Somos realmente donos de nossa vontade de poder escolher livremente entre
o sim e não? Há controvérsias...
Sabemos que a Natureza rege-se por leis deterministas; isto é, não há
propriamente uma liberdade da Natureza que possa causar efeitos segundo escolha
voluntária. Não existe uma vontade da Natureza. Tudo acontece necessariamente.
A lei da causalidade é o que impera na Natureza. Os efeitos são causados
com estrita regularidade e necessidade…
Pois bem, o que somos nós na Natureza? Por acaso não fazemos parte da
Natureza? Nossa vontade realmente existe com a qual podemos fazer escolhas
livremente? Não seria uma prepotência do ser humano colocar-se diferenciado
dentro da Natureza?
Na verdade, somos racionais e essa racionalidade é uma faceta da Natureza
que deve ser exercida no conhecimento das causas que determinam nossos
comportamentos.
Não há, propriamente, vontade com a qual podemos nos guiar por escolhas.
Portanto, o livre arbítrio é um subterfúgio que não tem sentido. Na realidade
somos regidos pela lei causal igual à que rege a Natureza.
Assim, nossas paixões - que nada mais são que afecções que nos marcam e
determinam nossos comportamentos - fazem parte de nossa natureza e impossíveis
de serem erradicadas através de um ato de vontade própria.
O procedimento a ser seguido deve ser outro: deve ser racional; isto é
investigar a causa que nos afeta. Descoberta a causa saberemos nos orientar
moralmente. Assim, se uma paixão for uma força que diminui nossa capacidade de
nos comportar moralmente, é necessário contrapor uma outra capaz de poder, se
não anular, ao menos enfraquecê-la.
De degrau em degrau a razão se aperfeiçoa na busca das causas da
dependência de paixões negativas que nos prejudicam e nos elevamos ao
conhecimento intuitivo que nos envolve em união mística com a Natureza ou Deus.
Esse é o fim a alcançar: a vida feliz...
Título e Texto: Valdemar
Habitzreuter, 17-9-2019
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PERFEITO, mas não foi a natureza que designou um PAPA tão antirreligioso, os humanos também interferem no bem e no mal. A natureza só quer o nosso bem.
ResponderExcluirfui...