
Por meio delas e interligadas
de modo exponencial e sem limites, é possível conhecer pessoas das mais
diversas partes do mundo e com os mais distintos interesses.
Desde fotos particulares,
passeios familiares, receitas de alimentos, pensamentos de filósofos, poetas a
discussões científicas, tudo é debatido e divulgado nas redes.
As insatisfações políticas,
econômicas ou sociais são transmitidas a uma velocidade inimaginável aos que
uma década atrás já eram adultos.
Em qualquer parte do mundo as
revoluções, deposição de governos, protestos e os mais diversos tipos de
manifestações são programados, organizadas e agendadas através das mesmas, sem
que ninguém consiga impedir.
Mas tanto em quantidade como
em velocidade, essas transformações também estão ocorrendo em relação aos
sentimentos pessoais e assuntos antes totalmente privados de cada um.
Através das redes todos se
comunicam com uma espontaneidade e liberdade antes desconhecida, pois nesse
tipo de contato todos estão – ou se sentem -, livres de preconceitos, tabus ou
qualquer outro tipo de cultura socialmente imposta.
Virtualmente, as pessoas se
sentem mais seguras, livres para se aventurar, fazer confissões e expressar
desejos, sentimentos e fantasias, que certamente não fariam a outra pessoa que
estivesse fisicamente diante delas.
Através das redes, milhões de
pessoas casadas realizam suas fantasias com uma frequência inimaginável e
surpreendente até mesmo para os que frequentemente usam esse tipo de
comunicação, como se isso não significasse nenhum tipo de traição para com seu
cônjuge.
Estão emocionalmente livres de
qualquer compromisso socialmente imposto e não abrem mão disso, tanto que em
uma dessas redes divulgou-se uma brincadeira onde um caboclo dizia: “Óia só comu qui tá o mundu sô: Nus namoro de
hoji in dia, ocê podi pegá na bunda, nas coxa, durmi junto… só num podi sabê a
senha du feicibuqui e nem mexê nu celulá, qui aí já é farta di respeitu.”
Existem pessoas para quem o
simples fato de se tocar em seu celular já é uma agressão à sua liberdade,
tamanha é a quantidade de “segredos” que lá deve guardar.
Para essas pessoas, nas redes sociais
as regras são outras, diferentes, ali vale tudo, mas o que lá é dito ou feito
não pode ser divulgado para pessoas que participam da sua vida real, pois esses
dois mundos são totalmente distintos, não se misturam. O que se vive em um não
pode ser do conhecimento do outro.
Entretanto, inconscientemente,
essa liberdade vai sendo adicionada também à vida real, e percebe-se nelas –
principalmente no aspecto sexual -, que para sua satisfação, todo tipo de
comportamento passa a ser válido, inclusive vários traços de libertinagem.
Comportamentos antes
impensáveis para pessoas que socialmente e profissionalmente possuem
determinada estabilidade – ou até mesmo destaque -, passam a ser por elas
considerados normais.
A mistura da vida real com a virtual terá consequências imprevisíveis
para as estruturas sociais conhecidas.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 02-8-2013
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