sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ausharren


Miguel Castelo Branco
A sondagem hoje saída merece algumas considerações. Aceitando de barato que as empresas de sondagens não obedecem a ditames estranhos à ciência estatística e que os interrogados foram aleatoriamente interpelados através de um racional que exprime a constituição do universo social português, estamos perante espantosos resultados. A coligação PSD/PP iguala o PS no momento mais crítico da legislatura, deixando supor que, de facto, o PSD+PP sairão com vantagem concorrendo em lista única ou candidaturas separadas. Os 3% do PP serão, como em repetidos actos eleitorais, o dobro das intenções expressas em inquérito, pelo que o PP do táxi será, no mínimo, um desses novos táxis-carrinha. Os 3% de "outros" e 9% de brancos e nulos não são, decididamente, eleitores desafectos ao governo, tudo indicando encontrarem-se em reserva expectante perante o executivo reconfigurado.
Concorrendo em listas separadas, os 32% do PSD e os 6% do PP abeiram os 40%. Se, porém, as duas forças que apoiam a actual maioria concorressem em listas conjuntas, esses 39 ou 40% permitiriam aspirar a uma nova maioria, dada a fragmentação da oposição.
A palavra de ordem para a maioria deverá ser "aguentar", perseverar; ou, em maré de hegemonia germânica, ausharren.
Título, Imagem e Texto: Miguel Castelo Branco, Combustões, 02-8-2013

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