Aparecido Raimundo de Souza
O BRAZZIL, COMO JÁ DISSEMOS em textos anteriores (e aqui voltamos a bater na mesma tecla e
açoitaremos quantas vezes mais for preciso), é aquela localidade fora do mapa, rincão
sem lei, sem regra, sem princípio de norma para seguir. Lugar sem inventário,
sem pauta, projeto cambeta, afastado e completamente distanciado dos limites de
uma nação séria e sem máculas. Nessa gleba de ninguém, proliferam a céu aberto,
a olhos vistos, todos os puteiros do mundo e suas trocentas variantes de iguarias
com nomes os mais estrambólicos. Está localizado, esse solo de bestas-feras, nas
zonas onde a devassidão e o meretrício abundam em seu grau máximo.
Não só o meretrício, igualmente os meritíssimos, vestidos com as roupas e
as insígnias que compõem a toga ordinária da justissa (aquela outra piranha que
usa uma venda na fuça) em nome da “Desconstituição Federal”, enlameando de
bosta fedorenta as nossas paragens, tornando-as, no fim da história, em mil
outras vagabas gostosamente piranhudas. Em grosso expressar, em meretrizes que,
por dinheiro, fazem barba, cabelo, bigode, e, se duvidar, cavanhaques e
sobrancelhas com a mesma destreza e convicção.
Na capital Brazzília, conhecida como o Grande Avião Pousado, se concentram
os velhacos, os fraudulentos, os manhosos, os bilontras e as lombrigas, os
vermes, usque os cânceres etiquetados
e carimbados de parlamentares ou, dito de forma mais amena, os nossos
representantes legais, ou nossos aleivosos e pérfidos deputados federais, os
nossos apócrifos senadores da República, os nossos dúbios e temidos miSInistros…
Enfim, uma feira livre, onde uma leva gigantesca de filhas e filhos da puta que,
em grossa expressão, não passam ou não vão além de meras desgraças nossas de
cada dia.
Vamos dar um exemplo. O STJ, Superior Tribunal de Jumentos prevê um gasto
de setecentos e vinte e sete mil reais na reforma de um imóvel de um desses inescrupulosos
que chamamos de “ministro” e o tratamos pela pompa de “excelência” (excelência
é a puta que pariu). A reforma do imóvel dessa lombriga malparida, no Lago Sul,
inclui uma área para churrasqueira, uma piscina com painel eletrônico, e pasmem
amados, trinta e quatro mil reais só em instalação de aparelhos de ar
condicionado. Essa notícia saiu no jornal O “Estadão” do dia 13 de agosto deste
ano (ou exatos trinta dias atrás) e tem a assinatura do jornalista Patrik
Camporez. Quem quiser conferir, basta acessar o link.
Inclusive, traz uma foto da choupana que deverá ser ocupada por esse verme,
perdão, por sua reverendíssima Excelência.
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Foto: Dida Sampaio/Estadão |
No geral, gentalhas escabrosas da pior espécie que vivem para sugar nosso
sangue. Daí essas ilustres excelências não largarem de nossos colhões. O
Brazzil (de Cabral, hoje de cabritos; amanhã, certamente de cabrestos em nossas
caras) vive de teimoso; seu povo, de promessas. Brazzília se arrasta aos
peidos, num lamaçal, embora os embusteiros e raposeiros de colarinhos brancos
façam das tripas coração para mostrarem ao restante do planeta que, por aqui (e
por lá) está tudo na mais perfeita ordem e progresso. O certo, amados leitores,
seria tornar público um lema mais positivista tipo: “desordem e desprogresso”.
Nosso povo é escravo cativo da desordem, se fez servo de meia dúzia de mamadores
de cacetes que nos mantêm a ferro e fogo nas garras da desprosperidade. Perdão,
a matemática está errada. São (no dizer de Janjão Farinjeta) oitenta e um
“sarnadores federais e quinhentos e doze deputacagados”, seguidos de um cem-número
de “miSInistros” que vomitam e cagam num bordel maior e alinhadamente mais
organizado. Ajeitada à pica da verdade em nossos rabos falamos, com todas as
letras, do suntuoso e deslumbrante STJ (Superior Tribunal de Jumentos e do poderoso
e opíparo STF, ou Superior Tribunal de Falcatruas). Acrescentar algo mais, seria chover no
molhado.
