Valdemar Habitzreuter
Vez ou outra surgem expressões
inusuais na mídia e procuramos saber o que significam. Temer nos proporcionou
uma dessas expressões com sua vitória pela permanência no cargo de presidente.
Tendo despendido de um esforço hercúleo - compra de votos com liberações de
verbas aos deputados - para vencer a batalha da votação no plenário para que a
denúncia de corrupção passiva contra ele não prosseguisse e fosse arquivada,
essa vitória foi considerada por muitos como uma vitória inútil; portanto, uma
vitória de Pirro. É alusivo a Pirro que foi rei e general de uma província da
Grécia antiga, Epiro, e notabilizou-se por sua bravura e ganância para estender
seu império ao custo de muitas batalhas sangrentas, levando à morte grande leva
de seus soldados... Diz-se que Pirro, embora tenha sido vitorioso em sua
empreitada, sua vitória teria sido inútil pelo alto custo e sacrifício que teve de se submeter.
Com Temer teria acontecido o
mesmo. Convocou seu batalhão de soldados (deputados) que o fizeram vitorioso,
mas o país está pagando um preço alto com isso, mergulhando a sociedade na
escuridão, num ceticismo pessimista, num descrédito total por dias melhores; a
economia que dava sinais de recuperação ressentiu-se e, agora, agita-se
convulsiva com a previsão de agravamento da dívida do Estado, do déficit
fiscal; e o governo não sabe onde pegar recursos; é claro, a solução será o
aumento de impostos; sua vitória, pois, resulta no sacrifício do povo... e seus
soldados salvadores, à morte eleitoral.
Há outro personagem de nome
Pirro, também da Grécia antiga; mas desta vez não se trata de um rei e, sim, de
um filósofo. Notem que a mitologia e a filosofia grega, de séculos A.C., são
dignas de estudos pela sua relevância e riqueza espiritual e cultural, e até
hoje ainda têm importância no mundo ocidental. Este filósofo de Élis era um
cético de primeira ordem. Segundo ele, nada conhecemos definitivamente, a tudo
se deve aplicar o método da dúvida; não tomar partido; e já que tudo cai num
relativismo epistemológico das coisas que falamos – meras opiniões pessoais -
e, mesmo, a valoração moral sendo impossível de determinar, a melhor postura
frente à vida, então, é não torná-la frustrante com alguma conduta moral
dogmática. A sabedoria, segundo ele, está na simplicidade do equilíbrio
interior suspendendo todo juízo de certo e errado. O importante é a atitude da
indiferença (ataraxia) na encruzilhada do certo ou errado. Tocar a vida
despreocupadamente, sem se aferrar a normas de como viver; não se perturbar com
que acontece na vida – vivre e laisser
vivre...
Pois bem, o Pirro rei [imagem], em sua
ânsia de vitória e ambição, teve um final trágico, foi assassinado. O Pirro
filósofo, com sua ataraxia ou indiferença perante a vida, teve vida longa e
feliz. E quanto ao Temer, que final terá?
Mal tivemos a notícia do ganho
definitivo da Defasagem Tarifária pronunciada pelo STF pela segunda vez – já,
anteriormente, a causa tinha sido ganha no TRF e STJ -, e eis que pipocam
notícias pela mídia de que não é bem assim... Causa ganha, mas levar é outra
coisa... Se isto se concretizar só há uma palavra para resumir o intento do
governo: SACANAGEM. Aliás, o termo ainda é leve; aplique o leitor o termo que
quiser... FDP não serve, o governo, através da AGU, já se coloca nesta
categoria e sabe disso, e parece gostar.
A AGU quer agora invalidar o
minucioso e detalhado trabalho feito pela Excelentíssima Ministra Cármen Lúcia,
como relatora do processo, alegando a não inclusão de eventuais dívidas da
Varig com a União; quer dizer, o final da novela de final feliz, que
comemoramos na quinta feira, parece transformar-se em pesadelo novamente; mais
uma vez o governo tenta administrar o tempo e postergar o pagamento; quer mais
um episódio para a novela VARIG.
O que nos aflige, velhinhos e
velhinhas do Aerus e ativos, é a humilhação a que o governo nos submete há
tantos e tantos anos. Não bastasse a falência da Varig, que ele mesmo quis e
trabalhou para isso, estamos sendo lesados em nossos direitos de reaver o que
nos é devido e anos a fio negado; haja vista os trabalhadores que estavam na
ativa quando foi decretada a falência sem receber nada, e já há muitos meses
antes não recebendo seus salários.
