domingo, 24 de junho de 2012

Fernando Pinto: "É uma greve com motivos muito estranhos"

Celso  Filipe
"É uma greve com motivos muito estranhos. Nunca vi nada assim na minha vida e tenho 40 anos de aviação." É assim que Fernando Pinto, presidente executivo da TAP, comenta a greve marcada pelo sindicato dos pilotos da companhia que exigem a demissão do director de operações e do piloto chefe da TAP.

Foto: Miguel Baltazar/Negócios
Fernando Pinto fez estas declarações ontem em Bogotá, capital da Colômbia, à margem da cerimónia de entrada da Avianca Taca na Star Alliance. O líder da transportadora sublinha que esta greve vai "prejudicar o processo" de privatização da TAP.

"Como não entendemos as razões desta greve, a mesma está a ser analisada pelos nossos serviços jurídicos", acrescentou.

Fernando Pinto  acrescentou que a greve vai provocar um prejuízo diários 5 milhões de euros e coloca em causa a possibilidade da companhia fechar o ano com resultados positivos. "Se acontecerem todas as greves que estão previstas não há nenhuma possibilidade de ter lucro", sublinhou o gestor.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) deliberou, esta terça-feira, avançar com um pré-aviso de greve para os próximos dias 5 e 8 de Julho e 1 e 5 de Agosto, caso a TAP não cumpra duas exigências.

Os pilotos pretendem "exigir da TAP o compromisso formal de cessação imediata de funções dos actuais titulares dos cargos de Director de Operações de Voo e Piloto Chefe" e "o compromisso de anulação de todas as faltas injustificadas e/ou sanções acessórias aplicadas aos Pilotos, decorrentes directa ou indirectamente de interpretações unilaterais do Acordo de Empresa por parte da Administração a TAP".

O SPAC refere, no mesmo documento, que "a insustentável situação laboral que se vive na empresa, não é da responsabilidade" da TAP, no entanto “exigem que a administração considere os Pilotos como parte da solução e que reponha a equidade interna, a qual foi posta em causa em 2011".

Os pilotos recordam que a administração "decidiu aumentar em mais de 40% algumas chefias, quando todos os trabalhadores, incluindo os Pilotos, participavam no esforço de adaptação às medidas impostas pelo contexto da crise internacional".

Em conclusão, o SPAC refere que "a situação interna agravou-se, com o aumento da perseguição aos Pilotos e desconsideração permanente da sua função na cadeia de valor da TAP".
Título e Texto: Celso  Filipe, Jornal de Negócios

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