Ricardo Lima
O Congresso Paraguaio correu com
Lugo. A Esquerda Portuguesa já se indigna.
Entretanto, alguns já se preparam para a “resistência”.
E resistências do género costumam gerar guerras civis. Existem, neste processo,
três coisas que não compreendo. A primeira é o porquê desta situação – a da
deposição legal de um Presidente pela esmagadora maioria do congresso e do senado
– ser um golpe de estado e esta,
a dissolução da AR – num contexto em que a sua maioria suportava um Governo,
parte do Presidente da República – não o ser. A segunda é o porquê de, depois
de uma posição bastante sensata por parte da Alemanha, que considera tudo isto
”um processo normal de mudança de governo”, o Governo Português vir
mostrar preocupação com
o impeachment. E para terminar, por que é que observamos um quantidade tão
significativa de Estados numa empenhada tentativa de interferência no processo
democrático do Paraguai? E se fosse ao contrário? Se fossem os EUA a tenta
inverter um impeachment de um Presidente de Direita? O Rossio encheria de
manifestantes barbudos exigindo o fim do “Império”. A Dra. Ana Gomes
indignar-se-ia publicamente na televisão, o Prof. Boaventura emitiria umas
baboseiras sobre o retorno do fascismo, o Bloco finalmente voltaria a ter temas
e a direita social-democrata – reparem bem na mixórdia de conceitos –
mostrar-se-ia desconfiada do processo e confiante no retorno de Lugo. Enfim,
tudo na mesma. O meu desejo? Que caiam muitos mais, seja pelo voto, seja pela
força. Como dizia Barry Goldwater, “a moderação em defesa da liberdade não é
nenhuma virtude”.
Título, Imagem e Texto: Ricardo Lima, O Insurgente, 25-06-2012
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