quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Chefe Militar da NATO sugere ataques cibernéticos preventivos contra a Rússia

Paulo Hasse Paixão

A NATO está a assinalar uma possível mudança para um posicionamento mais “proativo” contra os esforços de “guerra híbrida” da Rússia. O almirante Giuseppe Cavo Dragone, presidente do Comité Militar da NATO, indicou que podem ser consideradas medidas preventivas para combater os ciberataques, a sabotagem e as alegadas incursões de drones, afirmando:

“Ser mais agressivo ou proativo em vez de reativo é algo que estamos a considerar.”

Oficialmente, a NATO garante que se abstém de operações cibernéticas ofensivas ou de confrontos diretos com a Rússia. No entanto, uma série de incidentes recentes, reais ou inventados, incluindo alegada sabotagem de cabos nos países bálticos e alegadas violações do espaço aéreo dos países membros, intensificaram os apelos por respostas mais enérgicas. Perdendo por completo a vergonha na cara, Dragone observou a este propósito:

“Temos muito mais limites do que a Rússia por questões éticas, legais e de jurisdição”.

Os “limites éticos” da NATO são de facto imensos, de tal forma que só vamos perceber onde começam e terminam quando a aliança acabar por provocar uma guerra termonuclear a propósito da integridade territorial de um Estado que nem sequer é membro.

A sugestão de que a NATO deve iniciar as hostilidades com a Rússia não é nova: em novembro de 2024, Rob Bauer, na altura Chefe do Comité Militar da NATO, já tinha referido:

“Temos de atacar [a Rússia] primeiro.”

Moscovo condenou veementemente as declarações do almirante. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, descreveu a possibilidade de ataques preventivos como “extremamente irresponsável” e acusou a NATO de aumentar as tensões, acrescentando:

“As pessoas que fazem tais declarações devem estar cientes dos riscos e das possíveis consequências daí decorrentes, incluindo para os próprios membros da aliança”.

Vladimir Putin, que parece estar finalmente a perder a paciência, afirmou recentemente:

“Nós nunca vamos fazer a guerra à Europa, mas se a Europa quiser combater e começar esse combate, então estaremos prontos. (…) Só que a Europa não é a Ucrânia. Com a Ucrânia temos usado meios cirúrgicos e temos tentado ser realmente cuidadosos, por razões que compreenderão. Mas se a Europa de repente quiser começar uma guerra, muito rapidamente poderemos ficar sem ninguém com quem negociar.”

Os irresponsáveis e inconscientes líderes políticos e militares europeus estão devidamente avisados.

Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 4-12-2025

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