sexta-feira, 18 de maio de 2012

A zona do Euro está desmoronando

Francisco Vianna
Nesta semana, os gregos promoveram uma ‘ida aos bancos nacionais’ e retiraram deles centenas de milhões de euros de seus depósitos, naquilo que está sendo denominado de “corrida ordeira aos bancos” (em oposição à “corrida caótica” que às vezes ocorre em tempos de crise financeira). Isto provocou a retirada de cerca de um bilhão de euros apenas do banco espanhol BANKIA (algo em torno de 1,3 bilhões de dólares americanos), num imenso, mas ainda não incapacitante, golpe na Zona do Euro. 
Todavia, tais “corridas ordeiras” têm um forte potencial de se transformarem em “corridas caóticas ou desesperadas”, e teme-se que Portugal esteja a ponto de fazer o mesmo.
Todos sabem que tirar dinheiro do banco para guardá-lo sob o colchão não é uma boa prática e, por isso, alguns analistas acham que o destino desses recursos são os bancos internacionais que apresentam maior liquidez e segurança. Também, o clima de “salve-se quem puder” que começa a tomar conta da Grécia pode estar levando as pessoas a imobilizar o máximo de seus recursos ou simplesmente consumi-los em outras atividades (o que eventualmente pode ser pior do que guardar dinheiro sob o colchão).
Tudo leva a pensar que a União Europeia esteja entrando em colapso. Colapso financeiro que também poderá ser político. A Alemanha (o único país da União Europeia com crescimento do PIB) prega ostensivamente a austeridade. Tanto gregos como franceses têm rejeitado tais apelos alemães destinados desviá-los da ruína.
Os Estados Unidos da América têm investido pesadamente no setor bancário pela Europa afora e graças às políticas secretas do ‘Federal Reserve’ (que vieram à luz após uma auditoria parcial) de “socorrer” banqueiros europeus com crédito lastrado na ‘confiança’ do FED no futuro acerto das finanças do bloco. Através do FMI, os EUA já têm papagaios pendurados de cerca de 16 bilhões de euros ‘fajutos’.
E então há os fundos chamados ‘abutres’: fundos que têm comprado títulos da dívida grega, prenhe de ‘creditos podres ou tóxicos’, e estão ameaçando entrar na justiça caso os pagamentos de juros não forem feitos. O governo grego ameaçou reter tais pagamentos, mas capitulou ao invés de arriscar-se a um confronto com esses fundos.
A saída "desordenada" grega – que vai deixar na mão do Banco Central Europeu o abacaxi do calote de sua dívida em euros – está se tornando cada vez mais provável. Quando o colapso da economia grega fizer com que os gregos saiam da zona do euro, Alemanha, França e Estados Unidos serão os fiadores que vão descascar tal abacaxi de 1,3 trilhões de dólares.
Alguns cidadãos gregos estão preocupados. “Toda esta situação tem preocupado extraordinariamente minha família com relação às nossas poupanças, caso retornemos à dracma” (moeda da Grécia que vigia antes do euro), disse Yannis Paleologos, um farmacêutico de 40 anos, ao jornal ‘The Independent’. “Temos uma considerável soma em dinheiro e estamos com medo de perdê-lo”. Paleologos estava pronto de ir ao banco discutir com seu gerente sobre como preservar sua poupança e seus depósitos caso o país se retire da zona do euro.
Há uma maneira pela qual Paleologos pode preservar sua riqueza, mas aposto que o seu banco não irá sequer mencioná-la. Ele pode sacar seu todo o seu dinheiro e comprar ouro e prata, por exemplo. E então, enquanto seus vizinhos estiverem implorando por pão, ele estará em condições de comprar carne e batatas.
Esta é uma maneira prática e eficiente de se preservar o valor e a liquidez do dinheiro. A confiança no dólar pode cair, mas o valor dos metais preciosos nunca. O aumento da procura por eles só fará aumentar o seu valor. As economias da América e do mundo em geral serão abaladas com o colapso da UE — que provavelmente ocorrerá. Sem falar na bomba dos ‘derivativos’ da JPMorgan, que está prestes a explodir sobre as nossas cabeças.
Outras ‘dicas’ consistem em usar o dinheiro para comprar alimento, água potável, armas e munição e estocar isso tudo... Com tanto estatismo e tanta centralização econômica assomando no horizonte, nunca se sabe, não é mesmo?
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, 18-05-2012

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