Reinaldo Azevedo
Ai, ai, com tanta coisa sobre
a qual falar, dedico uma parte do meu tempo ao senhor, como é mesmo?, ah, sim:
João Manoel Pinho de Mello. Se fosse importante, a esta altura, eu já teria
ouvido falar. Mas ele se tem em altíssima conta e acha que caio em alguns
truques. O Manoel, que não tem três penas no chapéu, integra um grupo de economistas
da PUC do Rio que decidiu mensurar os efeitos do Bolsa Família na queda da
violência em São Paulo. Compararam os índices antes e depois de 2008 e chegaram
à conclusão de que o programa foi responsável por 21% — encantadora essa
precisão! — do total da queda da criminalidade. Huuummm… Escrevi um post a respeito fazendo algumas indagações.
João Manoel ficou zangado, escreveu uma catilinária imensa me desqualificando
e, pasmem!, acusando-me de agressivo. Mentira! Não o agredi, não! Chamei as
conclusões do estudo de “bobajada”. No mais, destaquei evidências que caminham
no sentido contrário ao de suas conclusões. Só isso. Ele enviou o texto ao
blog. Só não publiquei ontem porque, obviamente, requer resposta. O rapaz saiu
divulgando o texto por aí e em enviou mais alguns comentários — mobilizou
também alguns amigos, parece — me acusando de estar com medo de publicar a sua
resposta ou algo assim. Eu nunca tinha ouvido falar dele e desconfio que a
recíproca é verdadeira, ou não viria com essa tolice. Vamos lá. Ele segue em vermelho.
Eu em azul.
Sr. Reinaldo Azevedo,
Escreve João Manoel Pinho de Mello, professor associado do Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Stanford University (2005). Sou um dos autores do estudo sobre Bolsa Família e crime a respeito do qual você fez comentários em seu blog. Resolvi respondê-los. A maioria de meus comentários se refere à ciência do artigo supracitado e à “ciência” dos seus comentários. Mas confesso que alguns poucos refletem minha indignação com sua agressividade e sua arrogância. Peço perdão aos leitores interessados apenas na ciência da mensuração do efeito do Bolsa Família sobre o crime. Infelizmente receio que sejam poucos.
Escreve João Manoel Pinho de Mello, professor associado do Departamento de Economia da PUC-Rio e PhD em economia pela Stanford University (2005). Sou um dos autores do estudo sobre Bolsa Família e crime a respeito do qual você fez comentários em seu blog. Resolvi respondê-los. A maioria de meus comentários se refere à ciência do artigo supracitado e à “ciência” dos seus comentários. Mas confesso que alguns poucos refletem minha indignação com sua agressividade e sua arrogância. Peço perdão aos leitores interessados apenas na ciência da mensuração do efeito do Bolsa Família sobre o crime. Infelizmente receio que sejam poucos.
Ele começa me tratando de
“Sr.” como quem diz: “Seu filho da mãe” na versão não-publicável em blogs de
família. Em seguida, tenta me intimidar com o seu currículo. Respeito
competências e títulos, claro!, mas não me assustam. Uma bobagem é uma bobagem
é uma bobagem, não importa o pedigree de quem a pronuncie. Todo o parágrafo, na
verdade, vale por um “sabe com quem está falando?” Agora sei. E daí? O Mané de
Stanford não está habituado ao confronto de ideias e ao debate. Ao acusar a
minha “agressividade e arrogância” — leiam o texto original e verão que não —,
diz, humilde que é, que vai responder (eu poderia enroscar com a regência do
verbo “responder” em seu texto tão douto, mas deixo pra lá…) com a ciência (sem
aspas) para se contrapor à “ciência”, com aspas, do meu comentário. Logo, ele é
um cientista pronto a humilhar este pobre leigo! Atenção para o que vem agora.
A coisa começa a esquentar.
Normalmente não escreveria
este comentário. Não é muito útil debater assuntos de natureza técnica com
interlocutores ideológicos (à esquerda e à direita). Mas há pessoas que eu
respeito intelectualmente e admiram o que você escreve. Por isso resolvi tomar meu
tempo para corrigir seus erros. Não acho que seja vigarice. Apenas viés
ideológico ao discutir um assunto que, de fato, é difícil. A maioria das
pessoas educadas e inteligentes, mas sem treinamento científico, tem
dificuldade em distinguir correlação e causa. Não se sinta diminuído por isso,
blogueiro.
Então comecemos por uma boa
diferença entre nós. Há um monte de pessoas que respeito intelectualmente que
não o admiram porque nunca ouviram falar de você. Lamento que o contrário seja
verdade. Fazer o quê? Tente doutriná-las e provar que estão erradas. Não, eu
não me sinto diminuído em ser chamado de “blogueiro”. Afinal, por que tanta
preocupação em responder a alguém tão desprezível, Mané de Standord? Quanto a
você desprezar “interlocutores ideológicos à esquerda e à direita”, dizer o
quê? Geralmente os que negam a ideologia com esse vigor em nome de uma suposta
neutralidade científica — especialmente no terreno das ciências humanas — são
apenas candidatos a pensadores do regime, seja ele de direita ou de esquerda.
Entendeu ou pequei por excesso de sutileza?