Vamos para outra banda. O Brazzil, desde os tempos do descobrimento, perdeu
a vergonha, o mérito, o respeito, a compostura, a seriedade, a virgindade, a pureza.
Seu povo ignaro, cordeiro, simples, modesto e miserável se viu afogado nas
águas de corredeiras escuras, negras como o porvir de berço pátrio. De roldão,
deixou levar para o fundo do poço a lealdade, a honradez, a soberania e o faustuoso.
Permitiu, por vontade própria, seguir a bel prazer o curso da casa do caralho, os
direitos de cada um em particular. Nosso paraíso é hoje uma ilha da fantasia ao
contrário, onde os bufões são os Manés e as Maricotas, os fodidos e os imbecis,
os sem-teto, sem um grão de arroz ou de feijão para colocarem no prato e, “mais
mau”: sem um lugar para chamarem de seu.
Ao final de tudo, pessoas leigas, seres que não enxergam um palmo diante
de seus narizes, cidadãos que trabalham e dão o suor de seus rostos para manterem
na bem-aventurança essa matilha de lobos famintos à beira de nos devorar. Prova
disso, supersalários, para uma súcia de parasitas, o Palácio do Planalto
empregando dez vezes mais que a Casa Branca, sem falarmos nas reformas diárias
onde os privilégios se sucedem numa ordem sempre crescente: auxilio creche para
o procurador, auxilio livro para o motorista do governador, auxilio alimentação
para a esposa do senador tal, auxilio funerário para o deputado Cu Fedido,
auxílio boceta de amante para nossos congressistas, auxílio supermercado e
outras listinhas com nomes diferentes. Tudo milimetricamente concentrado,
maquiado para enganar e engabelar os babacas. Nós, senhoras e senhores, somos
os BABACAS.
O Brazzil há muito está na sarjeta, dopado, enxovalhado na cocaína da merda,
atolado até o pescoço nas urinas contaminadas desses amaldiçoados que
insistimos em preservar no Imenso Aeroplano Estacionado. Essa aeronave, senhoras
e senhores, não é capaz de voar. Não sai do lugar, não deslancha em vista do
peso em excesso das bandalheiras e sacanagens que colocam em seus bagageiros. A
mais recente desgraça anunciada, a lei que, se aprovada, tornará o pedófilo não
um criminoso em potencial, mas um doente e como tal, deverá, após molestar uma
criança, ser encaminhado para um hospital psiquiátrico e logo em seguia, depois
de avaliado, retornar à sociedade. A pergunta que deixaremos no ar.
Os santinhos sem mães, os micróbios que pugnam pelo passamento dessa lei:
se fosse um filho, ou uma filha deles, ou um neto, uma neta, ou a esposa, será
que esses “nossos representantes” calhordas teriam coragem de APROVAR??!! Em
nosso socorro, veio o cantor Rik, da dupla sertaneja “Rick Renner”. Assistam ao
vídeo abaixo e vejam o que o sertanejo teve a coragem de dizer em face de mais
essa aberração.
Em resumo: temos alternativa? Não temos saída! Temos para onde seguir? Não
temos para onde seguir ou correr. Estamos de pés e mãos atados à mercê de
malfeitores, picaretas, erroneamente carimbados de “nossos guardiões”. Para
terminarmos, façamos um teste tira-teima. Brazzil seja corajoso com você mesmo.
Arranque sua calça, abaixe sua cueca, mostre aos brasileiros honestos o que
sobrou de sua bunda, das suas pregas. Pelo amor de Deus, nos deixa ver, de
frente, o seu constrangimento, o seu desagrado, a sua aflição, a sua destreza,
o seu grito de guerra. Queremos todos ver, e não só ver, sentir, de perto, a
sua BRAVURA. Sobretudo, a SUA CORAGEM. Tens peito??!!
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, de
Sorocaba, interior de São Paulo, 13-9-2019
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