quarta-feira, 15 de maio de 2024

Imigração e Criminalidade

Telmo Azevedo Fernandes

Luís Montenegro, Rui Moreira entre outras figuras públicas prestaram um péssimo serviço ao país na forma como comentaram os crimes ocorridos no Porto envolvendo imigrantes magrebinos.

Obviamente que espancar pessoas é a todos os títulos condenável e absolutamente inaceitável. E era apenas isto que deveriam ter dito. Quando os políticos enquadram a violência ocorrida em suposto racismo, xenofobia e “crimes de ódio” cedem à tentação de mostrar quão boas e virtuosas pessoas são. Mas pior. Embora quiçá sem intenção, objetivamente menosprezam a realidade de insegurança que se vive na cidade e sobretudo escondem e silenciam a questão da ligação entre imigração e criminalidade.

Em vários países da Europa está estudado e documentado o desproporcionado número de crimes que são cometidos por algumas etnias relativamente à sua representatividade na população em geral. Em Portugal parece que se escondem este tipo de estatísticas, mas com grande probabilidade o nosso país não será uma excepção europeia.

Esta disparidade na propensão para o crime não resulta da genética ou da raça em si mesma. Mas certamente também não é resultado de racismo ou discriminação social. Aliás, não me consta que as cidades da Argélia ou de Marrocos sejam mais seguras que as cidades portuguesas, e lá não existe certamente xenofobia contra argelinos nem marroquinos, os habitantes locais. Os padrões de comportamento de imigrantes em Portugal, nomeadamente de origem islâmica, resultam de diferenças culturais e de uma complexidade de fatores nomeadamente a idade média e a composição familiar das suas populações.

Porém, ao contrário daqueles que não se cansam de apontar as falhas do nosso país em integrar os imigrantes, convém não esquecer que a responsabilidade primeira e o ónus da adaptação recai em primeira instância sobre os próprios imigrantes e não sobre a sociedade de acolhimento.

Ora, Portugal não deve autorizar a permanência de imigrantes com registo criminal conhecido, nem deve tolerar delinquentes estrangeiros desculpabilizando-os como se vítimas de racismo se tratassem.

Evitar que as questões da imigração e da criminalidade sejam associadas na discussão pública é uma lengalenga politicamente correta que resultará apenas em abdicarmos dos nossos valores de liberdade, segurança e identidade cultural, o que não ajuda a manter uma sociedade funcional.

Podemos fechar os olhos a isto e tratar um caso de polícia como se fosse um pretexto para bater a mão no peito virtuoso ao mesmo tempo que ignoramos as queixas de quem vive no local. Mas não podemos ao mesmo tempo queixarmo-nos do crescimento do populismo.

A minha crônica-vídeo de hoje, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 8-5-2024 

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