segunda-feira, 25 de junho de 2012

Depois de Zelaya, Lugo

Ricardo Lima

O Congresso Paraguaio correu com Lugo. A Esquerda Portuguesa já se indigna. Entretanto, alguns já se preparam para a “resistência”. E resistências do género costumam gerar guerras civis. Existem, neste processo, três coisas que não compreendo. A primeira é o porquê desta situação – a da deposição legal de um Presidente pela esmagadora maioria do congresso e do senado – ser um golpe de estado  e esta, a dissolução da AR – num contexto em que a sua maioria suportava um Governo, parte do Presidente da República – não o ser. A segunda é o porquê de, depois de uma posição bastante sensata por parte da Alemanha, que considera tudo isto  ”um processo normal de mudança de governo”, o Governo Português vir mostrar preocupação com o impeachment. E para terminar, por que é que observamos um quantidade tão significativa de Estados numa empenhada tentativa de interferência no processo democrático do Paraguai? E se fosse ao contrário? Se fossem os EUA a tenta inverter um impeachment de um Presidente de Direita? O Rossio encheria de manifestantes barbudos exigindo o fim do “Império”. A Dra. Ana Gomes indignar-se-ia publicamente na televisão, o Prof. Boaventura emitiria umas baboseiras sobre o retorno do fascismo, o Bloco finalmente voltaria a ter temas e a direita social-democrata – reparem bem na mixórdia de conceitos – mostrar-se-ia desconfiada do processo e confiante no retorno de Lugo. Enfim, tudo na mesma. O meu desejo? Que caiam muitos mais, seja pelo voto, seja pela força. Como dizia Barry Goldwater, “a moderação em defesa da liberdade não é nenhuma virtude”.
Título, Imagem e Texto: Ricardo Lima, O Insurgente, 25-06-2012

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