Alberto José
Em um dia de abril de 1992 eu
estava escalado para fazer um voo para Nova Iorque. Ao passar de carro pela Avenida
do Pepê, observei, sob a ponte da Joatinga, quatro crianças e uma senhora de
cor tentando se proteger do vento frio com papelões e cobertores.
Sensibilizado com aquela
situação, estacionei o carro sob o viaduto e voltei para ver a situação de
perto. Eram quatro crianças de 4, 6, 9 e 11 anos, e a mãe não tinha as duas
pernas que foram amputadas depois de um incêndio que acabou com o barraco onde
moravam na favela.
Entre os papelões havia sacos
abertos de biscoito e restos de "quentinha". Perguntei se ela contava
com alguma ajuda, se recebeu alguma indenização, etc. As respostas foram
negativas.
Peguei o carro, fui até o
supermercado mais próximo e fiz R$ 300,00 de compras de produtos comestíveis
que não necessitassem de refrigeração. Decidi então, que naquela tarde mesmo eu
iria procurar ajuda para amparar aquela família.
Quando cheguei em casa, fiquei
pensando: Procurar um abrigo, procurar o prefeito?... Nada me pareceu capaz de
resolver aquele problema. Então, lembrei do programa Haroldo de Andrade, da
Rádio Globo. Resolvi escrever uma carta relatando a situação daquela senhora,
pedindo a ele que, através dos seus amplos contatos tirasse aquela família
daquele local, recomendando ainda, que não citasse o meu nome.
Isso tudo me tomou muito tempo
e eu ainda teria que levar a carta até à Rádio Globo, no bairro da Glória.
Nesse momento, cerca das 20h,
liguei para a Escala da Varig e informei que não poderia fazer o voo para Nova Iorque.
Fui levar a carta e pedi que fosse
entregue ao comunicador Haroldo de Andrade na manhã seguinte, pois era assunto
muito urgente.
No dia seguinte a Escala me
colocou em um voo para Lisboa. Quando voltei, algumas pessoas me contaram que
no Programa Haroldo de Andrade uma senhora recebeu uma casa e ainda citaram o
meu nome como a pessoa que fez o pedido ao famoso comunicador!
Título e Texto: Alberto José, 8-7-2016
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