Vou me referir a você como
“blogueiro”, pois afinal esse é seu título, não?
Não, não é meu título. Você
comete um primeiro pecado para um candidato a polemista: desconhece o sentido
preciso das palavras. Se quiser, pode chamar de atividade, profissão, ocupação
até. “Título” é outra coisa. Eu sou um “destitulado”.
O blogueiro reclama, quase
sempre com razão, dos métodos de argumentação do Luis Nassif. Pois bem: ele se
comportou como o Nassif. Falou sobre o que não entende com um misto de
arrogância e primitivismo. Não gosto muito de adjetivação, mas parece ser o
estilo do blogueiro. Por isso me permitirei essa pequena indulgência (não é
muito grave; é quase como comer uma caixa inteira de Sonho de Valsa).
Mané está com informações
falsas a meu respeito. Há muito tempo, como sabem os leitores, Luis Nassif foi
banido deste blog. Quanto a “comer a caixa inteira de Sonho de Valsa” como quem
se entrega a uma compulsão depois de um período de repressão, huuummm… Cuidado,
Manoel! Certas imagens revelam mais do que o autor pode desejar. Deve ser
torturante viver com vontade de cair de boca no Sonho de Valsa, mas ter de se
reprimir com medo da reprovação social, né?
Sobre arrogância tenho pouco a
falar por ser autoevidente. Mas, a título de ilustração, o blogueiro comenta um
artigo científico que, pela natureza de seus comentários, não leu (ou não
entendeu), e acha que pode rebatê-lo com uma mirada superficial nos dados do
mapa da violência. Para esclarecimento, o artigo cujo conteúdo desagrada tanto
ao blogueiro está em processo de revisão para re-submissão para publicação no
American Economic Journal, Economic Policy (da American Economic Association),
uma das 20 publicações científicas mais prestigiosas do mundo em economia.
Até agora, Manoel, o fortão
do Bairro Peixoto, não respondeu à minha crítica (sim, queridos, eu vou
relembrá-la aqui). Ele já me chamou de “arrogante”, “agressivo” e “blogueiro”,
já expôs o seu currículo e agora diz que seu artigo pode ir parar numa
publicação de prestígio. Atenção, senhores! Até agora, ele está certo, e eu,
errado porque:
a) é economista, e eu não;
b) porque é PhD por Stanford, e eu não;
c) porque eu sou arrogante e agressivo, e ele não (como se vê…);
d) porque seu artigo pode ser acolhido numa publicação de prestígio.
a) é economista, e eu não;
b) porque é PhD por Stanford, e eu não;
c) porque eu sou arrogante e agressivo, e ele não (como se vê…);
d) porque seu artigo pode ser acolhido numa publicação de prestígio.
Sobre primitivismo tenho mais
a falar, pois se trata de conteúdo. Começo com uma observação simples.
Consideremos o Nordeste, o contraexemplo preferido. É possível, na realidade
provável, que o crime tivesse aumentado ainda mais no Nordeste na ausência do
Bolsa Família, mas não temos como saber. Em linguagem científica isso se chama
contrafactual. É um raciocínio que requer alguma sutileza intelectual. Mas
suponho (?) que o blogueiro conseguirá perceber.
Vamos aqui recuperar a
natureza da polêmica, que este bobalhão arrogante tenta esconder com usa
pseudociência. Este senhor assina um trabalho afirmando que o Bolsa Família,
que tem menos importância na cidade de São Paulo do que em qualquer capital do
Norte ou Nordeste, responde por 21% da queda de criminalidade, comparando-se os
dados anteriores e posteriores a 2008. E por que se escolheu esse divisor? É
quando o Bolsa Família começa a atender os jovens de 16 e 17 anos. A redução da
desigualdade teria tido, pois, um grande impacto na queda da violência
(ele próprio exporá seu método mais adiante).
Qual foi a objeção
levantada por este desprezível “blogueiro” — que não cai de boca no Sonho de
Valsa — e que deixou o PhD de Stanford tão furioso? A violência no Nordeste,
com algumas exceções, cresceu em vez de diminuir nesse período. Na Bahia, em
Salvador especialmente, assume contornos explosivos, dramáticos. Aí ele
resolveu adotar o mesmo método de argumentação dos cientistas que faziam
terrorismo com o aquecimento global: se ele não pode provar que está certo,
pede, de modo enviesado, que eu prove que ele está errado. Mas não me furto,
não! Desde logo, coloca-se uma questão evidente: por que o tal programa teria
tido um impacto tão forte em São Paulo, mas não no Nordeste?
Ocorre que a suposta
ciência do Mané de Stanford nasce de um preconceito, que ele não se intimida em
enunciar: “É possível, na realidade provável, que o crime tivesse
aumentado ainda mais no Nordeste na ausência do Bolsa Família, mas não temos
como saber.” É evidente que a hipótese de seu trabalho é esta: “O
Bolsa Família diminuiu a violência”. Aí ele fez o que faz muita gente — em
especial a turma do aquecimento global: resolveu torturar os dados até que
confessassem o que estava buscando. Como sua tese se afina com a metafísica
influente, tudo ficou mais fácil. No parágrafo seguinte, quando ele decide,
definitivamente, me humilhar, ele se estrepa.
