Maurício Barra
A maioria dos portugueses está contrariada com o Governo mas sabe que, no essencial, ele está a fazer o que tem de fazer.
A maioria dos portugueses está contrariada com o Governo mas sabe que, no essencial, ele está a fazer o que tem de fazer.
Por outro lado, a maioria dos
portugueses não confia na oposição porque sabe que eles, no governo, não fazem
o que têm de fazer.
Entretanto a maioria dos
portugueses já sabe que tem de decidir em conjunto qual o Estado Social que
quer e os impostos que está disposta a pagar para o ter. Sabem que têm de
chegar a acordo mas, para obter o equilíbrio entre a refundação e a racionalização
do Estado Social, equilíbrio que no fundo todos sabem que tem de ser atingido,
olham para os partidos democráticos e vêem-nos a discutir salsaparrilha em vez
do que importa a todos.
Por isso estão a ficar fartos.
A maioria dos portugueses
acorda de manhã e está farta.
Estão fartos porque é mais um
dia de sacrifício e a única coisa que ouvem é o matraquear da imprensa, num tremendismo permanentemente depressivo,
onde cada ”boca” de qualquer sujeito do PC e do BE (e do irresponsável Mário Soares)
abafa qualquer sinal positivo que esteja a emergir. O país do não, o país publicado, “ferra o dente” nas esperanças de
todos os dias, cultivando o apostolado da desgraça, dando voz aos profetas do
abismo.
E, no entanto,
silenciosamente, sem entrevistas na imprensa, 3.700.000 portugueses e portuguesas
todos os dias vão trabalhar. Solidários com os que não têm trabalho. Porque
sabem que cada dia é mais um passo, mais um passo para os tirar deste molho de
brócolos em que todos estamos metidos.
Título e Texto: Maurício Barra, Forte Apache, 13-12-2012
Grifos: JP
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