Um estudo sobre a comunicação entre condutores e pedestres em todo o Brasil revelou que o Rio perde apenas para São Paulo no ranking dos "sem-educação"
Victor
Serra
Neste mês de Maio Amarelo, um movimento internacional em prol de mais paz nas estradas, uma pesquisa recente da Preply traz à tona dados alarmantes sobre a conduta dos motoristas e pedestres brasileiros. O estudo, que investigou a comunicação entre condutores e pedestres em todas as regiões do Brasil, revela que o Rio foi eleito o segundo estado com as pessoas mais grosseiras no trânsito, perdendo apenas para São Paulo, líder do ranking dos “sem-educação”, conforme destacaram 20% dos entrevistados.
Das histórias compartilhadas
pelos entrevistados, muitas envolvem situações de hostilidade entre condutores
e pedestres. Por exemplo, 7 em cada 10 respondentes relataram ter presenciado
agressões verbais no trânsito, enquanto 48,4% afirmaram ter visto situações de
agressão física, das quais 8% foram vítimas.
Durante momentos de raiva, as
ofensas mais comuns parecem ser palavrões e xingamentos diretos, gestos
agressivos e comentários depreciativos sobre habilidades de direção,
especialmente direcionados às mulheres (47%) em comparação com os condutores
homens (45%).
Embora muitos reconheçam a importância de trocas tranquilas durante conflitos no trânsito, boa parte dos entrevistados admitiu que isso nem sempre é possível, identificando problemas na própria comunicação com outras pessoas. O uso de palavrões, por exemplo, foi apontado por 46% dos respondentes como forma de extravasar a irritação nas ruas e avenidas. Para 6% deles, a linguagem chula é praticamente uma constante nas interações diárias. Revidar insultos com novos palavrões foi eleito um dos principais comportamentos em uma discussão, apesar da maioria enfatizar evitar qualquer tipo de confronto (64,4%) ou responder de maneira educada e calma (19,6%).
Segundo um levantamento
recente da plataforma Waze, o Rio desponta como a segunda cidade
mais engarrafada do país, justificando em parte a agressividade no trânsito.
Outra pesquisa publicada este ano corrobora essa realidade, indicando que os
condutores da capital fluminense perdem em média 19 minutos para percorrer um
trajeto de apenas 10 km. Surpreendentemente, a velocidade média nesse percurso
é de apenas 27 km/h.
Os estados com as populações
mais gentis apontados foram Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais,
após motoristas compartilharem suas experiências mais complicadas no volante.
Para investigar detalhes sobre
a comunicação dos brasileiros no trânsito, foram entrevistados 500 brasileiros
residentes em todas as regiões do país. As questões exploraram experiências
envolvendo agressão verbal e física, o uso de palavrões nas ruas e estradas e
as atitudes que costumam estimular conflitos entre condutores e pedestres. A
organização das respostas possibilitou a criação de rankings que destacam o
percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.
Título
e Texto: Victor Serra, Diário do Rio, 24-5-2024
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