Agora para as considerações um
pouco mais intrincadas. É muito difícil estabelecer relações de causa e efeito
em ciências sociais. A razão é simples: diferentemente das ciências duras, em
geral não é possível fazer experimentos aleatorizados em criminologia (em
ciências sociais em geral, na verdade).
Certo! Ciências sociais permitem muitos chutes. Não me diga! Logo, Manoel está admitindo que as conclusões têm muito de gosto, arbitrariedade, ideologia, escolhas. Ou com ele seria diferente?
Certo! Ciências sociais permitem muitos chutes. Não me diga! Logo, Manoel está admitindo que as conclusões têm muito de gosto, arbitrariedade, ideologia, escolhas. Ou com ele seria diferente?
Por isso a análise superficial
com os dados do mapa da violência é um exercício fútil na melhor das hipóteses.
Perigoso e, portanto, leviano na pior delas. Recife é mais pobre, mais desigual
e violento do que Blumenau. Isso prova que pobreza e desigualdade causam crime?
Não. Mostra tão somente que essas três variáveis andam juntas. Não estabelece
nenhuma relação de causa e efeito. Afinal, outros fatores podem causar tanto
pobreza e desigualdade como crime. Por exemplo, debilidade institucional.
Estado fraco causa polícia fraca e pobreza. É essa a verdadeira causa? Não sei.
O argumento é feito somente para ilustrar por que não se deve inferir
absolutamente nada com a comparação simples entre estados.
Evitei a palavra até agora, mas não dá mais! Trata-se de um truque intelectualmente vigarista, ainda que Manoel seja um gênio. Em primeiro lugar, por amor à precisão, destaco o aspecto em que estamos de acordo: são muitas as variáveis que resultam em mais ou menos violência — E, PORTANTO, NA REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA TAMBÉM.
Evitei a palavra até agora, mas não dá mais! Trata-se de um truque intelectualmente vigarista, ainda que Manoel seja um gênio. Em primeiro lugar, por amor à precisão, destaco o aspecto em que estamos de acordo: são muitas as variáveis que resultam em mais ou menos violência — E, PORTANTO, NA REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA TAMBÉM.
Onde está a vigarice? O
texto de Manoel mente ao afirmar que argumento comparando estados distintos.
Não! Eu me referi a estados e cidades na comparação consigo mesmos, Manoel! Não
engane seus eventuais leitores! Não tente enganar os meus! Eu vou comparar,
rapaz, São Paulo com São Paulo. Os números negam de forma tão escandalosa a
hipótese — e o estudo dele não passa disso, ainda que aspire à condição de
teoria ou teologia — que fico até um tantinho constrangido em exibi-los. Em
2000, a região metropolitana de São Paulo, senhores leitores, tinha 63,3
homicídios por 100 mil habitantes. Chegou a 2010 com 15,4 (hoje está em torno
de 10), com uma redução de 75,6%. Queda abrupta? Não! Vejam a evolução dos
dados de 2000 a 2010.
O estudo do companheiro que
repudia a direita e a esquerda — nada como se declarar “de centro” para poder
aspirar à santidade e à, como direi?, inimputabilidade científica — compara
dados anteriores a 2008 com dados posteriores. Sei. Os mortos por 100 mil na
região metropolitana de São Paulo já haviam caído 69,8% entre 2000 (63,3) e
2007 (19,1). “Ah, mas poderiam ter caído menos a partir de 2008 não fosse o
Bolsa Família”. Nada posso fazer com a crença das pessoas.
Agora vejam o que acontece
com o índice de homicídios, sempre segundo dados do Mapa da Violência, nas
regiões metropolitanas de Maceió, João Pessoa, Belém, Vitória, Salvador,
Curitiba, Recife e São Luiz .
Não é preciso comparar os
números de São Paulo com os de Salvador, senhor Manoel sem penas no chapéu.
Basta comparar Salvador consigo mesma. O Bolsa Família, no atual formato, foi
criado em 2003, começou a ser aplicado ainda timidamente em 2004 e foi se
expandindo. O estudo dele faz um corte entre antes e depois de 2008? Pois bem.
Serve esse cotejo. “Ah, mas a capital baiana é mais desigual do que Curitiba”.
É? Pois bem: vejam os dados dramáticos da região metropolitana da rica capital
paranaense. Em Recife, já se nota uma queda, embora os números sejam ainda
alarmantes. O noticiário nos informa que estão em cursos medidas virtuosas de
reforma da polícia pernambucana — ainda no começo. E esse mesmo noticiário dá
conta de que, na polícia baiana, acontece o contrário. Jaques Wagner conseguiu
piorar o que já era ruim. Os números estão aí. Manoel achou — com todo
respeito, viu, doutor PhD — que ainda não tinha trapaceado
intelectualmente o bastante e escreve o seguinte.
Mutatis mutandis, o aumento da
criminalidade no Nordeste ao mesmo tempo em que o Bolsa Família lá se expandiu
não demonstra que o Bolsa Família não ajudou a diminuir o crime. Nem que ajudou
a aumentar. De fato, pouco se sabe sobre as causas do aumento da criminalidade
em alguns estados do Nordeste (principalmente BAHIA e ALAGOAS, não, não foi
generalizada no Nordeste). Quero dizer, pouco se sabe cientificamente. Achismo
há de monte. O blogueiro, por exemplo, dever ter uma porção deles.
