"Não vejo diferença entre o povo do Irã e o povo brasileiro"

Otacílio Guimarães

Eu não vou repassar esta mensagem porque não concordo com algumas afirmações contidas na mesma e além disso por ter sido formatada num formato impróprio para ser divulgada por e-mail.  

Não vejo diferença entre o povo do Irã e o povo brasileiro no que se refere a suportar governos truculentos lá no Irã, e governos corruptos e indecentes no Brasil. Povos assim têm para mim o mesmo valor, ou seja, nenhum, e ambos têm os governos que merecem.  

No Brasil os direitos humanos são tão violados quanto no Irã, só que de maneira sutil mas não menos criminosa. A tortura é o método de investigação mais utilizado pela polícia brasileira quando se trata de criminosos pobres. Os criminosos ricos são protegidos pela polícia e pela justiça. Isto para mim é a mais abjeta violação dos direitos humanos de que tenho conhecimento.  

O Brasil não é um país tão cristão como a mensagem pretende apregoar. A maioria da população brasileira é indiferente a todas as religiões e crenças. O que existe é uma grande hipocrisia, pois muitos que se declaram religiosos nunca pisaram os pés num templo religioso e não se comportam como um bom crente numa divindade qualquer.  

O Brasil é um país tolerante no que se refere à corrupção e ao crime, pois se não fosse assim não se roubava tanto e os assassinatos não estariam no vergonhoso número de mais de 50 mil todos os anos.

Portanto, a mensagem da Conib - que eu não sei do que se trata - pretende transmitir a idéia de que o Brasil é um país civilizado e democrático, o que absolutamente não é. Pacífico e tolerante, com certeza apenas por que não é um país rico e militarmente poderoso, porque se assim fosse já teria invadido todos os países da América do Sul, e tolerante apenas com suas próprias mazelas.  

As semelhanças entre Irã e Brasil são notáveis. O Irã tem uma civilização milenar bárbara e incivilizada. O Brasil não tem cultura nenhuma e é tão primitivo quanto o outro.  

O Brasil sempre tentou mostrar para o mundo o que ele jamais foi. É como aquele sujeito que vive afogado em dívidas tentando passar para os demais a impressão de que é rico.

Título e Texto: Otacílio Guimarães, 22-06-2012

Edição: JP