. Nunca dantes “nezte paíze”...
Agora o troncho psiquê, à
procura de um psicanalista freudiano – do mesmo modo que Pirandello à procura
de um autor –, lamenta-se de não conseguir mais interferir nos acontecimentos e
traz-nos, de maneira angustiada, um erro atrás do outro. Realmente, uma mente
não brilhante...
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Imagem: Luis Miguel Bugallo Sánchez |
A própria turma que o aplaude
automaticamente está com medo. Querem até encabrestar a imprensa livre, temendo
o pior. O “homi” estimulou uma CPI,
que não iria dar em nada, mas que hoje ninguém sabe onde vai dar. Logo após
brindou-nos com um encontro, à sorrelfa, com dois personagens republicanos,
para tentar adiar o julgamento do mensalão.
Como em política o que vale
não é o fato, é a versão, o cefalópode ficou mal
na fita. Falou demais e o tiro saiu pela culatra. Rebolou, mas não emplacou.
Quer ser notícia toda semana, engolfando até sua criação presidencial de
laboratório.
A CPI não era pra apurar nada,
mas qualquer coisa que fizer vai sepultar meia república, porque o vespeiro de
Brasília incrimina todo mundo. Era pizza de mentirinha, mas começa a cheirar
mal e, por sua vez, o encontro para encobrir o mensalão soou pior, gerando um
clima de interferência indevida na cabeça dos juízes.
O molusco não vive sem
manchete, quer ser comentado, apesar de haver ficado sem a “presidença”. No entanto, ele é capaz de
sacrificar tudo pra não ver os “pobre
cumpanhêru” nas barras dos tribunais.
Dessa vez, não foi a oposição incompetente a culpada. Foi ele mesmo, envolvido
nas traquinagens dos iguais, no reino animal.
O cefalópode estava no topo da
cadeia alimentar, mas agora é repasto do que há de pior no fundo das águas.
Afinal, as lulas são capturadas por holofotes e até os pescadores sabem disso:
colocam luzes de noite e elas vêm à tona. Assim, temos a figura ridícula e
indecorosa, tentando reaparecer a qualquer preço.
Na verdade, é o vil cambalacho
daquele que deseja ficar acima d’água, exibindo ignorância. Ela manifesta-se no
desespero da ausência de poder, que se descabela e transborda pela falta de
compostura.
Quando vier o julgamento tão
amaldiçoado pelos aliados, vamos ver o espetáculo trágico de um grupo que não
quer perder o poder, misturando-se com a crise econômica que se avizinha em
passadas olímpicas. E, dessa vez, não se poderá culpar as oposições, porque,
adesistas e incompetentes, se especializaram em não fazer nada. Os escândalos
sucedem-se com presteza, mas não têm apetite, dando a impressão de que é cômodo
viver nessa atmosfera de Estado corrupto, em decomposição.
O molusco reúne as últimas
energias que lhe restam. Teima em não ser arpoado pelos acontecimentos,
pretendendo continuar a falsa epopéia de rei do mar.
Que angústia não conseguir
mais nomear e demitir seus peixes! Como é triste viver do passado, achando que
ainda mexe os cordéis da história. Será lembrado somente pela velha frase: “eu não sabia de nada!” – que hoje é moda
em todos os quadrantes da política.
O cefalópode apedeuta não quer
voltar às profundezas. Na verdade, luta a todo custo para se manter na crista
das ondas, tal e qual um surfista jovem. Na verdade, entretanto, tornou-se um
velho e ridículo Napoleão de hospício.
Ele luta e esperneia, mas não
ganha mais nada! É um arremedo que causa pena! Em verdade, o molusco é a
metástase dos furtos do mar!
Título e Texto: Waldo
Luís Viana, escritor, economista, poeta e adora bacalhau e camarões...
Teresópolis, 29 de maio de 2012.
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