De saída: você não sabe empregar “mutatis mutandis”. Estude latim ou seja menos pretensioso. Ou faça a as duas coisas. A expressão não cabe aí. Adiante. Não lido com achismo nenhum, mas com dados! Quem foi achar o que jná tinha encontrado foi o sedizente cientista. Entre 2000 e 2010 ou entre 2008 e 2010, o único estado nordestino que não teve um aumento escandaloso de homicídios foi Pernambuco (embora o número seja elevadíssimo). Eu pratico achismo? Faltar com a verdade é certamente coisa bem mais feia.
De saída: você não sabe empregar “mutatis mutandis”. Estude latim ou seja menos pretensioso. Ou faça a as duas coisas. A expressão não cabe aí. Adiante. Não lido com achismo nenhum, mas com dados! Quem foi achar o que jná tinha encontrado foi o sedizente cientista. Entre 2000 e 2010 ou entre 2008 e 2010, o único estado nordestino que não teve um aumento escandaloso de homicídios foi Pernambuco (embora o número seja elevadíssimo). Eu pratico achismo? Faltar com a verdade é certamente coisa bem mais feia.
Coloco alguns fatos
científicos e algumas especulações, feitas com base em evidências anedóticas.
Esclareço que algumas são especulativas, ou seja, o mesmo que o blogueiro faz
com sua mirada superficial sobre o mapa da violência. A diferença é que o
blogueiro tem a arrogância dos apedeutas. Acha que faz alguma inferência
estatística válida. Blogueiro, deve doer quando um termo tão caro é usado
contra você, não?
Nossa! Você não sabe como padeço! Se eu fosse do tipo, hoje me acabaria no Sonho de Valsa!!!
Nossa! Você não sabe como padeço! Se eu fosse do tipo, hoje me acabaria no Sonho de Valsa!!!
Primeiro o fato científico.
Houve mudanças adversas na composição demográfica em alguns estados do Nordeste
nos últimos anos. Aumentou a proporção de jovens entre 15 e 30 anos em alguns
deles, um fator criminogênico importante já fartamente documentado na literatura
em criminologia. Demonstro isso em um artigo em revisão para resubmissão ao
Economic Development and Cultural Change, um dos principais periódicos
CIENTÍFICOS em desenvolvimento econômico no MUNDO. É editado na Universidade de
Chicago por pessoas ligadas ao departamento de economia. Credenciais liberais
(no sentido britânico da palavra) irreparáveis. Ou seja, pessoas com as quais
você se identifica ideologicamente, blogueiro.
Andou comendo muito bombom. Pouco me importa se você é liberal ou não! Quem disse que picaretagem é monopólio da esquerda? Não é, não! Está em curso no país, por exemplo, uma grotesca mistificação sobre a “classe média brasileira” que poderia, em outros tempos, ser considerada coisa da direita. Mas não passa de adesismo e derivação teratológica da “economia da pobreza” transformada em pobreza da economia.
Andou comendo muito bombom. Pouco me importa se você é liberal ou não! Quem disse que picaretagem é monopólio da esquerda? Não é, não! Está em curso no país, por exemplo, uma grotesca mistificação sobre a “classe média brasileira” que poderia, em outros tempos, ser considerada coisa da direita. Mas não passa de adesismo e derivação teratológica da “economia da pobreza” transformada em pobreza da economia.
Outros fatores são mais
especulativos. Um deles que considero é perda de controle sobre a segurança
pública, de novo principalmente na Bahia e em Alagoas. Há bastante evidência anedótica
de que a policiamento pirou muito em alguns estados (repito, evidência
anedótica, não ciência). E a literatura em Economia do Crime e Criminologia já
estabeleceu há anos a importância da solidez da segurança pública. Se quiser se
educar a respeito, querido blogueiro, veja Di Tella e Schargrodsky, American
Economic Review, 2004 e as referências lá citadas. Mas não é claro que você
queira, ou tenha treino, para se informar na literatura científica.
Evidência anedótica? Não! Há fatos mesmo. Como é fato o crescimento do investimento em segurança pública em São Paulo. Como é fato que o estado tem 22% da população, mas concentra 40% dos presos. Como é fato que há menos homicídios nos estados que mais prendem bandidos. Os dados estão no primeiro texto que escrevi a respeito.
Evidência anedótica? Não! Há fatos mesmo. Como é fato o crescimento do investimento em segurança pública em São Paulo. Como é fato que o estado tem 22% da população, mas concentra 40% dos presos. Como é fato que há menos homicídios nos estados que mais prendem bandidos. Os dados estão no primeiro texto que escrevi a respeito.
Em suma, pouco se sabe sobre a
dinâmica recente da criminalidade no Nordeste. Vale muito investigar. Vale bem
menos analisar de forma superficial com intuito único de confirmar o viés
ideológico apriorístico. Blogueiro, acho que você diria que isso é coisa de
petista.
