quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Venezuela a um passo da ditadura comunista

NA VENEZUELA O CHAVEZISMO TRATA DE ELIMINAR A OPOSIÇÃO PARA IMPLANTAR A DITADURA DO PARTIDO ÚNICO.

Antonio Maria Delgado
No que é visto como o preâmbulo de “uma noite de facas longas”, os deputados chavezistas acusaram, na terça-feira de ontem, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles e seu partido, de corrupção e convocaram a criação uma CPI para investigar os manejos financeiros de seus mais próximos colaboradores. A medida é considerada amplamente na opinião pública do país como uma retomada dos esforços do regime socialista de Nicolás Maduro de desativar a liderança de Capriles, cuja popularidade supera a do atual líder chavezista.

O líder oposicionista venezuelano, Henrique Capriles, numa conferência de imprensa em Lima, Peru, no final de julho. Foto: Martin Mejia/AP
“Estão construindo, aqui, a hipótese da noite das facas longas”, disse o assessor político de Capriles, Edgar Gutiérrez, numa referência ao repentino expurgo levado a cabo por Adolf Hitler em meados de 1934 para eliminar de um só golpe seus inimigos políticos e aliados incômodos. “Aqui se está a jogar progressiva e sistematicamente, não só uma cartada para asfixiar a oposição, como também para eliminar pela raiz as lideranças claras de oposição ao regime, o que significa uma ameaça no curto, no médio, e no longo prazo para o governo”, acrescentou Gutiérrez num programa transmitido pelo canal de notícias GLOBOVISIÓN.

Segundo as últimas enquetes, a popularidade de Capriles supera a de Maduro e o derrotaria em qualquer eleição daqui para frente, que não fosse fraudada...

O socialismo chavezista lançou essa acusação vazia contra Henrique Capriles e os principais líderes do seu partido, “Primero Justicia”, numa sessão da Assembleia Nacional amplamente esperada pela população venezuelana, assim que o presidente do Congresso, Diosdado Cabello, anunciou em sua conta do Twitter que a discussão teria grandes repercussões. “Vou falar das finanças da máfia amarela”, disse o deputado governista Andrés Eloy Méndez no plenário em referência à cor que caracteriza o partido de Capriles.

“O partido ‘Primero Justicia’ nasceu da corrupção. Mas, além disso, do exercício da política na Venezuela com condutas inescrutáveis do ponto de vista da moral”, disse Méndez, assegurando que militantes da faixa amarela, recebem “dinheiro sem justificação em suas contas”. Méndez acusou o partido opositor “de gastar milhões de dólares de procedência criminosa em festas e apresentou faturas que demonstram a culpa de Óscar López Colina, um dos mais próximos colaboradores de Capriles”.

O “senhor perdedor fascista, governador ausente do Estado de Miranda [Capriles], confessou que tinha escondido Óscar López Colina […] como não o vai ter escondido se sabe todos os segredos dele, se é parte de uma rede de perversão e prostituição, droga, corrupção, vicio, e o país tem que saber disso”, declarou o deputado Méndez.

Capriles já havia denunciado previamente que o regime viria com todas as armas, principalmente a da mentira e da calúnia, contra ele, por haver publicamente impugnado as eleições presidenciais de abril, nas quais um Conselho Nacional Eleitoral (CNE), amplamente subjugado pelo chavezismo e completamente parcial, declarou Maduro vencedor por uma margem inferior a 1,5 pontos porcentuais, negando-se a permitir uma recontagem dos votos e uma auditoria internacional do pleito.

Capriles, atualmente, enfrenta outras acusações, incluindo a de que ele tenha provocado as mortes que se registraram nos dias que se seguiram à eleição e que “vilipendiou” o CNE ao impugnar as eleições e “lançar dúvidas sobre a lisura da eleição”.
Título e Texto: Antonio Maria Delgado, El Nuevo Herald, 14-8-2013
Tradução: Francisco Vianna

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