A Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido do Vasco da Gama e afastou a 777 Partners do controle da SAF do Clube
França Fernandes
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido do Vasco e tirou o controle da SAF das mãos da 777 Partners. A decisão em caráter liminar é assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan.
Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, foto: Thiago Ribeiro/AGIF |
Na prática, a decisão da 4ª
Vara Empresarial suspende os efeitos dos contratos de acionistas e de
investimentos da empresa, “de modo a suspender os direitos societários
(políticos e patrimoniais) da 777, garantindo, cautelarmente, o controle da
companhia ao autor, seu acionista fundador, com a imediata destituição ou
afastamento dos conselheiros indicados pela 777 no Conselho de Administração da
SAF e sua substituição por conselheiros indicados pelo VASCO”.
Os conselheiros indicados pela
777 são Josh Wander, Andres Blazquez, Donald Dransfield, Nicolas Maya e Steven
Pasko. As outras duas cadeiras são ocupadas por Pedrinho e Paulo César Salomão,
presidente e vice-presidente Geral do Vasco associativo.
O pedido do Vasco na ação que
corre em segredo de Justiça se baseou no artigo 477 do Código Civil e levou em
consideração as recentes notícias relacionadas à situação financeira da 777,
que está sendo processada por fraude nos Estados Unidos.
Veja um trecho da decisão
“Por fim, tendo em vista
tudo o que foi narrado na inicial e a documentação que lhe deu suporte
probatório, apura-se como verdadeiro o temor apresentado pelo autor, sendo
urgente que se estanque qualquer possibilidade de colapso da instituição
centenária e que carrega consigo enorme tradição. Por óbvio, as questões
levantadas serão analisadas de forma exauriente na arbitragem prevista,
todavia, penso que cabe ao Judiciário, nessa hora, assegurar o resultado útil
daquele procedimento.
Em complemento, as notícias
de insolvabilidade da primeira ré, consubstanciada, inclusive, por declarações
do seu próprio líder, mostra situação bem diversa daquela anunciada quando da
realização do pacto. A empresa que prometera a salvação através de vultoso
aporte de capital e recuperação da sede vascaína (Estádio de São Januário),
hoje apresenta-se com situação financeira deficitária e incapaz de cumprir com
aquele anúncio e pondo em risco a viabilidade da SAF, principalmente quando se
foca no êxito futebolístico”.
Além da suspensão do efeito
dos contratos, o juiz também nomeou uma empresa independente e determinou a
elaboração de laudo econômico-financeiro, com inclusão das operações contábeis
da SAF do Vasco.
Fonte: Globo Esporte
Título e Texto: França
Fernandes, Vasco Notícias, 15-5-2024
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