Você é mais fraco de que eu imaginava, com sua exibição de currículo e suas demonstrações de apuro acadêmico que mal escondem o chute de sua pesquisa. Pouco me importa se você é petista ou não. Nem acho que seja! É um tipo pior, disposto a servir, pouco importa o poder de turno. Meu desprezo por gente assim é bem maior. Os petistas, aos menos, não procuram se esconder numa pretensa neutralidade. O índice de homicídios cresceu em 8 dos 9 estados nordestinos entre 2000 e 2010 e, se quiser, entre 2008 e 2010. Nesses estados, o Bolsa Família tem muito mais importância do que em São Paulo, onde a queda na criminalidade é continua e consistente há 12 anos. Ainda que você tivesse encontrado, vá lá, uma correlação entre o programa e os números, estaria obrigado a explicar por que ela se deu em São Paulo. Vejam os homicídios por 100 mil nos estados nordestinos entre 2000 e 2010.
Você é mais fraco de que eu imaginava, com sua exibição de currículo e suas demonstrações de apuro acadêmico que mal escondem o chute de sua pesquisa. Pouco me importa se você é petista ou não. Nem acho que seja! É um tipo pior, disposto a servir, pouco importa o poder de turno. Meu desprezo por gente assim é bem maior. Os petistas, aos menos, não procuram se esconder numa pretensa neutralidade. O índice de homicídios cresceu em 8 dos 9 estados nordestinos entre 2000 e 2010 e, se quiser, entre 2008 e 2010. Nesses estados, o Bolsa Família tem muito mais importância do que em São Paulo, onde a queda na criminalidade é continua e consistente há 12 anos. Ainda que você tivesse encontrado, vá lá, uma correlação entre o programa e os números, estaria obrigado a explicar por que ela se deu em São Paulo. Vejam os homicídios por 100 mil nos estados nordestinos entre 2000 e 2010.
Agora sobre Bolsa Família e
crime em São Paulo. A maneira ideal de estabelecer se o Bolsa Família teve
algum efeito sobre a criminalidade é um experimento aleatorizado controlado. Ou
seja, decidir no cara-e-corôa as cidades que recebem e que não recebem o Bolsa
Família. Assim, garantir-se-ia que as cidades que recebem (Grupo de Tratamento)
e que não recebem Bolsa Família (Grupo de Controle) terão, em média,
características iguais. Infelizmente não temos acesso a tal experimento.
O professor Raimundo das pesquisas resolveu dar uma aulinha. Muito bem! Como ele não conseguiu as circunstâncias ideais, vamos ver como agiu.
O professor Raimundo das pesquisas resolveu dar uma aulinha. Muito bem! Como ele não conseguiu as circunstâncias ideais, vamos ver como agiu.
Por isso usamos um
procedimento que tenta imitá-lo. Em 2007 o programa passou a contemplar
adolescentes de 16 e 17 anos. Como há escolas com mais e com menos adolescentes
nessa faixa etária, o Bolsa Família se expande mais fortemente nos arredores de
escolas com mais adolescente de 16 e 17 anos (mostramos isso empiricamente).
Como as diferenças de distribuição etária entre as escolas de SP em 2006 nada
tem a ver com a decisão de expandir o Bolsa Família, é “como se fosse
aleatória” a expansão mais forte no entorno das escolas com mais alunos entre
16 e 17 anos. Por isso, quaisquer aumentos de crime mais fortes (ou mais
fracos) no entorno dessas escolas podem ser interpretados como o efeito causal
do Bolsa Família diminuindo (ou aumentando) o crime. Encontramos que o crime
caiu mais fortemente no entorno das escolas com mais alunos de 16 e 17 anos.
Por isso a inferência de que o Bolsa Família causou queda na
criminalidade em SP. Se tivesse aumentando a inferência seria inversa: o Bolsa
Família seria crimininogênico (perdão pelo anglicismo). Blogueiro,
cientista é assim: aceita o que os dados dizem.
Esse tipo de raciocínio estatístico pode ser estonteante quando o vemos pela primeira vez. Blogueiro, eu doaria umas três horas do meu tempo para educá-lo com mais detalhe, se achasse que você estivesse disposto a aprender. Mas você hoje demonstrou que só se interessa por proselitismo ideológico. Como dizia minha avó portuguesa, tali e quali o Nassif.
Não culpe a sua avó portuguesa por sua arrogância e por sua tolice. Aliás, cientistas sociais acabaram de ficar espantados com o seu método. A sua pesquisa, explicada por você mesmo, é mais picareta do que eu imaginava. As conclusões são ainda mais arbitrárias do que eu supunha. E a razão é simples. Consulte as autoridades de segurança pública de São Paulo, seu Zé Mané, e você saberá que os jovens infratores não costumam cometer crimes nos bairros onde moram — a exceção são as brigas de gangue. A exposição de seu método é a confissão de um chute fabuloso.
Esse tipo de raciocínio estatístico pode ser estonteante quando o vemos pela primeira vez. Blogueiro, eu doaria umas três horas do meu tempo para educá-lo com mais detalhe, se achasse que você estivesse disposto a aprender. Mas você hoje demonstrou que só se interessa por proselitismo ideológico. Como dizia minha avó portuguesa, tali e quali o Nassif.
