Ingrid Riocreux
Compreendemos, desde então,
que é com boa consciência e perfeita candura que o Jornalista distribui um
discurso propagandístico. Ele próprio é vítima de um condicionamento que
formata o seu próprio discurso e permite, pela sua boca (ou caneta), a difusão
de um corpo doutrinal homogêneo ao qual é difícil escapar. Efetivamente, a
propagação midiática de uma ideia confere-lhe um poder de ataque poderoso. Em
espaço de algumas semanas, através do impacto de um fato corriqueiro sabiamente
utilizado (com a consentida cumplicidade e ingênua da imprensa), o bravo vovô
que pensava partilhar com a maioria das pessoas uma ideia de bom senso (na
opinião dele) contra os muito minoritários adeptos de uma doutrina estranha, se
vê sozinho no mundo.
A doutrina que ele acreditava
meio amalucada torna-se o pensamento de todos; e quando ele reafirma a sua
posição, seus interlocutores mostram um desconforto palpável, até mesmo uma
certa piedade pelo seu espírito retrógrado, e lhe fazem sinais para se calar: “atenção,
véio, cuidado, podem te ouvir.” E se o debate acontece durante a hora do café,
Vovô tem a desagradável impressão de não estar perante seus filhos ou netos;
mas perante a televisão. Porque todos os argumentos que lhe atiram, para o
alistar à nova ideia dos novos tempos, não são que a dócil repetição daqueles
difundidos pela mídia.
Existe, portanto, uma
continuidade funcional entre propaganda totalitária e martelagem midiática em
contexto democrático. Se queremos nos acomodar, é preciso aceitar considerar
que maus meios podem ser colocados a serviço de uma boa causa. Uma postura
moral que poucos ousam assumir. Efetivamente, e voltaremos ao assunto, se o
Jornalista passa o seu tempo a estabelecer, explicitar e consolidar normas
morais, ele reluta em reconhecê-lo e, na maior parte do tempo, nem se dá conta.
O seu discurso distingue ininterruptamente opinião autorizada e opinião
repreensível, mas o grau de impregnação ideológica é tanto que o Jornalista não
concebendo que se possa pensar diferentemente dele, ignora que ele opera julgamentos
desse tipo.
É preciso dizer que a sua missão
não é a de contribuir para a inteligência do mundo, nem evidenciar a complexidade
humana. Não, o Jornalista atua e sempre atuará, apesar dele e algumas vezes
contra a ética da sua profissão, um papel-chave no que Walter Lippman chamou,
desde 1922, a ‘fabricação do consentimento” (manufacure of consent), expressão retomada no título de uma célebre
obra de Noam Chomsky e Edward Herman: La
fabrication du consentement : De la propagande médiatique en démocracie.
Podemos desculpar o
Jornalista, pois que as suas apreciações éticas insinuam-se nas palavras que
ele utiliza. Mas devemos, evidentemente, reprová-lo por não pensar nos termos
que ele utiliza. Definitivamente, além do grau de consciência do Jornalista,
será necessário – e é o que faremos ao concluir o nosso livro – se interrogar
sobre o grau (de consciência) dos ouvintes, leitores ou telespectadores
submetidos a esse discurso orientado, e, portanto, orientador.
Título e Texto: Ingrid Riocreux, in “La langue des
médias – Destruction du langage et fabrication du consentement”, páginas 56 e
57.
Tradução: JP
Tradução: JP
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Certa vez, Fernando Collor declarou que o poder estava em 4 coisas:
ResponderExcluir- Um jornal, um canal de TV, um banco e uma empresa aérea.
- A empresa aérea el começou a destruir com a abertura dos céus brasileiros para as grandes enterprises.
- A globo destruiu sua imagem.
- Os jornais compraram a delação de seu irmão.
- Foi cassado por uma micharia com auxílio dos banqueiros principalmente o Bradesco.
A mídia escrita não direciona nem orienta seus leitores, hoje em dia jornais e revistas encontram-se em baixa no mundo todo.
As companhias aéreas brasileiras são todas uma merda.
Os bancos roubam aos rios, são os maiores credores do governo.
A TELEVISÃO ORIENTE E CONDICIONA O POVO.
A INTERNET EM CONSTANTE VIGÍLIA É QUASE TOTALMENTE DE ESQUERDA.
A MÍDIA ESCRITA E FALADA DEPENDE DE PROPAGANDA PRA SOBREVIVER.
Por isso as manchetes no Brasil são somente políticas, ou sobre alguns times de futebol como o Corinthians e Flamengo, e os crimes.
Qualquer telejornal fica horas falando sobre determinados crimes, ou sobre política.
O jornal da Band e o tal de Datena, ficam por horas entrevistando famílias dizimadas pelo crime, ou por acidentes onde ressoa a pergunta sobre o que sentem em seus corações.
Em meio às lágrimas e desesperos o pedido de JUSTIÇA.
95% das notícias via Internet são falsas.
Coçar o saco, eis a opção...