Um dos correspondentes da Voz
da Alemanha em Angola, Nelson Sul D’Angola, 28 anos, foi interrogado hoje, nas
instalações do Hospital Militar Central de Luanda, sobre supostas actividades
de espionagem contra o país.
Em declarações ao Maka Angola, Nelson Sul D’Angola disse que ontem, 18 de Setembro, sargentos do Hospital Militar confiscaram a sua câmara fotográfica quanto fazia retratos do mural do hospital. Pediram-no para apagar as fotos e apreenderam a sua câmara, alegando que as restantes imagens teriam de ser estudadas por especialistas da contra-inteligência militar dos Serviços de Inteligência e Segurança Militar (SISM).
Hoje, às 6h00 da manhã, o jornalista apresentou-se no local para reaver a sua câmara e dois coronéis, que identificou apenas como sendo dos serviços de contra-inteligência militar do SISM, conduziram-no a uma sala onde realizaram um interrogatório de duas horas.
“Perguntaram-me se, para além das minhas actividades jornalísticas, eu prestava colaboração aos serviços secretos alemães”, explicou Nelson Sul D’Angola sobre o teor do interrogatório.
O correspondente da Voz da Alemanha disse que os coronéis também ”queriam saber sobre as actividades de outros colegas da imprensa estrangeira, mas não dei nenhuma informação a propósito”.
Nelson Sul D’Angola revelou como um dos interrogadores lhe disse que as Forças Armadas Angolanas têm operativos “a executar serviços de espionagem, na República do Congo Democrático, com a capa de jornalistas. Disse-me que poderia ser o meu caso ou de outros correspondentes”.
“Depois queriam saber porquê tirei fotos do mural do hospital. Eu expliquei que o mural é um património cultural. Eu tirei as fotos abertamente”, acrescentou.
O presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, considerou o interrogatório do jornalista “uma aberração”. Segundo o advogado, “tirar fotos à fachada de um hospital, mesmo militar, não constitui crime algum. Interrogar um cidadão dentro do Hospital Militar, por suposto assunto de inteligência, é uma aberração”.
Salvador Freire afirmou ainda que “não compete aos serviços de contra-inteligência militar interrogar cidadãos civis. É ilegal. Caso houvesse alguma suspeita, o jornalista teria de ser interrogado pela Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC)”.
A Sombra do Jornalista
Nelson Sul D’Angola explicou que, no dia anterior, estava a ser seguido por um suposto agente da Polícia Nacional, desde o Largo da Independência, a poucas centenas de metros do hospital, onde tirou as primeiras fotos.
De acordo com relato de Nelson Sul D’Angola, o agente que o seguia desde o Largo da Independência, trajado com uniforme da Polícia Nacional, desceu da sua viatura e apresentou-se aos militares que abordaram o jornalista. “O suposto polícia identificou-se como sendo dos serviços de inteligência e deu ordens para que os soldados me detivessem e confiscassem a máquina fotográfica”, disse.
O visado indicou como os sargentos, assim como o oficial de inteligência fardado à polícia “insinuaram que eu estava a fazer serviço de espionagem e que tirar imagens do Hospital Militar constituía atentado à soberania nacional”.
Desde 1976, o Hospital Militar mantém, ao longo do seu muro, frescos que retratam a propaganda do MPLA sobre o seu tempo de partido único, de ideologia marxista-leninista. “O MPLA é o povo e o povo é o MPLA”, é uma das famosas inscrições dos cerca de 60 painéis. O Ministério da Cultura promoveu a restauração das pinturas em 2009.
Em declarações ao Maka Angola, Nelson Sul D’Angola disse que ontem, 18 de Setembro, sargentos do Hospital Militar confiscaram a sua câmara fotográfica quanto fazia retratos do mural do hospital. Pediram-no para apagar as fotos e apreenderam a sua câmara, alegando que as restantes imagens teriam de ser estudadas por especialistas da contra-inteligência militar dos Serviços de Inteligência e Segurança Militar (SISM).
Hoje, às 6h00 da manhã, o jornalista apresentou-se no local para reaver a sua câmara e dois coronéis, que identificou apenas como sendo dos serviços de contra-inteligência militar do SISM, conduziram-no a uma sala onde realizaram um interrogatório de duas horas.
“Perguntaram-me se, para além das minhas actividades jornalísticas, eu prestava colaboração aos serviços secretos alemães”, explicou Nelson Sul D’Angola sobre o teor do interrogatório.
O correspondente da Voz da Alemanha disse que os coronéis também ”queriam saber sobre as actividades de outros colegas da imprensa estrangeira, mas não dei nenhuma informação a propósito”.
Nelson Sul D’Angola revelou como um dos interrogadores lhe disse que as Forças Armadas Angolanas têm operativos “a executar serviços de espionagem, na República do Congo Democrático, com a capa de jornalistas. Disse-me que poderia ser o meu caso ou de outros correspondentes”.
“Depois queriam saber porquê tirei fotos do mural do hospital. Eu expliquei que o mural é um património cultural. Eu tirei as fotos abertamente”, acrescentou.
O presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, considerou o interrogatório do jornalista “uma aberração”. Segundo o advogado, “tirar fotos à fachada de um hospital, mesmo militar, não constitui crime algum. Interrogar um cidadão dentro do Hospital Militar, por suposto assunto de inteligência, é uma aberração”.
Salvador Freire afirmou ainda que “não compete aos serviços de contra-inteligência militar interrogar cidadãos civis. É ilegal. Caso houvesse alguma suspeita, o jornalista teria de ser interrogado pela Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC)”.
A Sombra do Jornalista
Nelson Sul D’Angola explicou que, no dia anterior, estava a ser seguido por um suposto agente da Polícia Nacional, desde o Largo da Independência, a poucas centenas de metros do hospital, onde tirou as primeiras fotos.
De acordo com relato de Nelson Sul D’Angola, o agente que o seguia desde o Largo da Independência, trajado com uniforme da Polícia Nacional, desceu da sua viatura e apresentou-se aos militares que abordaram o jornalista. “O suposto polícia identificou-se como sendo dos serviços de inteligência e deu ordens para que os soldados me detivessem e confiscassem a máquina fotográfica”, disse.
O visado indicou como os sargentos, assim como o oficial de inteligência fardado à polícia “insinuaram que eu estava a fazer serviço de espionagem e que tirar imagens do Hospital Militar constituía atentado à soberania nacional”.
Desde 1976, o Hospital Militar mantém, ao longo do seu muro, frescos que retratam a propaganda do MPLA sobre o seu tempo de partido único, de ideologia marxista-leninista. “O MPLA é o povo e o povo é o MPLA”, é uma das famosas inscrições dos cerca de 60 painéis. O Ministério da Cultura promoveu a restauração das pinturas em 2009.
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