Não culpe a sua avó portuguesa por sua arrogância e por sua tolice. Aliás, cientistas sociais acabaram de ficar espantados com o seu método. A sua pesquisa, explicada por você mesmo, é mais picareta do que eu imaginava. As conclusões são ainda mais arbitrárias do que eu supunha. E a razão é simples. Consulte as autoridades de segurança pública de São Paulo, seu Zé Mané, e você saberá que os jovens infratores não costumam cometer crimes nos bairros onde moram — a exceção são as brigas de gangue. A exposição de seu método é a confissão de um chute fabuloso.
Mas o que foi que Manoel
afirmou mesmo? Isto: “Houve mudanças adversas na composição
demográfica em alguns estados do Nordeste nos últimos anos. Aumentou a
proporção de jovens entre 15 e 30 anos em alguns deles, um fator criminogênico
importante já fartamente documentado na literatura em criminologia.”Certo!
Em São Paulo, no entanto, ele afirma: “Encontramos que o crime caiu
mais fortemente no entorno das escolas com mais alunos de 16 e 17 anos.” Mas
os jovens não estão recebendo Bolsa Família no Nordeste em São Paulo? Manoel é
um cientista rigoroso: ele concluiu que a violência aumentou no Nordeste por
causa do aumento dos jovens e caiu em São Paulo em lugares com maior
concentração de jovens. ENTENDERAM? A sua avó portuguesa merece mais respeito.
O problema é o neto dela.
Num dado momento de seu
texto, Manoel afirma que as pessoas têm dificuldades de entender a diferença
entre correlação e causa. É o caso dele. Comete um erro de lógica elementar,
definido por uma expressão latina: “post hoc, ergo propter hoc” — ou: “depois
disso, logo, por causa disso”. A minha piada para esse tipo de raciocínio é a
seguinte: como sempre amanhece depois que o galo canta, há quem acredite que,
caso se matem todos os galos do mundo, teremos a noite eterna… Como Mané
constatou que a violência caiu mais nos grupos com maior concentração de jovens
de 16 e 17 anos e como eles passaram a receber bolsa família em 2007, então só
pode ser por isso, certo?
Só uma coisa:
“crimininogenico”, como você escreveu, não é anglicismo, não! É só erro de
digitação. E “criminogênico”, bobão, não é anglicismo. O “criminogenic” é que é
uma palavra formada de duas outras: uma de raiz latina e outra grega. Não tente
fazer graça porque falta estofo. Você já é engraçado o bastante tentando ser
sério.
Ah, sim: vá falar mal do
Nassif lá no blogue dele. Nem todo inimigo do meu inimigo é meu amigo,
entendeu?
A criminalidade ter caído
desde 1999 em SP é imaterial para esse raciocínio. Afinal, diferentes fatores
podem ter causado a queda no começo e no final dos anos 2000. De fato, a queda
do crime no começo dos anos 2000 pode ser consequência de sua subida no final
dos anos 1990. Mas para um proselitista como você isso não interessa, não é
blogueiro?
Ai, ai… Uma queda de mais de 70% no índice de homicídios em 10 anos, que não pode ser explicada pelo seu achismo, só pode ser explicada por “diferentes fatores”. É… Vai ver eles explicam mesmo!
Ai, ai… Uma queda de mais de 70% no índice de homicídios em 10 anos, que não pode ser explicada pelo seu achismo, só pode ser explicada por “diferentes fatores”. É… Vai ver eles explicam mesmo!
Pergunta justa: por que SP?
Não dava para fazer para outros lugares? O Nordeste, por exemplo, onde o Bolsa
Família importa muito mais? A resposta é negativa, infelizmente. SP é o único
estado da Federação que tem dados de crime decentes georeferenciados desde o
começo da década de 2000. Isso PELO ENORME ESFORÇO de política pública em
segurança feito em SP. Esse esforço começou com o Alexandre Schneider, meu
co-autor em artigos científicos (mais sobre isso abaixo), quando era secretário
adjunto da SSS-SP. Adoraríamos fazer o mesmo em Salvador. Mas não há dados
adequados. Viu blogueiro? Nem tudo é conspiração petista.
Repito: os petistas podem ser profissionais da tolice, mas não são seus monopolistas.
Repito: os petistas podem ser profissionais da tolice, mas não são seus monopolistas.
Algumas palavras sobre a impressionante
queda na criminalidade que ocorreu no Estado de São Paulo nos anos 2000. Essa
queda é objeto de minha pesquisa científica desde 2004. Primeiro uma
constatação. O crime cai tão fortemente a partir de 1999 porque subiu
fortemente nos anos 1990, principalmente depois de 1993. É uma questão
mecânica. Blogueiro, seria elegante que você também mencionasse isso. Afinal,
os ladrões e assassinos são apartidários em geral.
Você estava comendo bombom quando escreveu isso? Quer dizer que a violência caiu bastante porque havia subido muito? Deve-se inferir que ela subiu muito em alguns estados porque não tinha crescido bastante? Trata-se de mera “questão mecânica”? Deve-se inferir, pois, que, qualquer que fosse a política de segurança pública adotada, o resultado teria sido o mesmo? Você não se envergonha nem um pouquinho? Foi estudar os efeitos do Bolsa Família na diminuição da violência em São Paulo, mas está convicto de que, independentemente das políticas públicas adotadas, o resultado seria o mesmo.
