Paulo Hasse Paixão
A NATO está a assinalar uma possível mudança para um posicionamento mais “proativo” contra os esforços de “guerra híbrida” da Rússia. O almirante Giuseppe Cavo Dragone, presidente do Comité Militar da NATO, indicou que podem ser consideradas medidas preventivas para combater os ciberataques, a sabotagem e as alegadas incursões de drones, afirmando:
“Ser mais agressivo ou proativo
em vez de reativo é algo que estamos a considerar.”
Oficialmente, a NATO garante
que se abstém de operações cibernéticas ofensivas ou de confrontos diretos com
a Rússia. No entanto, uma série de incidentes recentes, reais ou inventados,
incluindo alegada sabotagem de cabos nos países bálticos e alegadas violações
do espaço aéreo dos países membros, intensificaram os apelos por respostas mais
enérgicas. Perdendo por completo a vergonha na cara, Dragone observou a este
propósito:
“Temos muito mais limites
do que a Rússia por questões éticas, legais e de jurisdição”.
Os “limites éticos” da NATO
são de facto imensos, de tal forma que só vamos perceber onde começam e
terminam quando a aliança acabar por provocar uma guerra termonuclear a
propósito da integridade territorial de um Estado que nem sequer é membro.
A sugestão de que a NATO deve
iniciar as hostilidades com a Rússia não é nova: em novembro de 2024, Rob
Bauer, na altura Chefe do Comité Militar da NATO, já tinha referido:
“Temos de atacar [a Rússia] primeiro.”
Moscovo condenou veementemente
as declarações do almirante. A porta-voz do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, Maria Zakharova, descreveu a possibilidade de ataques preventivos
como “extremamente irresponsável” e acusou a NATO de aumentar as tensões, acrescentando:
“As pessoas que fazem tais
declarações devem estar cientes dos riscos e das possíveis consequências daí
decorrentes, incluindo para os próprios membros da aliança”.
Vladimir Putin, que parece
estar finalmente a perder a paciência, afirmou recentemente:
“Nós nunca vamos fazer a
guerra à Europa, mas se a Europa quiser combater e começar esse combate, então
estaremos prontos. (…) Só que a Europa não é a Ucrânia. Com a Ucrânia temos
usado meios cirúrgicos e temos tentado ser realmente cuidadosos, por razões que
compreenderão. Mas se a Europa de repente quiser começar uma guerra, muito
rapidamente poderemos ficar sem ninguém com quem negociar.”
Vladimir Putin warns that Russia is ready to go to war with all of Europe if that’s the path European leaders choose.
— Shadow of Ezra (@ShadowofEzra) December 2, 2025
He insists Moscow has no intention of starting a war, but says if Europe ignites it, Russia will be the one to finish it.
He adds that facing Europe would be… pic.twitter.com/xiX9JHGbsW
Os irresponsáveis e
inconscientes líderes políticos e militares europeus estão devidamente
avisados.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
4-12-2025

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