terça-feira, 26 de junho de 2012

Arcaicas, ideias de Safatle deveriam estar em um museu

João Pereira Coutinho
Vladimir Safatle deveria estar num museu. Digo isso com todo o respeito.
Lendo "A Esquerda que Não Teme Dizer Seu Nome", lembrei de imediato a peça "O Percevejo", de Maiakóvski, história de um antigo bolchevique, Prissípkin, que, depois de um acidente, acorda para o mundo futuro vindo diretamente de um passado irreconhecível.
Safatle é uma espécie de Prissípkin intelectual: o século 20 pode ter sido o grande cemitério de cada uma das suas ideias coletivistas. Mas Safatle, como o anti-herói de Maiakóvski, esteve mergulhado numa tina de água gelada em hibernação ideológica. Não viu nada, não aprendeu nada. E não esqueceu nada.
Ser de esquerda é, para Safatle, estar com aqueles que mais sofrem. É o primeiro clichê. Mas depois vêm outros: a defesa radical do igualitarismo é um valor inegociável para os camaradas.
Infelizmente, ele não explica em que consiste esse igualitarismo, para além das piedades habituais sobre a importância de redistribuir riqueza. Nenhuma palavra sobre a necessidade de a criar.
Criar? Para Safatle, o mundo divide-se em ricos e pobres; os ricos roubam os pobres; a função do Estado é roubar os ricos. "The end".
Igualitarismo é parte da história. Mas a esquerda que não teme dizer seu nome também é, para Vladimir Safatle, "indiferente às diferenças". Não sei se isso significa que o autor, com apreciável coragem intelectual, se opõe às cotas raciais instituídas por universidades brasileiras.
Sei apenas que, para Safatle, cultivar as diferenças (e, por arrastamento, demonizar o outro) é vício judaico-cristão, praticado pela Europa branca e xenófoba.
Curiosamente, não passa pela cabeça do filósofo que esse "culto da diferença" é também prerrogativa de comunidades imigrantes, leia-se "muçulmanas", que habitam a Europa, mas repudiam os seus valores multiculturais e resistem a integrar-se.

SOBERANIA POPULAR
De resto, as melhores páginas deste curto ensaio estão na apaixonada defesa do conceito arcaico de "soberania popular".
Na minha inocência, eu julgava que esta herança rousseauniana, uma metáfora para a total rendição do indivíduo aos ditames da comunidade, tinha ficado enterrada com as "democracias populares" do século 20.
Ilusão minha: as utopias revolucionárias da última centúria foram apenas uma ideia que não deu certo, diz Vladimir Safatle.
E acrescenta: "quantas vezes uma ideia precisa fracassar para poder se realizar?".
Não é fácil ler a pergunta e imaginar os 100 milhões de seres humanos (estimativa conservadora) que o comunismo destruiu nas suas "experiências" de criação do "homem novo".
E volto a Maiakósvki, porque são dele as palavras que abrem o livro de Safatle: "Melhor morrer de vodca que de tédio". Admito que sim.
Mas alguém deveria informar Safatle de que não foi a vodca (nem o tédio) que matou o seu herói. Ironicamente, foi o clima de repressão e intolerância do regime soviético que o conduziu à aniquilação pessoal.

A ESQUERDA QUE NÃO TEME DIZER SEU NOME
AUTOR: Vladimir Safatle
EDITORA: Três Estrelas
QUANTO: R$ 19,90 (88 págs.)
AVALIAÇÃO: ruim

Título e Texto: João Pereira Coutinho, Folha de São Paulo

Um comentário:

  1. Saflateza não tem fim.


    Mais uma vez, num editorial da Folha de S. Paulo (o Pravda brasileiro) o vagabundo comunista Vladimir Saflate defeca alucinadamente seus delírios paranóicos e acusa:


    'A classe média é antidemocrática, querendo destruir a democracia e instaurar uma ditadura de direita,
    porque a esquerda e o PT vencem todas as eleições e a classe média não tolera isso'.


    OK, apenas concluindo o óbvio:


    Considerando que 99,99% dos leitores da Folha de S. Paulo são de classe média, aguardamos para breve a falência econômica desse jornal de merda. (a falência moral já aconteceu há décadas)



    Os eleitores do PT na classe média (incluindo os universitários drogados) também seriam os primeiros a cancelar a assinatura dessa bosta de jornal comunista, se não fossem eles próprios também comunas.


    Como brasileiro não tem vergonha na cara (nem cérebro, nem caráter, nem auto-respeito) ninguém vai reagir e essa cagada não vai dar em nada.


    Olavo de Carvalho:

    ''A tolerância do brasileiro é a de um cu elástico. Pode entrar uma piroca de elefante, que esse povo nunca reclama."


    Saflateza não tem fim, mas a minha tolerância sim.


    Enfim: lembrando o destino final do Granma, o jornal oficial da ditadura comunista de Cuba que o povo só compra pra usar como substituto do escasso papel higiênico, e parafraseando o comentário sobre a Bíblia:



    "A Folha de S. Paulo é boa porque tem muitas páginas, dá pra limpar o cu o ano inteiro!"

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