terça-feira, 17 de setembro de 2019

[Para que servem as borboletas?] Somos capazes de nos guiar moralmente pelo livre arbítrio?

Valdemar Habitzreuter

Somos realmente donos de nossa vontade de poder escolher livremente entre o sim e não? Há controvérsias...

Sabemos que a Natureza rege-se por leis deterministas; isto é, não há propriamente uma liberdade da Natureza que possa causar efeitos segundo escolha voluntária. Não existe uma vontade da Natureza. Tudo acontece necessariamente.

A lei da causalidade é o que impera na Natureza. Os efeitos são causados com estrita regularidade e necessidade…

Pois bem, o que somos nós na Natureza? Por acaso não fazemos parte da Natureza? Nossa vontade realmente existe com a qual podemos fazer escolhas livremente? Não seria uma prepotência do ser humano colocar-se diferenciado dentro da Natureza?

Na verdade, somos racionais e essa racionalidade é uma faceta da Natureza que deve ser exercida no conhecimento das causas que determinam nossos comportamentos.

Não há, propriamente, vontade com a qual podemos nos guiar por escolhas. Portanto, o livre arbítrio é um subterfúgio que não tem sentido. Na realidade somos regidos pela lei causal igual à que rege a Natureza.

Assim, nossas paixões - que nada mais são que afecções que nos marcam e determinam nossos comportamentos - fazem parte de nossa natureza e impossíveis de serem erradicadas através de um ato de vontade própria.

O procedimento a ser seguido deve ser outro: deve ser racional; isto é investigar a causa que nos afeta. Descoberta a causa saberemos nos orientar moralmente. Assim, se uma paixão for uma força que diminui nossa capacidade de nos comportar moralmente, é necessário contrapor uma outra capaz de poder, se não anular, ao menos enfraquecê-la.

De degrau em degrau a razão se aperfeiçoa na busca das causas da dependência de paixões negativas que nos prejudicam e nos elevamos ao conhecimento intuitivo que nos envolve em união mística com a Natureza ou Deus. Esse é o fim a alcançar: a vida feliz...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 17-9-2019

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Um comentário:

  1. PERFEITO, mas não foi a natureza que designou um PAPA tão antirreligioso, os humanos também interferem no bem e no mal. A natureza só quer o nosso bem.
    fui...

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