Paulo Ricardo Paúl
O Brasil avança firmemente
para a construção de um novo modelo de gestão pública, a cleptocracia, o
governo de ladrões. Isso é um fato, como as notícias oriundas da imprensa
demonstram com clareza solar. Todavia, isso não significa que todos os nossos
governantes sejam ladrões, isso não, tal interpretação seria um grande erro, na
verdade o momento atual significa que é crescente o número de criminosos que
alcançam o governo, um aumento que não estamos conseguindo deter pela via dos
votos, muito pelo contrário, as urnas eletrônicas parecem ser a porta de
entrada de novos cleptocratas.
No Brasil instalaram-se
organizações mafiosas especializadas em desviar o dinheiro público, o dinheiro
que proporcionaria serviços públicos de boa qualidade na saúde, segurança e
educação, garantindo uma melhor qualidade de vida para o povo. A estrutura
básica dessas organizações é composta por políticos (executivo e legislativo) e
empresários, assim como, os prepostos desses dois grupos, os assessores, os
diretores, os intermediários. São eles os elos de ligação, os mensageiros, os
que sujam as mãos diretamente, protegendo os chefes do flagrante
desmoralizante. Felizmente, para nossa sorte, vez por outra, eles cometem
erros, alguns chegam até a trair os chefes, ações que uma interceptação
telefônica e/ou uma câmera podem eternizar e destruir reputações antes
ilibadas.
Os políticos e os empresários
que integram tais máfias buscam segurança através da cooptação de membros do
Poder Judiciário, do Ministério Público, das Polícias e da própria imprensa.
Nasce assim uma estrutura mafiosa com raízes ramificadas em todos os poderes,
com tronco e galhos vigorosos que produzem doces frutos, tudo escondido por
densa folhagem.
Infelizmente, tal cenário
mafioso é o que temos presenciado em franco desenvolvimento no Brasil,
fertilizado abundantemente pela inércia do povo, imobilizado pela falta de
cidadania, uma decorrência natural da falta de uma educação pública de boa
qualidade.
No meu grupo de familiares e
de amigos existem muitos que estão esperando as Forças Armadas adotarem alguma
providência para combater essas máfias, eles e elas acreditam que mais cedo ou
mais tarde os militares agirão em defesa do dinheiro público, o dinheiro de
todos nós.
Sinceramente, não creio que
esperar pelos militares seja a melhor alternativa, penso que temos que agir
ordeira e pacificamente para salvar o país desse câncer que nos consome.
Temos que atuar contra o elo
mais fraco dessa corrente, os políticos, que são destruídos na razão direta da
desmoralização pública. A prática tem demonstrado que os políticos ficam
apavorados com a presença do povo nas ruas, como os Bombeiros Militares
demonstraram no Rio de Janeiro. Enquanto o movimento foi ordeiro e pacífico, o
desgaste do governo estadual só aumentava, dia após dia, mas quando a
organização do movimento resolveu estimular as faltas ao serviço, a entrada não
autorizada no Quartel-general e o movimento grevista, a mobilização foi
destruída e o governo sorriu.
O povo nas ruas frequentemente
protestando é o remédio mais eficaz contra a cleptocracia galopante e não
existe momento melhor para o povo ocupar as ruas do que o atual, considerando
que o mensalão será julgado e que a CPMI do Cachoeira está em andamento. O povo
deve exigir a punição de todos os políticos e os empresários (e prepostos)
envolvidos nesses escândalos. Não podemos deixar ninguém escapar.
Vivemos um momento especial
para comandar o “meia volta volver” nos destinos do Brasil, afastando o país
desse caminho cleptocrático, tendo em vista que no período de 13 a 22 de junho de 2012, o Brasil (O
Rio de Janeiro em particular) será visto pelo mundo, ao longo da Conferência
Rio +20.
É hora do povo ir para as
ruas, ocupar as praças públicas e mostrar ao mundo que não compactuamos com os
crimes praticados contra o Brasil e contra as futuras gerações.
É hora de organizar o
movimento na sua cidade, uma mobilização apartidária, começando nas redes
sociais e sendo consolidada em reuniões presenciais.
No dia 13 de junho de 2012 e nos dias subsequentes, temos que fazer
história, o povo precisa dar o primeiro passo ocupando as ruas, ordeira e
pacificamente, dizendo não à cleptocracia e pedindo a condenação de todos os
envolvidos no mensalão e no esquema do Cachoeira (Delta).
Juntos Somos Fortes!
Título, Imagem e Texto: Paulo Ricardo Paúl (Coronel da PM e
Professor)
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