Raphael Fernandes
Todos sabem que o Rio
de Janeiro tem seus problemas. O apelido de “Cidade Maravilhosa”, que
ressalta as belezas naturais locais (que, sim, existem e são relevantes) e a
alegria do povo carioca, por vezes camufla a sensação de insegurança que
assombra o município há tempos.
E nesse período de quarentena que
estamos vivendo, as ruas da cidade, sempre tão cheias de pessoas circulando
durante o dia, têm ficado vazias, quase desertas. Uma situação muito diferente
do que estamos acostumados a ver e consequentemente propícia à violência.
No Centro do Rio,
especificamente falando, o cenário é desolador. As inúmeras lojas de vários
segmentos do comércio presentes na região estão majoritariamente fechadas. Não
é exagero dizer que o local, como um todo, tem lembrado uma cidade-fantasma.
E isso, é claro, gera uma
enorme preocupação em quem ainda precisa estar indo ao trabalho.
Segundo o DIÁRIO DO
RIO apurou, há relatos de moradores de rua, munidos de facões, estão
tentando assaltar quem ainda se aventura (ou necessita) a andar pela região.
Nathalia Costa, que trabalha
num edifício comercial próximo ao Theatro Municipal, tem trabalhado de home
office, mas precisou ir presencialmente ao local na última sexta-feira (3/4) e
ficou assustada com o que viu.
“Sensação de insegurança total. Além de estar praticamente deserto, não tinha nenhum policiamento por perto. Não dá para arriscar de ficar andando”, lamentou Nathalia.
Um colega de trabalho dela,
que preferiu não se identificar, disse morar há cerca de dez minutos dali e que
o trajeto que sempre fez a pé agora se tornou inviável, devido à enorme
possibilidade de assaltos.
“Estou vindo de Uber e
saltando exatamente na porta. Até se viesse de metrô, para andar até aqui,
seria arriscado”, disse ele.
![]() |
Mais moradores de rua em meio
a um Centro deserto, dessa vez em trecho da Avenida Presidente Antônio Carlos
|
Ainda na região da Cinelândia,
a famosa Banca do André, localizada na esquina da Rua Pedro Lessa
com Avenida Rio Branco e que antes da pandemia havia se tornado point de happy
hour entre os trabalhadores da região, divulgou em suas redes sociais, na
última quinta-feira (2/4), que sofreu um arrombamento, na madrugada
do dia anterior.
Segundo a publicação, alguns
produtos foram levados e outras três bancas de jornal do Centro do Rio também
foram furtadas.
![]() |
Banca do André no dia seguinte
ao arrombamento, agora com tapumes para evitar novas tentativas de furto
|
Com policiamento, Zona
Portuária tem cenário mais seguro
Se na região central “oficial”
da cidade o cenário é preocupante, na Zona Portuária, que também
faz parte do Centro, o ambiente é diferente.
Uma fonte do DIÁRIO DO
RIO esteve no local no último sábado (4/4) e, diferentemente do
“abandono” na Cinelândia e adjacências, no Porto Maravilha não há sensação de
insegurança, pelo contrário.
Em frente ao Píer Mauá, foram
vistas viaturas tanto da Polícia Militar quanto da Guarda Municipal.
![]() |
Viaturas da PM e da GM em
frente ao Píer Mauá, foto: Tarcízio Brasil
|
![]() |
Viaturas da Polícia Militar circulando próximo ao AquaRio, foto: Tarcízio Brasil |
“Minha área de atuação é
essa aqui [Zona Portuária], então não sei responder como está a questão das
rondas pela Cinelândia, mas acredito que aqui esteja havendo mais circulação de
policiamento por ser uma área teoricamente mais procurada por turistas do que
lá”, disse um policial militar que não quis se identificar ao ser
questionado sobre o assunto.
![]() |
Policiais militares e um
guarda municipal na região da Zona Portuária, foto: Tarcízio Brasil
|
Título e Texto: Raphael
Fernandes, Diário do Rio, 7-4-2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-