terça-feira, 22 de julho de 2014

La Palisse e o aliado de somenos

José Mendonça da Cruz

António Costa e Rui Rio
A primeira estranheza foi ver António Costa numa conferência sobre "A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos", (?!) organizada pela TSF e pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. E previsivelmente, sendo que de «gestão de dinheiros públicos» Costa conhece apenas a alínea que conhecem todos os socialistas, de atirar dinheiro sobre os problemas invocando a «solidariedade» e «as pessoas», foi sobre outras coisas que se pronunciou.

Já nos tinha explicado que ser rico é melhor que ser pobre. Já esclarecera que quer outra política que não esclarece qual seja. Agora, explicou que uma maioria absoluta é melhor que uma maioria relativa, porque a experiência lhe recomenda que só deve negociar em posição de força.

Com quem? Ora, com Rui Rio, que ali estava de iludido útil, de braço dado com Costa, e, afinal, saiu menorizado.

Precalço, triste figura, sem dúvida. Mas pouco importa: Rio ama os consensos mesmo negociados em fraqueza. Consensos a todo o custo. Consensos que empastelem a política, eliminem a alternativa, façam crescer os extremos, e gastem sem contraditório.

Já não bastava o desastre que nos garante a alternativa a Passos Coelho. Temos, também, no partido do governo, quem se preste a subscrevê-la.
Título, Imagem e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 22-07-2014

O cara à esquerda está como presidente da Câmara de Lisboa, e de lá ele é candidato a secretário-geral do Partido Socialista – no caso deste partido vencer as próximas eleições legislativas o SG será nomeado primeiro-ministro – quer dizer, não faz outra coisa do que campanha eleitoral. Além disso continua como comentarista (ou coisa que o valha) num programa televisivo… super exposição midiática, pegou?

Ninguém questiona a moral e ética desta peça… sabem? Ele é socialista, de esquerda, uma pessoa boa. Portanto, acima de questiúnculas paroquiais. Afinal, vale tudo para derrotar a Direita, que só tem pessoas más.

Se fosse uma pessoa que estivesse agindo como essa peça socialista, pessoa boa, já estaríamos cansados de assistir logo na abertura dos telejornais à “denúncia” da imoralidade… o BE já teria requisitado a audição da mãe Joana… o PCP e a sua filial sindical já teriam lotado autocarros para vir manifestar em Lisboa contra, sei lá!, pode ser Pacto de Agressão contra a Moral e os Bons Costumes Nacionais… ah! e não esqueçamos a revista Visão que, com toda a certeza, já teria publicado uma extensa e profunda matéria, de dez páginas, assinada por Miguel de Carvalho, que nos revelaria que o Fulano (a pessoa em questão) quando tinha uns dez anitos furtara da Tasca do Seu Almeida Saqueiro, três berlindes!

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