Toda essa novela VARIG não era
nem para ter começado. Com Sarney e sua política econômica desastrada é que a
novela teve seu desígnio projetado; FHC fechou os olhos e deixou a novela
prosseguir; e o governo petista deliciou-se com o enredo e serviu de protagonista
no drama que culminou com a falência da mais importante aérea do país.
Nenhum desses governos levou
em conta o desastre social com a falência da Varig, deixando milhares de
funcionários e aposentados ao léu, sem contar a sociedade em geral que perdeu
um patrimônio nacional representando o Brasil mundo afora com seus serviços de
alta qualidade.
Sim, a VARIG poderia estar
operando ainda hoje, não fosse a miopia dos governantes e, principalmente, o
governo petista que deu, maldosamente, o golpe de misericórdia para que ela
desaparecesse do cenário nacional e mundial.... Mas, agora está claro: com toda
esta roubalheira e corrupção, vindo à tona, praticadas pelo governo (mensalão,
petrolão...) não havia dinheiro para salvar a VARIG, o dinheiro tinha outro
destino...
É ou não é uma tremenda
SACANAGEM por parte do governo de nos passar para trás, velhinhos e velhinhas
do Aerus e amigos ativos?... Vamos botar a boca no trombone e manifestar nossa
revolta e insatisfação... Queremos o que é nosso... SACANAGEM não!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 12-8-2017
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Colunas anteriores:
????
ResponderExcluirEstarão sendo reprisadas postagens ou meu PC enloqueceu ?
Paizote
Paizote, fui checar as postagens anteriores, pois receei ter repetido este artigo do Habitzreuter. Não está repetido, não.
ExcluirGrato Jim!
ResponderExcluirFoi parte do titulo que me confundiu [para que servem as borboletas?] e que já foi usado outras postagens, embora ,confesso não conheço o significado.
Paizote
[Para que servem as borboletas?] é o nome da coluna de responsabilidade do Valdemar Habitzreuter.
ResponderExcluirOk ! grato!
ResponderExcluirCaro Habitz, uma vez, em Atenas, perguntei a um dono de uma loja em Plaka: o que a Grécia exporta? Ele me respondeu: Nós exportamos LUZ! É de fato.
ResponderExcluirHabitz, o Brasil está na mão de uma corja, que jamais diminuirá seus benefícios e poderes, se fossemos um País mais "aguerrido" já teríamos tomado aquele planalto e o congresso.
Este papo de Democracia só serve para protegê-los, e nós cidadãos de bem, sim porque temos muitos cidadãos na marginalidade, estamos F...
Quanto ao Aerus, não vejo União nem na internet! Muito menos ir às ruas. Creio que teremos que esperar os Desembargadores do TRF1 concluirem a AC, penso que estão aguardando a solução da DT.
É, este é o Brasil e seu "Povo"!
Abs,
Heitor Volkart
[Para que servem as borboletas?]
ResponderExcluirHabitz filosofa em seu título.
Quem já assistiu o efeito borboleta?
A borboleta é representa a transformação.
É simbolicamente a felicidade.
São feias no início mas de belezas imensas no final de suas vidas.
Na verdade mostram a natureza em seu esplendor da renovação.
A escolha do título é perfeita, quisera minha fosse.
fui...
Esta bem!
ResponderExcluirConcordo desta vez.
Se esta for a conotação do autor às borboletas, se não tiver nada com a teoria do caos.
Com a palavra o autor.
rsrsrsr
Paizote
Caro volkart;
ResponderExcluirNoto uma certa passividade dos principais atores,desta tragédia.
Não consigo conviver pacificamente com isto.
A falta de ação ,(devora-me a dúvida!) e se existe entre alguns , apenas "timidez", ou não acreditam nos resultados.
Enquanto isto abrem-se espaços para "aventureiros",pseudos representantes.
Paizote
Deus, símbolo da paz, da luz, da verdade e da perfeição
ResponderExcluirCriador do amor, da beleza, da tolerância e do perdão.
Divindade que nos dá a vida e livres pensamentos
Desejando somente que obedeçamos seus Dez Mandamentos.
Fascina-me o sol e a lua, o dia e a noite, o mar e a montanha
Me encanto com a beleza dos animais que povoam nosso planeta.
Admiro tudo que se relaciona a terra e nada mais me estranha
Adoro o mistério indecifrável como a criação da Terra-planeta.
Te vislumbro Deus, no mistério do universo, na luz das estrelas encantadas
Nas flores que embelezam e perfumam nossos campos e bosques
E no voo singelo das borboletas multi-cores e aveludadas.
Eu te vislumbro enfim, Oh Deus, em tudo o que bonito
Nos milhões de mundos que giram no infinito
No azul do céu, nas mil constelações.
Almir Papalardo.