![]() |
Foto: Nicole
Bengiveno
|
Tavares Moreira
1. Para uma boa parte da chamada esquerda militante e intelectual,
domésticas, Cuba constitui um modelo de sociedade para o qual deveríamos
convergir, uma vez que nesse modelo os trabalhadores – camponeses, operários,
polícias e outros mesteres – são quem mais ordena, determinando no mais
profundo dos níveis o devir político, económico e social do País...
2. Pois bem, é hoje notícia a rápida ascensão do salário médio
MENSAL em Cuba, nos últimos 5 anos – 18%, é obra – atingindo já o nível de 14
Euros... quer dizer que há 5 anos era apenas de Euros 11,86/mês...
3. Convém anotar que em Portugal os mesmos subscritores do modelo
social e económico de Cuba vociferam, semana sim semana não, contra o facto de
o salário mínimo nacional se manter inalterado em 485 Euros/mês, sustentando a
urgência da sua revisão, certamente para ajudar a aumentar o desemprego, cujo
nível parece não os satisfazer ainda...
4. E têm vituperado com enorme violência as declarações recentes de
António Borges, reconhecendo na diminuição da carga salarial uma necessidade da
economia – declarações que enfermam de excesso de generalismo em minha opinião.
5. Subscreverei sem dificuldade a afirmação de A. Borges se tiver
como alvo os sectores protegidos da economia (os "rendistas"...), a
generalidade das EPE’s, bem como a classe política (central, regional e
autárquica) – pois tenho a noção de que os custos salariais nesses sectores são
excessivos e de que uma boa parte do desemprego que hoje enfrentamos decorre
exactamente dos custos que esses sectores impõem ao resto da economia
forçando-a a ajustar mais do que necessitaria na ausência desses sobrecustos...
6. Mas já não posso concordar se essa afirmação for dirigida aos
demais sectores da economia, expostos à concorrência onde até julgo que os salários
são excessivamente baixos (por causa dos outros serem excessivos, certamente).
7. Em todo o caso, esta notícia do aumento salarial em Cuba deveria
ser motivo de regozijo para as esquerdas militante e intelectual, apontando de
novo o dedo ao imobilismo do salário mínimo nacional e lembrando o bom exemplo
de Cuba – estou estranhando muito o seu silêncio, que se passará?...
Título e Texto: Tavares Moreira, no blogue “4R– Quarta República”
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-