Carlos Guimarães Pinto
Os ateus do futebol já fazem
parte do folclore das competições internacionais de futebol em que Portugal
participa. Para quem não sabe o ateísmo futeboleiro foi inaugurado por Pacheco
Pereira e, entre coisas, consiste em passar todo o período das competições de
futebol a falar sobre o quão irrelevantes elas são, da irracionalidade do gosto
pelo futebol e sobre a forma como estes eventos distraem as pessoas dos
assuntos importantes (por assuntos importantes, entenda-se, a política, a
troika, o défice, o sacana do Sócrates e o demagogo do Louçã).
Tenho que concordar com eles:
a devoção irracional pelo futebol contribui de facto para que muitas pessoas se
esqueçam por um período de tempo destes assuntos. Mas não é só o futebol: um
bom livro, as séries de televisão americanas, as quecas, os bikinis, os
jantares de amigos, um bom cabrito, o sorriso dos filhos são tudo aspectos da
vida que, sem motivo racional, nos fazem esquecer desses assuntos
“importantes”. Os ateus do futebol estão certos relativamente à relação causal,
têm é as prioridades de vida trocadas.
Título e Texto: Carlos
Guimarães Pinto, O Insurgente
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-