Você estava comendo bombom quando escreveu isso? Quer dizer que a violência caiu bastante porque havia subido muito? Deve-se inferir que ela subiu muito em alguns estados porque não tinha crescido bastante? Trata-se de mera “questão mecânica”? Deve-se inferir, pois, que, qualquer que fosse a política de segurança pública adotada, o resultado teria sido o mesmo? Você não se envergonha nem um pouquinho? Foi estudar os efeitos do Bolsa Família na diminuição da violência em São Paulo, mas está convicto de que, independentemente das políticas públicas adotadas, o resultado seria o mesmo.
Em criminologia há algum
consenso sobre o caráter multi-facetado de mudanças abruptas no crime (bom,
tanto quanto há consenso em ciências sociais). Se você estiver realmente
interessado em se educar, recomendo fortemente Zimiring (2007), The Great
American Crime Decline, disponível em inglês como e-book. O caso mais citado é
o dos EUA, e particularmente NYC, nos anos 1980 e 1990. Bogotá e Medellín são
outros dois exemplos. O caso de São Paulo não deve ser diferente.
Não seja desonesto! Os dados estão acima! A queda da violência em São Paulo não foi “abrupta” coisa nenhuma! Ao contrário, foi se dando paulatinamente.
Não seja desonesto! Os dados estão acima! A queda da violência em São Paulo não foi “abrupta” coisa nenhuma! Ao contrário, foi se dando paulatinamente.
Em um capítulo de livro
editado pelo National Bureau of Economic Research (NBER, dispensa introdução) e
pela University of Chicago (olha aí os petistas de novo!), Alexandre Schneider,
aquele que foi secretário de educação do Kassab, e eu mostramos a importância
da transição demográfica em São Paulo, que começou antes do país como um todo.
Ela responde por 60% do aumento no homicídio na década de 1990, e por 40% da
queda nos anos 2000. Em um artigo publicado no Economic Journal (pesquise o
status acadêmico desse periódico blogueiro, seja jornalista!), Alexandre
Schneider, Ciro Biderman e eu mostramos que os homicídios caíram mais nas
cidades que restringiram a venda de bebidas alcoólicas em bares depois das 23h
(a velha lei seca). Para ser preciso, 10% mais do que na média da RMSP. Em sua
tese de doutorado defendida no departamento de economia da PUC-Rio, Daniel
Cerqueira, aquele que desmascarou as estatísticas de homicídio do Rio na era
Cabral, mostrou que o estatuto do desarmamento explica outros 8% da queda em
São Paulo. Tenho orgulho de dizer que a tese foi orientada por mim e pelo
Professor Rodrigo Soares.
O Estatuto do Desarmamento? Seria aquele mesmo que, curiosamente, também só produziu efeitos em São Paulo, mas não no resto do Brasil? São Paulo é hoje a capital com menos homicídios no país por 100 mil habitantes sem restrição para o horário de funcionamento dos bares. E pare com essa bobagem de ficar elencando pessoas e instituições com as quais eu seria ideologicamente afinado. Isso é uma tentativa tosca de exibir a sua isenção ideológica, o que absolutamente não é do meu interesse.
O Estatuto do Desarmamento? Seria aquele mesmo que, curiosamente, também só produziu efeitos em São Paulo, mas não no resto do Brasil? São Paulo é hoje a capital com menos homicídios no país por 100 mil habitantes sem restrição para o horário de funcionamento dos bares. E pare com essa bobagem de ficar elencando pessoas e instituições com as quais eu seria ideologicamente afinado. Isso é uma tentativa tosca de exibir a sua isenção ideológica, o que absolutamente não é do meu interesse.
Isso significa que os governos
do PSDB não contribuíram em nada? Não! Ainda há pelo menos 50% da queda nos
anos 2000 para ser explicada. Corresponde, aproximadamente, a quanto o crime
caiu mais em SP do que no resto do país. Só não temos ciência para isso ainda.
Entre os cientistas, blogueiro, só se fala com ênfase quando há evidência
cientifica. Entre os apedeutas arrogantes, fala-se sempre com ênfase.
Você já expôs os caminhos de sua seriedade científica. Reproduziu, melhor do que eu faria, como chegou à conclusão de que o Bolsa Família responde por 21% na redução da violência. Só não consegue explicar por que o mesmo fenômeno não se repete nos outros estados. Esse é um arcano que guarda só para si mesmo. Afinal, é coisa complicada demais para ser compreendida por não-cientistas e blogueiros…
Você já expôs os caminhos de sua seriedade científica. Reproduziu, melhor do que eu faria, como chegou à conclusão de que o Bolsa Família responde por 21% na redução da violência. Só não consegue explicar por que o mesmo fenômeno não se repete nos outros estados. Esse é um arcano que guarda só para si mesmo. Afinal, é coisa complicada demais para ser compreendida por não-cientistas e blogueiros…
Posso especular. De novo,
ESPECULAÇÃO, para não fazer vigarice intelectual. O crime caiu mais
acentuadamente em SP porque as condições eram favoráveis. Entre elas,
policiamento e vontade de combater o crime. Suspeito, por exemplo, que o efeito
pronunciado do estatuto do desarmamento em SP se deve ao fato de que o Estado
já combatia a posse ilegal muito antes de dezembro de 2003. O estatuto legal
melhorou o combate, provavelmente. Mas, de novo, não tenho ciência sobre isso.
