A deputada, Rita Rato, do Partido Comunista
Português, deu uma entrevista a Hélder Almeida, do jornal “Correio da Manhã”, em 18 de outubro de 2009.
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Foto: Sérgio Lemos/CM |
(…)
- Mas como surgiu o
contacto com os ideais comunistas antes da JCP?
- A partir dos meus 17, 18
anos. Ainda estava na escola secundária. Foi através da própria discussão sobre
o que foi o 25 de Abril e o processo revolucionário.
- Foi a partir daí, e nas
aulas de História, que começou a formar a sua identidade política?
- Sim. Mas não apenas nas
aulas de História. Lembro-me de ser muito pequenina e festejar o 25 de Abril
com muita alegria.
- Concorda com o modelo que
está a ser seguido na China pelo PCC?
- Pessoalmente, não tenho que
concordar nem discordar, não sou chinesa. Concordo com as linhas de
desenvolvimento económico e social que o PCP traça para o nosso país. Nós não
nos imiscuímos na vida interna dos outros partidos.
- Mas se falarmos de
atropelos aos direitos humanos, e a China tem sido condenada, coloca-se essa
não ingerência na vida dos outros partidos?
- Não sei que questão concreta
dos direitos humanos...
- O facto de haver presos
políticos.
- Não conheço essa realidade
de uma forma que me permita afirmar alguma coisa.
- Mas isto é algo que
costuma ser notícia nos jornais.
- De facto, não conheço a
fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada.
- No curso de Ciência
Política e Relações Internacionais, não discutiu estas questões?
- Não, não abordámos isto.
- Como olha para os erros
do passado cometidos por alguns partidos comunistas do Leste europeu?
- O PCP, depois do fim da
URSS, fez um congresso extraordinário para analisar essa questão. Apesar dos
erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais,
políticos, que existiram na URSS.
- Houve experiências
traumáticas...
- A avaliação que fazemos é
que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito
de bom.
- Como encara os campos de
trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?
- Não sou capaz de lhe
responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso.
- Mas foi bem
documentado...
- Por isso mesmo, admito que
possa ter acontecido essa experiência.
- Mas não sentiu
curiosidade em descobrir mais?
- Sim, mas sinto necessidade
de saber mais sobre tanta outra coisa...
A íntegra da entrevista aqui.
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Ruínas de um Gulag na Sibéria. Imaginação de
Dr. A. Hugentobler
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Minha imaginação |
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