NA VENEZUELA O CHAVEZISMO
TRATA DE ELIMINAR A OPOSIÇÃO PARA IMPLANTAR A DITADURA DO PARTIDO ÚNICO.
Antonio Maria Delgado
No que é visto como o
preâmbulo de “uma noite de facas longas”, os deputados chavezistas acusaram, na
terça-feira de ontem, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles e seu
partido, de corrupção e convocaram a criação uma CPI para investigar os manejos
financeiros de seus mais próximos colaboradores. A medida é considerada
amplamente na opinião pública do país como uma retomada dos esforços do regime
socialista de Nicolás Maduro de desativar a liderança de Capriles, cuja
popularidade supera a do atual líder chavezista.
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O líder oposicionista
venezuelano, Henrique Capriles, numa conferência de imprensa em Lima, Peru, no final
de julho. Foto: Martin Mejia/AP
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Segundo as últimas enquetes, a
popularidade de Capriles supera a de Maduro e o derrotaria em qualquer eleição
daqui para frente, que não fosse fraudada...
O socialismo chavezista lançou
essa acusação vazia contra Henrique Capriles e os principais líderes do seu
partido, “Primero Justicia”, numa sessão da Assembleia Nacional amplamente
esperada pela população venezuelana, assim que o presidente do Congresso,
Diosdado Cabello, anunciou em sua conta do Twitter que a discussão teria
grandes repercussões. “Vou falar das finanças da máfia amarela”, disse o
deputado governista Andrés Eloy Méndez no plenário em referência à cor que caracteriza
o partido de Capriles.
“O partido ‘Primero Justicia’
nasceu da corrupção. Mas, além disso, do exercício da política na Venezuela com
condutas inescrutáveis do ponto de vista da moral”, disse Méndez, assegurando
que militantes da faixa amarela, recebem “dinheiro sem justificação em suas
contas”. Méndez acusou o partido opositor “de gastar milhões de dólares de
procedência criminosa em festas e apresentou faturas que demonstram a culpa de
Óscar López Colina, um dos mais próximos colaboradores de Capriles”.
O “senhor perdedor fascista,
governador ausente do Estado de Miranda [Capriles], confessou que tinha
escondido Óscar López Colina […] como não o vai ter escondido se sabe todos os
segredos dele, se é parte de uma rede de perversão e prostituição, droga,
corrupção, vicio, e o país tem que saber disso”, declarou o deputado Méndez.
Capriles já havia denunciado
previamente que o regime viria com todas as armas, principalmente a da mentira
e da calúnia, contra ele, por haver publicamente impugnado as eleições
presidenciais de abril, nas quais um Conselho Nacional Eleitoral (CNE),
amplamente subjugado pelo chavezismo e completamente parcial, declarou Maduro
vencedor por uma margem inferior a 1,5 pontos porcentuais, negando-se a
permitir uma recontagem dos votos e uma auditoria internacional do pleito.
Capriles, atualmente, enfrenta
outras acusações, incluindo a de que ele tenha provocado as mortes que se
registraram nos dias que se seguiram à eleição e que “vilipendiou” o CNE ao
impugnar as eleições e “lançar dúvidas sobre a lisura da eleição”.
Título e Texto: Antonio Maria Delgado, El Nuevo Herald, 14-8-2013
Tradução: Francisco Vianna
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