Foi gostoso ver a reação da Faria Lima ao nome de Flávio Bolsonaro. Mais gostoso ainda foi ver a raiva dos liberais arrancando os cabelos e reclamando de mais 4 anos de Lula, já decretando sua vitória antecipadamente. Aqueles com mais nojinho se anteciparam e declararam voto no petista — de novo.
Essa gente realmente achava que Jair Bolsonaro se deixaria prender e calar sem fazer nada, que o manteriam refém enquanto se aproveitam de seu espólio político?
Tarcísio, o candidato dos sonhos dessa turma, é de fato um bom candidato. Mas quem o descobriu e o fez uma liderança nacional foi Jair Bolsonaro. Mas em vez de agradecê-lo, o sistema resolveu trancafiá-lo numa chicana jurídica inenarrável.
O capital político de Bolsonaro vem sendo usado por todos, de aliados de ocasião a rivais políticos e até inimigos, desde quando ainda estava na Presidência até agorinha. Mesmo a contragosto, essa turma entendeu sua utilidade e instrumentalizou a perseguição midiática e judicial para arrancar o que fosse possível, antes de trancafiá-lo.
Foi assim, por exemplo, no apoio a Ricardo Nunes em São Paulo. Uma candidatura articulada por Michel Temer com apoio de João Doria, Alexandre de Moraes e Valdemar Costa Neto! Mesmo indo contra o próprio eleitorado, Bolsonaro hipotecou seu apoio na expectativa de se livrar da cadeia.
Até Gilmar Mendes extraiu votos do ex-presidente para a candidatura do irmão à Prefeitura de Diamantino. Quem via Bolsonaro comendo pastel na feira e sorrindo ao lado de Chico Mendes, na campanha do ano passado, questionava a lógica em torno de gesto tão sem propósito.
Pode-se dizer que a situação chegou ao limite no apoio a Ciro Gomes no Ceará, pouco antes do início do julgamento no Supremo. O ex-presidente talvez ainda imaginasse que pegaria uma pena mais leve, mas acabou ganhando uma tornozeleira, foi censurado e depois mandado para a domiciliar antes do trânsito em julgado.
Provavelmente, na cabeça de Bolsonaro, era esse o preço a se pagar para encerrar a perseguição. Mas a condenação definitiva, a 27 anos de prisão, com todos os requintes de crueldade, endossados também por Gilmar, mudou tudo. Agora, definitivamente preso, isolado da família, censurado, humilhado como nenhum outro político na história do país, parece que a ficha caiu.
Sem anistia, sem prisão humanitária, restou ao ex-presidente uma cartada final: negar a todos seu mais importante gesto, o apoio a Tarcísio. Não por Tarcísio, mas por todos, da Faria Lima ao Centrão, passando pela cúpula do Judiciário e toda a mídia.
Em vez do candidato dos sonhos contra Lula, o filho Flávio, um fiel escudeiro com mandato de senador, capacidade de articulação com o Centrão e diálogo com o STF e a mídia. Uma candidatura de protesto, um número com uma mensagem: anistia ou morte (da democracia e do Brasil), com mais 4 anos de Lula.
Quem acha que Flávio recuará
em sua candidatura, caso não suba nas pesquisas, vai dar com os burros n’água.
Se não aprovarem a anistia, ele vai até o fim pelo pai. E se o povo entender o
que significa sua candidatura, pode acabar endossando o protesto e elegendo o
01. Afinal, só a força das ruas – e das urnas – é capaz de derrubar uma
ditadura.
Título e Texto: Claudio
Dantas, 7-12-2025

O que a esquerda e isentões ainda não entenderam é o seguinte: foda-se quem vai vencer a eleição no ano que vem. Se der Lula ou qualquer outro, estaremos quebrados antes de 2028 mesmo, então é indiferente. A última recondução de Lula ao poder, armada pelo nosso vendidíssimo Supremo, protegida pela nossa vagabundíssima imprensa, colocou o Brasil na rabeira do mundo pelo menos até a metade deste século. Gritar urgência agora é mais do que inútil, é ridículo. O pior já aconteceu. Então pressa para quê? Sinceramente, torço para que a bomba do PT estoure no colo do próprio PT. Não faço a menor questão de 2026.
ResponderExcluirPor isto nem entrarei no mérito das chances de Flavio Bolsonaro. Claro que ele as tem. Se não tivesse, não teria sido o assunto do final de semana. O povo não quer entubar moderado, não quer aceitar novos picolés de xuxu como opção política, não quer voltar ao tempo do teatro das tesouras, mas quem se importa com a opinião do povo? O sistema finge que não, mas quer Lula. Os nomes de Tarcisio, Zema, Leite são levados a sério pelo sistema não porque sejam viáveis, mas porque não ameaçam o descondenado. Como já escrevi por aqui, a imprensa brasileira tem mais de vinte anos de experiência em escolher sparrings para o petismo. Deve ter até cadeira disso em faculdade de jornalismo, algo como “Aecismo I”, “Alckmismo Avançado 2”. Bolsonaro é odiado pelos nossos jornalistas porque foi uma piscada deles, um vacilo, porque o deixaram bater Haddad. Reinaldo Azevedo não se perdoa por isso até hoje.
Por isto é que discutir a viabilidade de qualquer nome da família Bolsonaro agora é maluquice, é procurar o puxador da cortina de fumaça. Não existe candidatura alternativa, não existe segunda via ou terceira via, pelo simples fato de que não há... democracia. Quando entenderemos este ponto? Flavio só será candidato competitivo se não crescer nas pesquisas. Se bater os quarenta pontos, até menos, nosso jornalismo requentará até expulsão de colégio do sujeito. Xandão ou Mendes puxarão alguma pastinha pronta de alguma gaveta do Supremo, o Jornal Nacional esturricará o candidato já na chamada, o curral eleitoral lulista replicará nas redes, e a inegilibilidade será questão de tempo. Anotem. Porque a única função do sistema hoje é esta: barrar qualquer candidato que ameace a reeleição do nosso Maduro de nove dedos.
Se essa gente conseguiu fazer vingar a teoria furadíssima do golpe bolsonarista – gestada por uma elite corrupta e engolida pela parcela mais estúpida e calhorda do povo – então conseguirão queimar qualquer coisa que entre no caminho do PT. E preparem-se: ainda virão com o discurso pronto de "ain, quem elegerá Lula é a própria direita”. Só que ninguém mais cai nessa também. Jogar a reeleição de Lula no colo da direita é estratégia do jornalismo para tirar o cu da reta, para camuflar sua própria covardia e falta de caráter. Apesar de fazerem cara de nojinho em um ou outro editorial malcriado, essa gente sonha em manter tudo como está hoje, só não assume.
O país que conhecíamos não existe mais. A democracia brasileira foi sequestrada, surrada, e desconfigurada com os porretes da mídia nos porões do judiciário. Esqueçam Flavio Bolsonaro. Assim como o pai, ele não será destruído porque não tem chances de vencer, mas será afastado e destruído justamente porque as tem. O sistema, que ainda trabalha em modo pânico, não arriscará mais perder o planalto. Portanto, não se iludam, cuidem de suas plantas e criem galinhas. Como bem diz o ditado, é melhor do que criar expectativas.