Apenas especulação.
Por fim, duas informações. A primeira por transparência. O estudo foi pago pelo Banco Mundial, uma instituição cheia de petistas (parafraseando um procurado pela Interpol que provavelmente se aliará ao PT em SP). Segunda informação: sou DOUTOR em economia pela Stanford University, esse bastião comunista. Entre a Hoover Tower e o Médio Gávea devo ter sido contaminado pelos petistas. Deve ter sido no Baixo Gávea, aquele antro de comunas. O Rodrigo Soares é DOUTOR em economia pela University of Chicago. Sem mais comentários. A Laura Chioda deve ser a espiã petista. Afinal, é DOUTORA em economia pela University of California, Berkeley, aquele antro de desviantes sociais (além de alguns prêmios Nobel, em economia e outras ciências menos controversas). De resto, você pode encontrar na minha página web os links para meu CV e para o artigo, caso você queira se importunar. É só colocar Joao Manoel Pinho de Mello no google.
Atenciosamente,
João Manoel Pinho de Mello
PhD em economia, Stanford University, 2005
Professor Associado, Departamento de Economia, PUC-Rio
Quem leu o primeiro texto que escrevi sabe que não inferi, em nenhum momento, que o Mané de Stanford fosse de esquerda, petista ou sei lá o quê. Até porque a PUC do Rio nem é o melhor lugar para prosperar com essas convicções. Os esquerdistas não têm, reitero, o monopólio do equívoco, não! Só os idiotas, diga-se, diriam que um programa como o “Bolsa Família” é coisa de esquerdistas.
Por fim, duas informações. A primeira por transparência. O estudo foi pago pelo Banco Mundial, uma instituição cheia de petistas (parafraseando um procurado pela Interpol que provavelmente se aliará ao PT em SP). Segunda informação: sou DOUTOR em economia pela Stanford University, esse bastião comunista. Entre a Hoover Tower e o Médio Gávea devo ter sido contaminado pelos petistas. Deve ter sido no Baixo Gávea, aquele antro de comunas. O Rodrigo Soares é DOUTOR em economia pela University of Chicago. Sem mais comentários. A Laura Chioda deve ser a espiã petista. Afinal, é DOUTORA em economia pela University of California, Berkeley, aquele antro de desviantes sociais (além de alguns prêmios Nobel, em economia e outras ciências menos controversas). De resto, você pode encontrar na minha página web os links para meu CV e para o artigo, caso você queira se importunar. É só colocar Joao Manoel Pinho de Mello no google.
Atenciosamente,
João Manoel Pinho de Mello
PhD em economia, Stanford University, 2005
Professor Associado, Departamento de Economia, PUC-Rio
Quem leu o primeiro texto que escrevi sabe que não inferi, em nenhum momento, que o Mané de Stanford fosse de esquerda, petista ou sei lá o quê. Até porque a PUC do Rio nem é o melhor lugar para prosperar com essas convicções. Os esquerdistas não têm, reitero, o monopólio do equívoco, não! Só os idiotas, diga-se, diriam que um programa como o “Bolsa Família” é coisa de esquerdistas.
Eis aí a resposta que o
professor disse que eu estava com medo de publicar. Fala por si mesma. Como se
pôde notar, arrogante e agressivo é Reinado Azevedo, não é? Ele dialoga com
suavidade. Sugiro que os governos façam o seguinte: invistam em segurança
pública, em policiamento preventivo, em policiamento comunitário, em ronda
escolar, na prisão de bandidos etc. E também distribuam Toddynho para os jovens
entre 15 e 30 anos. Aí o Mané de Stanford — sempre ciente de que outros fatores
podem concorrer para a queda da violência — vai estudar a importância do
Toddynho na queda da violência. Poucos chegaram ao fim do texto, sei disso.
Lamento. Era necessário.
Eu não tenho dúvida de que
ele é mais hábil comendo bombom do que pensando. Ah, sim, professor: peça a
seus amigos que parem de pedir a minha cabeça à VEJA. Ao menos não tentem fazer
isso no meu blog, né? QUE DESELEGANTE!!!
Água morro abaixo, fogo
morro acima e liberal com vontade de bombom oficialista, queridos, ninguém
segura!
E só pra arrematar: ao
exibir as suas credenciais liberais, transformar em ciência o puxa-saquismo e
ainda me acusar de ser obcecado pelo PT, o Mané de Stanford está cuidando da
própria carreira. Cai nas graças do petismo, não fica mal com seus amigos
liberais e ainda declara a independência da ciência. Ele já é meu candidato a
uma diretoria qualquer no Ipea…
Título e Texto (formatação original): Reinaldo Azevedo, 19-06-2012
Minha empregada doméstica foi mais precisa, sábia e concisa que o "Blogueiro" e o "Cientista", ao opinar sobre o Bolsa Família:
ResponderExcluir"AJUDA, MAS NÃO RESOLVE"...