quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Molho de brócolos

Maurício Barra

A maioria dos portugueses está contrariada com o Governo mas sabe que, no essencial, ele está a fazer o que tem de fazer.
Por outro lado, a maioria dos portugueses não confia na oposição porque sabe que eles, no governo, não fazem o que têm de fazer.
Entretanto a maioria dos portugueses já sabe que tem de decidir em conjunto qual o Estado Social que quer e os impostos que está disposta a pagar para o ter. Sabem que têm de chegar a acordo mas, para obter o equilíbrio entre a refundação e a racionalização do Estado Social, equilíbrio que no fundo todos sabem que tem de ser atingido, olham para os partidos democráticos e vêem-nos a discutir salsaparrilha em vez do que importa a todos.
Por isso estão a ficar fartos.
A maioria dos portugueses acorda de manhã e está farta.
Estão fartos porque é mais um dia de sacrifício e a única coisa que ouvem é o matraquear da imprensa, num tremendismo permanentemente depressivo, onde cada ”boca” de qualquer sujeito do PC e do BE (e do irresponsável Mário Soares) abafa qualquer sinal positivo que esteja a emergir. O país do não, o país publicado, “ferra o dente” nas esperanças de todos os dias, cultivando o apostolado da desgraça, dando voz aos profetas do abismo.
E, no entanto, silenciosamente, sem entrevistas na imprensa, 3.700.000 portugueses e portuguesas todos os dias vão trabalhar. Solidários com os que não têm trabalho. Porque sabem que cada dia é mais um passo, mais um passo para os tirar deste molho de brócolos em que todos estamos metidos.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache, 13-12-2012
Grifos: JP

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