quarta-feira, 13 de março de 2013

Américas, do Centro e do Sul

Peter Wilm Rosenfeld

Há algo que me intriga há muitos anos: as Américas, ou o continente americano como um todo, foram “descobertos” quase ao mesmo tempo, a do Norte em 1490 e a do Sul em 1500.

Quando me refiro à América do Norte, tomo Cristóvão Colombo como “descobridor”; na América do Sul, Pedro Álvares Cabral. Para os efeitos do que pretendo abordar,  julgo que posso fazê-lo.

Na América do Norte, há descendência anglo-saxônica (Estados Unidos da América) e latina (França e México). No restante, ou seja, América Central e do Sul, os latinos (Portugal e Espanha) foram virtualmente exclusivos.

Quinhentos e tantos anos depois, o que vemos?

As Américas do Sul e Central,  fracionadas em incontáveis países, alguns maiores (como o gigante brasileiro) e outras menores, algumas muito pequenas, enquanto na América do Norte convivem de forma bastante harmoniosa três nações grandes, uma anglo-saxã, outra latina e a terceira quase que uma mistura de ambas (Canadá).

Nas duas Américas ao Sul, nunca houve períodos mais longos de paz social/política, enquanto isso, na América do Norte, especialmente Canadá e EUA,  os sistemas políticos estão firmemente instalados e aceitos pelos povos; o México levou algo mais de tempo para consolidar  seu sistema, mas fê-lo.

Enquanto isso, nas Américas Central e do Sul, os povos ainda não se encontraram; revoluções ou sublevações do tipo se verificam com frequência, sempre sob as mais ridículas razões, normalmente terminando em algum tipo de regime ditatorial.

É isso que me intriga! Qual a real razão para isso? Afinal, os chamados seres humanos se parecem em tantas coisas, em algumas (a anatomia, por exemplo) são exatamente iguais, e as ações e reações são tão diferentes. Estou me referindo apenas ao nosso lado do mundo! Se passarmos os olhos pela África, pela Ásia, pela Oceania, enfim, pelo resto, a diversidade é de tontear de tão vasta! Como disse, todos são seres humanos!

Volto à nossa América Latina e, mais especificamente, ao Brasil que é nossa pátria, onde nascemos, criamo-nos e, muito provavelmente, seremos sepultados. Em um de meus artigos recentes, mencionei a bagunça que é a miríade de partidos políticos, muitos dos quais se diferenciam de outros por mínimas e não importantes diferenças em seus estatutos. Estamos, já agora, sendo submetidos aos sonolentos programas partidários veiculados pela televisão, apesar de as eleições ainda estarem muito distantes!

Na realidade, a razão deste texto é o que está sucedendo na Venezuela. Seu falecido Presidente era o protótipo do bufão. Lembro-me bem do mais bizarro episódio ocorrido quando de uma reunião entre os Chefes dos países latinos, aí incluídos Portugal e Espanha. Em certo momento, não mais suportando o tagarelar do Sr. Chávez, recém-falecido presidente da Venezuela, o Rei da Espanha, presente à reunião, admoestou-o perguntando “por que no te callas?” O Sr. Chávez era o legítimo bufão, em todos os sentidos. Conseguiu o que era virtualmente impossível: quebrar a economia da Venezuela, que tem como base única sua riqueza petrolífera. Seu sucessor, que certamente não terá o mesmo carisma do falecido, enfrentará um problema muito sério com a economia.

E o Brasil sofrerá um sério prejuízo: primeiramente, com a refinaria em construção em Pernambuco, que deveria ser uma “joint venture” entre os dois países mas que, por enquanto, só viu dinheiro brasileiro. Adicionalmente, há obras em andamento na Venezuela, sendo executadas por empreiteiras brasileiras, que certamente custarão a receber o que a Venezuela lhes deve.

Para terminar, um fato bizarro (supondo-se que verdadeiro): a Presidente da Argentina, Sra. Kirchner, que faria um discurso de “adeus” a seu falecido amigo, ao verificar que no caixão em que deveria estar o defunto encontrava-se, tão somente, uma réplica em cera, deu meia-volta, embarcou em seu avião e retornou à Argentina. Estava tão raivosa que esqueceu que o Presidente do Uruguai era seu “carona” e o deixou em Caracas!!
Beleza pura!!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre(RS), 13 de março de 2013 

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