A ONU critica severamente o
regime cubano, mas a ditadura dos Castros não dá a mínima para tais críticas...
Francisco Vianna
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"No hay pan",
dizeres muito comuns nas padarias de Cuba
|
As ditaduras socialistas são
tão recalcitrantes e incapazes de respeitarem os mais básicos direitos da
pessoa humana, que fico imaginando ser isso o principal motivo de serem elas
todas, sem exceção, casos de extrema miséria e pobreza social hoje no mundo.
Nesta semana, a Comissão Contra a Tortura da ONU admoestou severamente o
governo de Havana por uma longa sequência de desrespeitos os direitos
fundamentais da pessoa humana, quando também lamentou reiteradamente a pouca ou
nenhuma informação, dentre as solicitadas, sobre os detalhes de tais violências
por parte do governo cubano.
Entre as principais
preocupações da Comissão da ONU, estão as “denuncias e informes de inteligência
sobre o uso de métodos coercitivos desumanos em interrogatórios policiais, tais
como a privação do sono, a reclusão em solitária com condições de isolamento e
de exposição a mudanças bruscas de temperatura e de insalubridade”. Também se
referiu, o documento da ONU, às condições de má nutrição, de péssima higiene e
falta de atenção médica pelo menos decente a que são submetidos os presos,
principalmente os chamados “presos de opinião”, ou políticos.
Houve milhares de queixas
quanto às prisões de curto prazo de dissidentes, em particular dos que
conseguiram ter eco considerável no exterior, como nos casos de José Luis
Ferrer García e Oscar Elías Biscet. Além disso, o politburo comunista cubano
nunca explicou as mortes dos dissidentes Orlando Zapata Tamayo e Juan Wilfredo
Soto García.
O informe foi publicado pelo
escritório da ONU em Genebra, na Suíça – que considera Cuba como não cumpridora
da Convenção contra a Tortura e Outros Maus Tratos ou Penas Cruéis, Desumanas,
ou Degradantes – em ‘linguagem diplomática’ em que não cita qualquer providência
e apena ‘lastima’, ‘expressa preocupações’, ‘está em desacordo’ e outras
amenidades, o que nos dá certeza da incúria e falta de efetividade do órgão
mundial em impor suas próprias ‘alegadas’ determinações a qualquer país que
haja em desacordo com elas.
Para a ditadura dos Castros, o
relatório da ONU é letra morta e completamente inútil, e em nada irá mudar essa
situação na ilha-cárcere do Caribe. Até dentro da própria organização mundial,
não faltam os que se opuseram ao relatório, sob a alegação de que o documento
“não se ajusta plenamente à diretrizes” estabelecidas pela Comissão, de 10
membros, que revisa o histórico dos países de forma rotativa.
Os Castros devem cair na
gargalhada ao terem lido, no relatório da ONU, que a Organização Mundial ‘exige’
que “se investigue sem demora, exaustivamente, com imparcialidade r eficácia
todas as mortes de presos em Cuba”. Havana mandou dizer, laconicamente, que “os
funcionários do sistema prisional da ilha não foram responsáveis por qualquer
das 202 mortes desta categoria entre 2010 e 2011”, e ponto final, nem mais uma
palavra foi dita...
A ONU sabe perfeitamente que,
apesar das negações de Havana sobre sua inconformidade com as suas normas
jurídicas, Fernando Mariño, um dos membros da Comissão, disse anteontem numa
conferência de imprensa que, “ao que parecem, essas prisões de curto prazo, sem
um devido processo judicial e destinadas apenas a obter informações mediante
torturas e castigos físicos e morais, se generalizaram ultimamente”.
Cuba se nega peremptoriamente,
a abolir “delitos” com definições vagas e incongruentes tais como
“periculosidade social pré-delituosa”, assim como prender pessoas por
“manifestar repúdio” pelas milícias pró-governamentais que agem contra
dissidentes – como as ‘Damas de Branco’ e a ‘União Patriótica Cubana’ –, com “a
pressuposta conivência os hostilizadores e da autoridade policial”. Também
impede que tais presos tenham acesso a advogados defensores públicos ou se
comuniquem som seus parentes e familiares, impedindo, dessa forma que a justiça
seja servida.
A única utilidade do relatório
dessa Comissão da ONU parece se restringir ao fato de que ela esclarece ao
mundo a verdadeira natureza da ditadura cubana e lista uma série de
irregularidades do estado cubano no cumprimento ao Direito Internacional do
foro de Haia. Outra utilidade é mostrar que, para a ditadura dos irmãos Castro,
as preocupações humanitárias do resto do mundo de nada valem e que as
perspectivas de que o regime comunista na ilha venha sofrer qualquer tipo de abertura,
parecem extremamente distantes.
Se o mundo quiser que a situação em Cuba se modifique, terá que FAZER
ALGO MAIS, do que apenas se queixar e lamentar publicamente mediante
documentos ‘diplomáticos’ que não resolvem nada.
Título e Texto: Francisco
Vianna, 02-06-2012
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